Arquivo do mês: agosto 2011
Artigo
Defesa dos corruptos é atacar a imprensa
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Já lá se vão mais de sessenta anos que iniciei a minha vida de jornalista como uma espécie de estagiário (figura que não havia naquele tempo) na pequena redação do Diário Trabalhista, jornal hoje desaparecido. Colhia informações e revisava o texto do repórter de polícia, Rodrigues da Silva.
Uma das primeiras lições que aprendi foi discernir sobre a distinção óbvia de que polícia é polícia, bandido é bandido, e jornalista é jornalista. Estas três peças do noticiário policial não poderiam jamais ser embaralhadas.
Abalava profundamente a ética uma possível relação de policial com bandido e qualquer um dos dois com um repórter. Às vezes, até uma simples suspeita poderia custar o emprego na Secretaria de Segurança e cortar a carreira do jornalista.
A coisa mudou. Como comportamento de um mandatário se reflete sobre os seus comandados, um corrupto no governo degenera os princípios morais da administração pública, como um legume podre deteriora toda sacola que o guarda.
Há mil e tantos exemplos de prefeitos, governadores e até de presidente da República que se deterioraram, de juízes e policiais que enveredaram pelo caminho da bandidagem, e de jornalistas que abdicaram à vocação profissional pervertendo a sua função social.
Sem ser por corporativismo – juro – acho que o estamento social que menos se adulterou foi o jornalismo. São exemplares os bons profissionais que militam na imprensa atual, desde os grandes veículos de comunicação aos órgãos interioranos; na onda do rádio, na telinha da tevê e na Rede Social.
Quando se noticia uma invasão de propriedade, a explosão de uma caixa eletrônica ou o arrombamento de um cofre colhe-se a informação da Polícia. Se o suspeito vira réu, os dados saem da Justiça.
Tratando-se da atual e desenfreada roubalheira na administração pública, a cachoeira de denúncias impede que sejam escondidos os malfeitos e seus autores. E a imprensa esteve presente com excelentes trabalhos da reportagem investigativa, acompanhando desde o começo o arrastão dos subornos, peitas e propinas no Ministério dos Transportes.
O aperfeiçoamento dos métodos de corromper pelo lulo-petismo diferenciou a prática dos antigos desvios de verbas públicas, de extravio e apropriação dos bens patrimoniais do Estado. A política de deixar fazer e deixar passar os alcances, no Erário, por políticos profissionais sedimentou-se com o loteamento do Governo.
Os ministérios são capitanias – felizmente não hereditárias – controladas pelos partidos, que colhem os dízimos para engordar caixinhas eleitorais ou vão direto para os bolsos dos chefetes apelidados de “líderes”.
As descobertas atuais da patifaria politiqueira é a colheita de uma semeadura consciente, teimosa e perseverante de um projeto de poder. A queda uma a uma das pedras de dominó, Casa Civil, Transportes, Agricultura e Turismo, arrastando vários setores da administração pública assustam.
Essa patifaria é uma droga estupefaciente, tonteando a opinião pública, diante do comportamento inusitado da presidente Dilma. Ela vinha se mostrando séria, tratando com moderação as denúncias feitas ao seu governo. Chegou a apoiar publicamente o que seus marqueteiros batizaram de “faxina” e foi elogiada por isso.
Neste capítulo do Turismo atrás das grades, porém, parece que Dilma baqueou diante da pressão dos 301 picaretas que a cercam, reabilitando o modo lulo-petista de governar, isto é, aceitando a criminologia contida na espúria aliança partidária.
Com os pelegos do PT de um lado e as raposas prateadas do peemedebismo do outro, tendo seu criador como conselheiro, deleta os escândalos, absolve os protagonistas, blinda os parceiros mais chegados e acoberta os interesses ilegítimos disfarçados de governabilidade.
Acho que não dá mais tempo para uma recuperação de consciência patriótica. A presidência, além dos antigos e conhecidos picaretas, está cercada de pelegos personalistas e incompetentes, tipo Ideli Salvatti, Marta Suplicy, Mercadante, e Vacarezza, cuja defesa da corrupção é o ataque à imprensa.
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Juíza é assassinada no Rio; outros 69 estão ameaçados
Linha dura contra milícias, Patrícia Acioli levou 21 tiros; magistrados reclamam de insegurança em todo o País
Uma juíza foi assassinada ontem com 21 tiros ao ser cercada em seu carro, quando chegava em casa, em Niterói (RJ). Patrícia Lourival Acioli, de 47 anos, era conhecida por atuar de forma rigorosa contra policiais envolvidos com milícias, grupos de extermínio e máfias de vans, combustível e caça-níquel, além de traficantes e bicheiros. O caso expôs a insegurança de juízes que lidam com o crime organizado –uma lista da Corregedoria Nacional de Justiça relaciona 69 magistrados sob risco no País. Patrícia contou com escolta policial entre 2002 e 2007, mas, quando soube que a proteção seria reduzida a apenas um PM, irritou-se e preferiu abrir mão dela. “Não há segurança nenhuma”, disse o juiz titular da lª Vara Criminal do Rio, Fábio Uchôa. Na Bahia, os magistrados temem ser mortos dentro do próprio tribunal.
