Arquivo do mês: novembro 2014
Count Basie – Booty’s Blues
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APAGÃO
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“Ouça-me este conselho: em política, não se perdoa nem se esquece nada” (Machado de Assis)
Como autodefesa para não implodir de indignação, tenho relido alguns já conhecidos, e lido outros trabalhos de Machado de Assis que desconhecia. O fundador da Academia Brasileira de Letras foi um jornalista com “J” maiúsculo, cronista e crítico, assíduo cotidianamente nos jornais.
Descrevendo o mundo da sua época, Machado ajuda-nos a ver como a nacionalidade caiu intelectual e honestamente, atingindo o nível mais baixo dos bens culturais e morais. O que vemos hoje? Um jornalismo medíocre, a composição inconfiável do Congresso e os movimentos sociais e populares cooptados e instrumentalizados como tentáculos do peleguismo.
Veio com o governo Lula a implantação de uma ‘Idade do Apagão’ no Brasil; constatando isto, é ser coerente com a História. É de inteira responsabilidade da pelegagem essa tragédia sócio-política que se abateu no País, e só uma frente de união nacional poderá trazer a luz, ou se estenderá como a “Idade das Trevas” medieval por muito tempo.
Não é um só “apagão; são vários “apagões” que se estendem e cobrem a vasta extensão geográfica do País. É uma escuridão em todos os níveis, culturais, éticos, morais, do civismo, da honestidade e do amor à Pátria.
Houve falta de patriotismo anteriormente? – Houve. Havia analfabetismo? Havia. Praticava-se a corrupção? Praticava-se. Feria-se a moral e a ética? Feria-se. Essas mazelas são antigas, mas que nunca foram institucionalizadas como agora.
O estelionato eleitoral que levou o PT ao poder com a eleição de Lula trouxe no seu interior o modelo mais que perfeito da ideologia dos pelegos: O Mensalão. É um crime doloso e continuado, ensaiado doentia e experimentalmente em Santo André, com os sanguessugas, aloprados, nos Correios, no Dnit, no Banco do Brasil…
Quando se realizou o assalto (que julgamos o final) ao patrimônio público, para comprar parlamentares corruptíveis no governo, tirou-se a radiografia da corrupção ativa e passiva que foi implantada.
Julgados pelo STF, os mensaleiros foram condenados. E com a prisão dos altos hierarcas do partido, ficou claro o modo lulo-petista de governar, através do suborno, práticas de peculato e lavagem de dinheiro, tudo orientado pela Casa Civil da Presidência da República. Cinicamente, a horda de fanáticos lulo-petistas considerou os criminosos detidos na Papuda “heróis do povo brasileiro”.
Como todo mal traz um bem, a Nação Brasileira se conscientizou da degenerescência dos três poderes; o Legislativo que se deixou corromper, o Executivo, corruptor, e o Judiciário manietado, todos oferecendo exemplos prejudiciais às pessoas ignorantes prontas para arremedar o que vem “de cima”.
Depois, para estarrecer a Nação, o Mensalão ressuscitou como um zumbi de vodu e se apossou da Petrobras, destroçando a empresa ícone do nacionalismo. A ladroeira ali instalada entrou na casa dos bilhões, distribuídos entre petistas e seus parceiros de copo e de corrupção.
A complacência dos meios de comunicação, a indiferença dos partidos e a cumplicidade das organizações populares facilitaram a semeadura de um arremedo de ditadura, nivelando o País, sem pudor, ao narco-populismo caricato da Venezuela, Argentina, Equador, Bolívia, na inferioridade cultural, subserviência, incompetência, e, principalmente, corrupção.
Nossa economia igualou-se à dos infelizes argentinos, equatorianos e venezuelanos, e está enterrada na vala comum da incompetência e da mentira que maquia estatísticas e números para enganar os otários.
Com tal folha corrida, como o PT poderia dirigir com honestidade, as eleições presidenciais que fatalmente lhe apearia do poder? Venceu, mas deixou suspeitas de fraude na apuração “sui generis” do pleito, onde ministros do Tribunal não estiveram presentes.
Dilma venceu fazendo o diabo. E nos deixou inconformismo e dúvidas quanto à lisura do julgamento da campanha e a função inviolável das urnas eletrônicas. Com isto, nos leva às ruas, pela desconfiança na condução da eleição, exigindo a punição dos que conduziram o processo e/ou se beneficiaram dele.
Reivindica-se patrioticamente o aperfeiçoamento político e uma faxina ampla, geral e irrestrita no Palácio do Planalto. Mostra-se a força e o vigor de 51 milhões de eleitores, sedentos de justiça, enfrentando a mídia subornada, a perversão dos ocupantes do poder e a decomposição dos valores na Idade do Apagão.
