Arquivo do mês: setembro 2014

PANDORA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br) 

Na sua tendência mórbida para o logro, Lula da Silva – o “Metalúrgico” – fundiu umas limalhas colhidas num ferro-velho e arremedou um poste, que chamou de “Gerentona”, elegendo-a presidente da República. Oportunista, quis dar seqüência à sua participação no poder com seus pelegos e aliados, os piores politiqueiros do País.

Foi um desastre essa macaqueação. O que se assistiu foi o Brasil ser sucateado pelos desmandos da incompetência e infectado pela corrupção desenfreada de ministros, diretores de estatais e assessores de coisa nenhuma…

Não há exemplo maior do definhamento dos valores nacionais do que a tomografia computadorizada dos escândalos da Petrobras, nascida dos reclamos do povo brasileiro na histórica campanha do “petróleo é nosso”, e criada por Getúlio Vargas nos idos de 1950.

Considerada um ícone da economia nacional, a estatal de economia mista e capital aberto – tendo o governo como acionista majoritário – pouco chama atenção na Bolsa de Valores, exceto pelos acionistas individuais burlados e roubados pelos pelegos lulo-petistas que a privatizaram por interesses peculiares. Frequenta inadequadamente as páginas policiais da imprensa.

Hoje, a Petrobras tem um ex-diretor preso, Paulo Roberto Costa, e vários colegas de diretoria com os bens bloqueados pela Justiça, a pedido do Tribunal de Contas da União. A sua presidente, Graça Foster, escapou dessa punição, blindada pelo acumpliciamento do Poste de Lula, também envolvida na desastrosa condução da empresa.

O assalto à Petrobras envolve reprováveis e criminosas compras de refinarias no Exterior: a Nansei Sekyiu no Japão e a Pasadena, nos EUA. Ambas acarretaram prejuízos inumeráveis ao patrimônio nacional. Delas, já se esgotaram as denúncias que estão presentes em comissões de inquérito no Congresso; uma de mentirinha e outra que não sai do lugar por sabotagem orientada pelo PT-governo.

Um escândalo imenso se encontra em território nacional, as obras superfaturadas da Refinaria Abreu e Lima, uma maracutaia de Lula da Silva associado ao finado ditador venezuelano Hugo Chávez. Esta associação criminal revolta qualquer um que tenha conhecimento dos seus subterfúgios para esconder o sobre-preço e a roubalheira descomedida.

Os ponteiros do relógio marcam a hora do maior abalo na opinião pública: A revelação de um formidável esquema de propinas envolvendo ministro, governadores e parlamentares: a delação premiada de um pupilo de Lula da Silva, Paulo Roberto Costa, tratado carinhosamente pelo Pelegão de “Paulinho”.

Esta abominável situação enterra Petrobras com a cumplicidade do “Poste”, levando-nos à mitologia grega. A passagem que conta como Júpiter amassou um pouco de lama e amoldou um objeto à imagem de mulher. Minerva vestiu essa coisa com uma atraente túnica branca e ornamentos de sedução. Fez dela, na expressão de Hesíodo, possuidora da “arte da mentira e das palavras enganosas”, e batizou-a de Pandora.

Júpiter presenteou a mulher com um pequeno cofre, cujo conteúdo ela deveria ignorar e estaria proibida de abri-lo. Ensinou-lhe como encontrar Epimeteu, irmão do titã Prometeu que roubou o fogo dos deuses para dar aos homens. Pandora seria levada por Epimeteu até eles para dar início à Humanidade.

No caminho, por curiosidade, a mãe do gênero humano, descerrou a tampa da arca e, ao fazê-lo, todos os males se espalharam pelo mundo; fechou imediatamente o cofrinho, porém o mal estava feito: só restou na caixa a Esperança.

É a Esperança que sobra para nós, patriotas brasileiros, livrarmo-nos dos males soltos por Dilma Rousseff, a Pandora de Lula…

 

Frank Sinatra – The Way You Look Tonight

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Carlos Drummond de Andrade

O medo

Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.

Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo…
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.

Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.

Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?

Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas

do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.

Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.

E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.

O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.

Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.

Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes…
Fiéis herdeiros do medo,

eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.