Política de segurança do Estado entra em xeque
O assassinato da juíza Patrícia Acioli ocorre em um momento difícil para a política de segurança do Rio, que voltou a conviver com crimes de grande repercussão – como o sequestro de um ônibus, na terça. (Estadão)
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Muito além das algemas – Fotos de presos provocam dura reação
Planalto e aliados dizem que vazamento é inaceitável; Cardozo pede investigação ao CNJ
A publicação de fotos de seis presos na Operação Voucher, incluindo o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Costa, e do ex-deputado Colbert Martins, causou forte reação em Brasília. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pediu ao STF que o Conselho Nacional de Justiça investigue o vazamento, que teria sido feito pela Polícia Civil do Amapá. A presidente Dilma discutiu o assunto com Cardozo. O Planalto considerou inaceitável a divulgação das fotos num jornal do Amapá. Aliados e advogados dos acusados também protestaram. Ontem, a Justiça Federal mandou soltar 16 presos. Oito deverão pagar fianças de R$ 109 mil a 163,5 mil, como prevê a legislação sancionada em maio, que mudou o Código Penal. Costa não poderá reassumir o cargo. (O Globo)
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Chamadas de capa_13.ago.11
FOLHA DE SÃO PAULO – ‘É pro governo, joga o valor vezes três’, diz foragido
ZERO HORA – Vazamento de fotos agrava crise política
O ESTADO DE SÃO PAULO – Fotos de presos pela PF geram crise
CORREIO BRAZILIENSE – Aliados tentam barrar CPI sobre corrupção
O GLOBO – Rio tem 13 magistrados sob proteção policial
JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Esquema tinha cúmplices na Caixa, diz PF
ESTADO DE MINAS – Ministério foi alertado sobre convênio fraudado
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Luiz Melodia – Cabritada Mal Sucedida
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Dilma congelará em 2012 os gastos não obrigatórios
De novo, a crise: Governo pretende deixar cerca de 25% do Orçamento do ano que vem sem correção pela inflação
O governo Dilma Rousseff decidiu congelar a maior parte dos gastos obrigatórios no projeto de Orçamento para 2012. A determinação, reforçada pelo temor de efeitos da crise internacional, se refere à parcela de despesas em que o governo pode mexer livremente.
Ações não obrigatórias mas consideradas prioritárias, como a plano de combate à pobreza extrema, o PAC e iniciativas como bolsas de estudo para jovens no exterior, serão poupadas. (Folha de SP)
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Turismo no Planeta Corrupção
Depoimentos ligam deputada a propina
Detidos pela Polícia Federal acusam Fátima Pelaes; Temer fala em ‘exagero’ na operação Três detidos na Operação Voucher afirmaram à Polícia Federal que a deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP) se beneficiava das fraudes no Ministério do Turismo. Fátima é autora das emendas cujos recursos teriam sido desviados. Segundo três pessoas ligadas à Conectur, ela recebia propina depois que as emendas eram liberadas. O vice-presidente Michel Temer disse que a PF exagerou e o uso de algemas “pegou muito mal”.
Curso de 10 minutos com verba do Turismo
A ONG Sociedade Evangélica Beneficente, do Paraná, recebeu do Ministério do Turismo R$ 7,5 milhões para dar cursos de qualificação. Mas o treinamento pode ser concluído em dez minutos pela internet.
No TCU, acesso privilegiado
O escritório do advogado Tiago Cedraz, filho do ministro do TCU Aroldo Cedraz, atua em processos no tribunal e também, segundo a PF, advogava para o Ibrasi, ONG pivô das prisões no Turismo. (O Globo)
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Chamadas de capa_12.ago.11
FOLHA DE SÃO PAULO – Convênio suspeito de fraude tem clone no PR
ZERO HORA – PMDB ameaça boicotar Dilma no Congresso
VALOR ECONÔMICO – CNBB defende investigação de denúncias de corrupção
O ESTADO DE SÃO PAULO – Deputada do PMDB recebeu dinheiro desviado do Turismo
CORREIO BRAZILIENSE – Oitenta mil concursados com vaga garantida
O GLOBO – Depoimentos ligam deputada a propina
JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Oposição costura apoio para criar a CPI Mista
ESTADO DE MINAS – Festança ainda arromba cofres
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Artigo
Turismo no Brasil é o “Grand Tour” da corrupção´
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Antes dos finalmente, achei interessante ver o conceito de turismo no mundo e sua distorção no Brasil, onde se criou um ministério específico para dar empregos e para facilitar a roubalheira dos profissionais da corrupção.