Ana Carolina – Libido
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Gilberto Gil – Gilbertos Samba
http://youtu.be/UrkzItQ5tgE
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Djavan – Maledeto
http://youtu.be/5aTJvxb1pos
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TRAIÇÃO
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )
“Os desconfiados desafiam a traição” (Voltaire)
Sempre o dicionário! Na minha infância costumava-se chamar o dicionário de “pai dos burros”, uma lição de que me aproveito até hoje: Fui ao Aurelão para ver o vocábulo “Traição”, e lá encontrei – Traição (do latim traditione, entrega): Ato ou efeito de trair; Crime de quem, perfidamente, entrega, denuncia ou vende alguém ou alguma coisa.
Psicanalistas citam vários fatores que levam à traição: questões culturais, carências, vingança e estímulo provocado pela ânsia de obter vantagens, ou conquistar o poder com a ruptura de compromissos assumidos anteriormente.
Está gravado na memória o grande traidor na História das Religiões; Judas Iscariotes, que vendeu Cristo ao Sinédrio por 30 dinheiros; e na História da Civilização Ocidental, Marcus Junius Brutus, assassino de Júlio César, evocado na peça épica de Shakespeare. E na lembrança nacional, Joaquim Silvério dos Reis personifica a traição.
Há também exemplos traiçoeiros na política. Hitler que prometeu aos alemães a felicidade no Reich de Mil Anos e levou a Alemanha ao desastre; Stalin, que anunciou ao povo russo um socialismo de mil maravilhas e deu-lhes um regime burocrático e policialesco.
Os brasileiros assistem, neste momento, o máximo de traição nacional, com o PT-governo trazendo agitadores da Venezuela para doutrinar camponeses e jovens, pregando a quimera de uma “Pátria Grande”, com capital em Havana, em detrimento da Pátria Brasileira.
A traição é própria do partido hegemônico que assaltou o poder republicano com um estelionato eleitoral, e que se mantém corrompendo o povo com esmolas, cooptando movimentos sociais com verbas públicas e expropriando o Erário pela desenfreada corrupção.
Dos jornalistas com quem mantenho relações de antiga amizade, e de intelectuais que me distinguem com numerosa correspondência, venho armazenando informações de experiências humanas, sociais e políticas. Entre elas, guardo a revolta dos que se iludiram com o PT, uma organização política que abandonou seu programa original acomodando-se às circunstâncias; rodopiando como biruta de aeroporto ao sabor da conveniência da hierarquia…
Os desencantados ex-petistas abominam a formação stalinista da estrutura partidária que funciona como uma ducha para lavagens cerebrais, como máquina de modelar consciências e uma calculadora que reduz pessoas humanas a números.
São vários exemplos de fundadores do PT que se conscientizaram dessa aberração partidária pela experiência vivida no seu interior; e, como ex-militantes, abandonaram-na e enfrentam-na no plano do pensamento; outros, que por ingenuidade e crendice tentaram modificá-la, foram expulsos…
Esse drama de homens e mulheres idealistas compara-se à libertação da escravatura. Não se livraram dos grilhões partidários por desconfiança – como filosofou Voltaire na epígrafe que, creio, referiu-se a casos de amor –; mas se emanciparam por convicções supra-individuais, em defesa da ética e do culto à liberdade.
Lembram-se de que o PT foi fundado pregando a democratização da política, o combate à corrupção e as mudanças sociais; mas com as primeiras vitórias eleitorais, foi dominado por pelegos sem princípios e com amoralidade intrínseca determinaram o assassinato de Celso Daniel. Assistiram assim o atraente programa político original ser trocado pela criminalidade.
A traição dos hierarcas ficou ainda mais clara nas alianças feitas com Sarney, Collor, Maluf, Renan Calheiros e Jáder Barbalho, entre outros fichas sujas, formando uma parceria para o assalto ao patrimônio público, excedendo-se, como se viu na Petrobras.
Essas figuras sinistras substituíram na esfera lulo-petista as pessoas decentes que não suportaram compactuar com a traição. Lembro-me de Fernando Gabeira, Ferreira Goulart, Flávio Arns, Hélio Bicudo, Heloisa Helena, Marina Silva, Plínio de Arruda Sampaio e Orlando Fantazzini.
Os iludidos que ficaram, petistas e simpatizantes, e votaram novamente no PT, assistem pós eleição, Dilma fazendo o que disse que Aécio iria fazer. E só lhes resta cantar o samba clássico: “Você pagou/ com traição/ a quem sempre/ lhe deu a mão!…”
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