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Luiz Americano

http://youtu.be/v2bzXsaCAoQ

BUROCRACIA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Com o estelionato eleitoral que levou Lula da Silva à presidência da República, o Brasil foi subtraído de pensamento criador, do desenvolvimento econômico e da consolidação democrática. Além das ameaças às liberdades constitucionais, o potencial de crescimento industrial e agrícola não evoluiu, e o Estado e o Governo se definem pela sua burocracia.

A burocracia governamental e partidária centralizou uma força incontrolável em todos os segmentos da administração pública, apropriando-se do poder e apossando-se da riqueza nacional.

O que é “burocracia”? Cracia vem do grego κρατία (“força, poder”), uma herança lingüística para todo o mundo ocidental. Deu-nos Aristocracia, governo de aristocratas; Democracia, governo do povo; e Plutocracia, governo dos endinheirados…

A “Burocracia”, como definição, é coisa nova.  Surgiu no século 18 na França, aplicado às repartições públicas com um sentido crítico e irônico; a palavra casou o grego “cracia” com o francês “bureaux”, este com vários significados, do escritório à escrivaninha; e, atualmente, o burocrata senta-se às mesas de controle da televisão, de equalização de som e imagem, de computadores, usando telefones, vídeos e infográficos.

O povo, na sua sabedoria, usa o termo “burocracia” no sentido pejorativo, incriminando suas regras complicadas, exigências redundantes e normas desnecessárias…

Infelizmente, a burocracia entre nós é um sistema. Não começou com o PT-governo, que alardeia ser da sua criação tudo que se fez “neste País”. A História registra que a nossa burocracia atravessou o Atlântico com a transmigração da família real portuguesa fugindo de Napoleão. Daí fixou-se no Império e infiltrou-se na República.

Está presente nos regimes democráticos e nas ditaduras. Com o PT-governo se ampliou pela porta escancarada do empreguismo, inchando-se de militantes partidários e arrivistas de sempre. Obesa pela gordura dos aspones irradiou-se na administração pública, corrompendo-a e desviando-a das suas funções constitucionais.

É uma realidade que modificou a relação entre o Governo e a Nação. Através da burocracia lulo-petista, o exercício do poder passou às mãos de uma fração política que favorece a corrupção nos serviços e fornecimentos adquiridos pelo Estado, enriquecendo ilicitamente os governantes e seus filhotes.

A burocracia dos pelegos com ações ilimitadas controla o Orçamento, os impostos, o câmbio, o crédito, os preços e os salários! Por ela, o Brasil tornou-se um grande shopping, onde se compra e se vende consciências, e dissimula os desacertos econômicos pelo criminoso estímulo ao consumismo.

Nos doze anos no poder, o partido hegemônico também se burocratizou; apóia os crimes dos dirigentes e conspira para se manter no poder, preparando golpes de estado “pela via pacífica” com o decreto fascista 8243, um indefinível plebiscito e uma suspeitosa constituinte. Tudo para destruir a Democracia.

Sob seu domínio, estabeleceu a impunidade dos corruptos que assaltam ministérios, autarquias e empresas estatais. Aproveita-se da desilusão dos que se frustraram com o PT e se afastaram; tira vantagem da indiferença dos alienados e dos setores cooptados com verbas públicas

Às vésperas de uma derrota nas eleições (se não houver fraude nas urnas eletrônicas) precipita-se o pavor mórbido dos burocratas de perder as “boquinhas”, e por isso, multiplicam velhas e novas promessas e reciclam as costumeiras falsificações. E falam de “renovação da esperança”, desconhecendo que a Esperança, inseparável da fé e da confiança, não pode se renovar depois delas mortas.

A burocracia lulo-petista tenta fingir por auto-preservação que se refaz, usando métodos superados, maquiagens estatísticas e impostura contábil. Felizmente, as esfarrapadas bandeiras petistas e os discursos da Gerentona fracassada já não emocionam sequer à massa ignara, que não crê mais no País das Maravilhas criado virtualmente para enganar o povo.

Assim se desvanece o idílio do “socialismo bolivariano”, somente acolhido pelos burocratas do andar de baixo. Pelo povo brasileiro, não. Este assiste ao seu deperecimento no malogro das obras inacabadas e nos pífios resultados econômicos.

E aprendeu que o nosso grande inimigo está no desastroso desfile da burocracia lulo-petista que expõe, mesmo sem querer, o PAC das obras inacabadas e o filhote da burocracia econômica, o “pibinho”, anunciando o fim de um ciclo…

 

Anita O´Day