Dizem que é complicado definir o turismo, mas é puro esnobismo, porque turismo nada mais é do que viajar buscando paisagens estranhas, conhecendo coisas novas e contatando pessoas de costumes diferentes. A História registra que surgiu na Inglaterra colonialista o ciclo de viagens pelo império vitoriano, onde o sol nunca se punha.
Jovens ingleses ricos saiam pelo mundo designando isto de “Grand Tour”, ficando conhecidos como “touristes”, termo mais tarde consagrado na literatura por Stendhal nas suas “Mèmoires d’un Touriste”.
No Brasil o turismo não teve esta semelhança. Começou com a vinda dos degredados, a migração forçada dos negros e com os indígenas perseguidos em fuga do litoral. Deve ter sido penoso, pois a concepção de turismo que nos foi transmitida não é lazer, ou aventura, mas fuga, saque ou busca predatória.
Nos tempos atuais, do Ministério do Turismo, os turistas perambulam e se locupletam na administração pública. Ganham cargos por apadrinhamento espúrio e praticam fraudes, como se viu agora rastreadas desde o governo do “ex” Lula da Silva, marcado pela tatuagem comprometedora das máfias,
Na Era Lula levou-se ao apogeu a infame tradição patrimonialista da mescla dos interesses privados com o tesouro nacional. De lá para cá, assiste-se que não é apenas num órgão governamental que avaliza práticas fraudulentas, como no Turismo, onde um dos seus chefes, o secretário-geral do Turismo, Frederico Silva Costa, orientava empresários a montarem firmas de fachada para assinar convênios lesivos ao Erário.
O Turismo ficou visível recentemente, com prisões de ocupantes de segundo e terceiro escalões, inclusive o número 2 desta secretaria de Estado. Na Operação Voucher, da Polícia Federal e Ministério Público, ficaram escancaradas rotinas contrárias às leis e à Justiça.
Lá, se desvendou também que os tentáculos da corrupção e da astúcia alcançavam vários organismos do aparelho estatal, inclusive o Tribunal de Contas da União, através do filho de um ministro, contratado para antecipar informações sobre processos que tramitavam na Corte.
Uma das gravações feitas pela PF registra como esse escritório de advocacia agia para defender a quadrilha. Um sócio de Tiago Cedraz, o filho do ministro, diz a um interlocutor que “Quanto ao tribunal, sabemos tudo o que se passa”.
O capítulo que transcorremos não pontual. Percorre uma esteira de malfeitos na Casa Civil, Transportes, Agricultura, no interior e nas ramificações desses órgãos administrativos.
Incrível, não é? Mas o pior é que desacatando a opinião pública que condena as deformações, desvios, favorecimentos, propinas e traficâncias, é a própria presidente da República e os ministros “da casa”, saírem em defesa dos executores das contravenções, delitos e crimes praticados contra o Erário.
Os ocupantes do poder chegaram ao extremo restringir à Polícia Federal as investigações do itinerário dos escândalos, desautorizando-as e condenando-as.
Defensores do PT-governo seguem o roteiro oficial de inocentar as quadrilhas que atuam nos serviços públicos. Além do comprometido “ex” Lula, o ministro da Justiça se mostrou aborrecido e descontente com a ação de “sua” polícia. Ambos consideraram a devassa inexplicável, as detenções precipitadas e o uso de algemas condenável.
As figuras secundárias, sabujos ministeriais, também se pronunciaram contra a Operação Voucher, por cumplicidade, como fazem no Congresso os 300 picaretas, enquanto os “ideólogos da bandidagem” fazem eco à condenação da varredura dos corruptos.
Argumentam que uma Operação Mãos Limpas no Brasil ameaçaria a governabilidade fazendo em pedaços o arrimo da Presidência, sem ver que isto já ocorre, com a descaracterização dos valores morais pela ambição e a manutenção do poder pelo poder.
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Cúpula do Turismo deu aval a fraude em convênios
Gravação mostra também que secretário executivo orientou empresário a montar instituto de fachada
Uma gravação telefônica da operação da Polícia Federal no Turismo mostra o secretário executivo do ministério, Frederico Silva Costa, orientando um empresário a montar entidade de fachada para assinar convênio com o governo federal e liberar dinheiro, informa o repórter Leandro Colon. Frederico foi um dos presos na terça-feira sob a acusação de envolvimento em esquema fraudulento no ministério. O relatório do Ministério Público, que atuou em conjunto com a PF, mostra que a cúpula do Turismo avalizava as prestações de contas fraudadas entregues pelas entidades de fachada que faziam convênios. O Tribunal de Contas da União bloqueou novos pagamentos à entidade protagonista do escândalo no Turismo. (Estadão)
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