Arquivo do mês: junho 2013
ESTADÃO – Gurgel afasta vice após discordância sobre parecer
VALOR – Mercosul é uma “aposta perdida”, diz Porzecanski
C. BRAZILIENSE – Crise de confiança no Brasil ameaça até aposentadorias
O GLOBO – Conselho teme uso do FGTS em novo programa
EST. DE MINAS – A um ano da Copa, muito ainda a fazer
ZERO HORA – Fora do PAC: Suspeita paralisa barragens
FOLHA DE SP – Gurgel dispensa subprocuradora por ‘falta de sintonia’
J. DO COMMERCIO (PE) – Dilma cai 2,4 pontos em pesquisa da CNT
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Augusto dos Anjos
A FOME E O AMOR
A um monstro
Fome! E, na ânsia voraz que, ávida, aumenta,
Receando outras mandíbulas a esbangem,
Os dentes antropófagos que rangem,
Antes da refeição sanguinolenta!
Amor! E a satiríase sedenta,
Rugindo, enquanto as almas se confrangem,
Todas as danações sexuais que abrangem
A apolínica besta famulenta!
Ambos assim, tragando a ambiência vasta,
No desembestamento que os arrasta, Superexcitadíssimos. os dois
Representam. no ardor dos seus assomos
A alegoria do que outrora fomos
E a imagem bronca do que inda hoje sois!
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Chamadas de 1ªpágina nos jornais de hoje, 3ª-feira,11.jun.13
ESTADÃO – BC intervém, mas dólar fecha no maior valor desde 2009
VALOR – Política fiscal pode ser mudada
C. BRAZILIENSE – Alimentos voltam a subir. Dólar dispara e atropela BC
O GLOBO – MPF pede acesso à sindicância sobre Rose
EST. DE MINAS – Dólar bate recorde e inflação segue alta
ZERO HORA – R$ 922 milhões para criação de Cortes federais
FOLHA DE SP – Análise do mensalão vai durar até 2 anos, diz ministro do STF
J. DO COMMERCIO (PE) – Caso Rose: MPF pede dados
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Geir Campos
INVENTÁRIO
Esta epiderme há muitos muitos anos
me cobre: guarda algumas cicatrizes,
outras não lembra mais, e até mistura
uns caminhos da infância a outros de agora.
As unhas não direi que são as mesmas
com que o seio nutriz terei vincado:
são mais duras, mais feias e mais sujas
— pois nem sempre de amor e entrega foi
o chão em que plantei, colhi nem sempre.
Se os dentes não gastei, gastei meus olhos
entrevendo paisagens, vendo coisas,
cegando-me ante sésamos de sombra.
A alma apanhou demais e vai pejada,
mas vão leves as mãos cheias de nada.
Biografia de Geir Campos aqui.
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Artigo
A questão indígena: prós e contras
MIRANDA SÁ ( E-mail: mirandasa@uol.com.br )
Quando portugueses espanhóis e franceses chegaram neste lado do Atlântico, encontraram povos organizados. De acordo com Capistrano de Abreu, havia setenta e seis tribos, divididas em cinco grupos distintos, Tupis, Cariris, Aimorés, Caraíbas e Nuaruaques.
Os tupis (ou tupis-guaranis) eram os mais numerosos, ocupando grande extensão geográfica: habitavam o litoral que ia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul; alcançavam Uruguai, Paraguai e até as encostas dos Andes.
Um estudioso do problema indígena, o jornalista e escritor Otávio Brandão, escreveu: “Pelos métodos mais bárbaros, na violência, no sangue e na lama, a comuna primitiva dos índios começou a ser destruída no século XVI. (…) Para os índios, a História do Brasil e da América se resume numa palavra escrita a ferro e fogo: Extermínio.”
A execução desta barbárie se deveu – na maior parte, aos bandeirantes – os heróis paulistas. Em São Paulo há uma coisa esquisita: Não há um só beco com o nome de Getúlio Vargas, mas uma imensa quantidade de logradouros dedicados aos bandeirantes.
As “Entradas” e “Bandeiras”, para glória de ‘Deus’ e da ‘Coroa’ dizimaram a maior parte das setenta e seis tribos enumeradas por Capistrano. Além da invasão, a destruição. E ainda pior, conseguiu-se jogar índios contra índios, numa auto-exterminação, para tristeza e vergonha das novas gerações.
Seria fastidioso enumerar os massacres. Chegando aos dias atuais, cabe uma pergunta: os indígenas restantes, que receberam o amparo de Rondon (“Morrer se preciso for matar nunca!”), e tiveram reconhecidas extensas reservas por diversos governos republicanos, são violentados atualmente?
Somente em parte, para ser benevolente… Recebem a solidariedade da ampla maioria dos brasileiros, e recebiam uma respeitável assistência da FUNAI – herdeira do SPI –antes deste órgão ser vilmente aparelhado pelo PT-governo.
É impossível deixar de registrar, também, o trabalho que foi desempenhado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), cuja assistência humanitária (e política) era notável, antes de sofrer a influência da ideologia dominante, desviando-o dos objetivos.
Assim se vê, tristemente, que a movimentação política dos nossos índios está infiltrada de oportunistas das próprias etnias, e também de bolivianos e paraguaios, além dos agitadores político-partidários, grupos religiosos e ONGs.
Daí, vale citar as brigas e invasões de propriedades rurais, em nome de um direito ilusório, a recuperação de terras ancestrais há muito ocupadas por ruralistas. Os índios brigam e invadem fazendas, estimulados por frações oportunistas que se aproveitam da má atuação pela incompetência e relaxamento da FUNAI e órgãos correlatos.
Qualquer cidadão e cidadã de bom senso, desejoso de justiça social e desenvolvimento econômico, enxerga as vacilações e erros do PT-governo neste caso. Por isso, vivemos uma tremenda confusão, que embaraça e atrapalha a formulação de políticas sérias que todos, índios e não-índios, merecemos.
Como aceitar que se perpetre a invasão do plenário da Câmara dos Deputados por índios, instrumentalizados por movimentos sociais? … E que a Presidência da República disponibilize aviões da FAB para transportar os ocupantes à força das obras de Belo Monte?
É condenável, por exemplo, o aplauso dos religiosos do Cimi à invasão de um hotel no sul da Bahia. Registre-se que esta expropriação foi fotografada, mostrando os ocupantes ‘índios’ despojados em poltronas assistindo tevê, e enfatuados nos quartos do hotel.
Saiu da pauta e ficou fora das colunas dos grandes jornais, a arbitrariedade com que se fez a ocupação da Raposa-Serra do Sol, em Roraima. A bola da vez é o Mato Grosso do Sul, onde a encenação é burlesca. Ali se vê o quanto a FUNAI definhou.
Diante disso, acho que seria aconselhável a suspensão de todos os processos em curso de identificação e demarcação de terras pela FUNAI, que age – como escreveu Denis Lerrer Rosenfield, “ao arrepio da lei”, incentivando a instalação do caos no mundo rural…
ESTADÃO – Para Mercadante, queda em pesquisa é ‘oscilação’
VALOR – Governo minimiza queda de popularidade
C. BRAZILIENSE – Desconfiança de investidor ameaça Brasil
O GLOBO – Para especialistas, inflação reduziu aprovação de Dilma
EST. DE MINAS – Internet é usada como instrumento de cidadania
ZERO HORA – Ministro minimiza queda na popularidade de Dilma
FOLHA DE SP – Para governo, desgaste de Dilma é passageiro
J. DO COMMERCIO (PE) – Queda na avaliação de Dilma é minimizada
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Florbela Espanca
AS MINHAS MÃOS
As minhas mãos magritas, afiladas,
Tão brancas como a água da nascente,
Lembram pálidas rosas entornadas
Dum regaço de infanta do Oriente.
Mãos de ninfa, de fada, de vidente,
Pobrezinhas em sedas enroladas,
Virgens mortas em luz amortalhadas
Pelas próprias mãos de oiro do sol poente.
Magras e brancas… Foram assim feitas…
Mãos de enjeitada porque tu me enjeitas…
Tão doces que elas são! Tão a meu gosto!
Pra que as quero eu- Deus! – Pra que as quero eu?!
Ó minhas mãos, aonde está o Céu?
… Aonde estão as linhas do teu rosto?
Biografia de Florbela Espanca aqui.
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Matérias de capa das revistas semanais
Veja
Capa – “A verdade sobre José Dirceu”:Uma biografia não autorizada conta a transformação do jovem militante em um exímio manipulador político, homem de negócios e condenado que: sequestrou – teve múltiplas identidades – chantageou Lula
Época
Capa – Especial: “Pós-graduação” – Como estudar no MIT, em Harvard, Princeton, Stanford… de graça – e sem sair de casa
ISTOÉ
Capa – “São Paulo Capital do Crime”: Como a omissão das autoridades que deveriam zelar pela segurança e a absoluta falta de respostas da polícia colocaram a maior metrópole do País de joelhos
Carta Capital
Capa – “Entrevista com Joseph Stiglitz”: A desigualdade é a causa da crise, prova o Nobel de Economia
ISTOÉ Dinheiro
Capa – “Votorantim vai à bolsa”: Conglomerado industrial da família Ermírio de Moraes quebra paradigma e abre capital da joia da coroa do grupo, a Votorantim Cimentos
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O GLOBO – Conflito indígena: lentidão para julgar concessões
EST. DE MINAS – General da ditadura tem filho na Abin
ESTADÃO – Dirceu sofre 1° processo por improbidade
C. BRAZILIENSE – Índios disputam terra em 17 estados
ZERO HORA – Para governar SP, Afif deixa a Esplanada
FOLHA DE SP – Aprovação de Dilma tem a 1ª queda, de 8 pontos, e vai a 57%
J. DO COMMERCIO (PE) – Dilma perde oito pontos na popularidade
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Federico García Lorca
ALMA AUSENTE
Não te conhece o touro nem a figueira,
nem cavalos nem formigas de tua casa.
Não te conhece o menino nem a tarde
porque já morreste para sempre.
Não te conhece o lombo da pedra,
Nem o raso negro onde te destroças.
Não te conhece a lembrança muda
Porque já morreste para sempre.
O outono virá com suas conchas,
uva de névoa e montes agrupados,
mas ninguém virá olhar teus olhos
porque já morreste para sempre.
Porque já morreste para sempre,
como todos os mortos da Terra,
como todos os mortos esquecidos
em um monte de cães apagados.
Ninguém te reconhece. Não. Mas eu te louvo.
Eu canto desde já teu perfil e tua graça.
A madurez insigne de teu conhecimento.
Tua apetência de morte e o gosto de sua boca.
A tristeza que teve tua valente alegria.
Tardará muito tempo em nascer, se é que nasce,
um andaluz tão claro, tão pleno de ventura.
Eu canto sua elegância com palavras que gemem
e relembro uma brisa triste pelas oliveiras.
Tradução de Antonio Miranda
Biografia de García Lorca aqui.
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