Arquivo do mês: agosto 2011
Denúncias derrubam outro ministro, agora do PMDB
Rossi deixa Agricultura após admitir uso de jatinho de empresa agropecuária
Menos de 24 horas após admitir com naturalidade o uso de um jatinho da Ourofino, empresa do setor agropecuário, o ministro da Agricultura, o peemedebista Wagner Rossi, perdeu as condições de permanecer no cargo e caiu. Em menos de três meses, é o quarto ministro demitido do governo Dilma, depois de Antonio Palocci, Alfredo Nascimento e Nelson Jobim. Rossi sai em meio a escândalos em pastas comandadas por aliados: Transportes, Turismo e Agricultura. Com Rossi no ministério, repasses do governo federal para a Ourofino cresceram. Só em financiamentos, foram R$ 38,9 milhões em 2010, contra R$ 13,6 milhões em 2009. Para aliados, Rossi saiu para proteger o vice-presidente Michel Temer, que patrocinou sua indicação. O líder do governo no Congresso, Mendes Ribeiro, é cotado para a vaga. O ministro do Turismo, Pedro Novais, disse que fica no cargo até Dilma dizer o contrário. (O Globo)
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Primeiras páginas_18.ago.11
O GLOBO – Denúncias derrubam outro ministro, agora do PMDB
FOLHA DE SÃO PAULO – Denúncias derrubam o 4° ministro do governo Dilma
CORREIO BRAZILIENSE – Polícia Federal investiga atuação de lobista
O ESTADO DE SÃO PAULO – Quarto ministro de Dilma a cair, Rossi vê complô político
ESTADO DE MINAS – PF prende 23 por fraudes de R$ 1 bilhão
ZERO HORA – Agricultura será comandada por deputado gaúcho
VALOR ECONÔMICO – Rossi é o 4º ministro a deixar o governo
JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Escândalo derruba mais um ministro
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Artigo
Para combater a corrupção, toda tentativa é válida?
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br
Acredito sinceramente que vale a pena toda e qualquer tentativa para matar no nascedouro o foco de corrupção que ameaça o País como uma epidemia. Analiso e constato que a corrupção é secular, mas atesto convictamente que esta infecção maligna se expandiu graças à política condescendente e solidária do ex-presidente Lula da Silva.
Nos primeiros oito anos de governo petista o loteamento de ministérios e empresas estatais, e o reles varejo para preenchimento de mais de 20 mil cargos, deflagraram o surto depravado de assalto ao dinheiro público. Tudo escancarado e impunemente.
Aí está, sem dúvida, o centro de convergência de todos os ilícitos recém-descobertos nos primeiros meses do novo governo do PT, agora sob a presidência de Dilma Rousseff.
Mil e uma fraudes, propinas e relacionamento público-privado espúrio, são denunciados pela imprensa e investigados em ações conjuntas do Ministério Público e Polícia Federal. A última, no Ministério do Turismo – a Operação Voucher – levou 36 suspeitos de corrupção para a cadeia, sob aplausos da opinião pública.
Numa subversão da ordem moral e ética, o procedimento republicano do MP e da PF deixou a Presidente irritada. Aliás, segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, “furiosa”.
Não dá para entender o porquê da irritação e fúria de Dilma. Uma versão saída do Planalto dá a entender que ela condenou as medidas de busca e apreensão dos suspeitos por duas razões: 1) Por que não foi informada antecipadamente; 2) Pelo envolvimento de pessoas filiadas ao PT e ao PMDB.
Conspiradores de plantão rebatem estes rumores e interpretam a coisa de outra forma, partindo do princípio de que Presidente da República não precisa acompanhar arremetidas policiais; e se perguntam o que Dilma teria feito se tomasse conhecimento prévio da operação. Proibiria o trabalho da PF? Ordenaria que não houvesse presos? Enfim, qual seria o seu comprometimento, com a repressão ou com os suspeitos?
É impossível saber-se o que se passa na cabeça da Presidente, principalmente após os ocorridos, e só uma coisa é certa, ela corre para tranqüilizar os padrinhos dos pseudo-corruptos em nome de uma aberração chamada “governabilidade”.
Temendo que a contaminação da aversão apavorante pelo perigo da “ingovernabilidade”, os bondosos senadores Cristovam Buarque e Pedro Simon arregimentaram uma frente suprapartidária de apoio à Chefe da Nação, oferecendo-lhe condições necessárias de “governabilidade” para que ela mantenha a austeridade e as medidas impositivas pela moralidade pública.
O interessante é que nenhum membro da bancada do PT, partido de Dilma, aderiu ao movimento, com exceção de Eduardo Suplicy, cuja imprevisibilidade é notória. É estranho que os “companheiros” se esquivem de um apoio político que pretende austeridade, moralidade, gestão, qualidade e profissionalização do serviço público.
A Presidente, por sua vez, parece que também não deu importância aos senadores que lhe propuseram ajuda; pelo contrário, ancorou resolutamente na inversão de valores, reagindo contra a PF e deixando de lado prováveis lesões ao Erário e outros prováveis crimes contra o Patrimônio Nacional.
Confraternizando com os suspeitos de ilícitos e seus padrinhos, Dilma igualou-se a eles, acobertando o empreguismo, o favorecimento, o nepotismo, as propinas e o tráfico de influência.
Temendo enfrentar a discutível inimiga imaterial “governabilidade”, o Palácio do Planalto dá sinal verde para o livre trânsito de lobistas nos corredores ministeriais, para licitações fraudulentas e para nomeações de fichas-sujas. Fica consentida a rede de ligações pessoais, partidárias e profissionais patrocinada pelos “líderes aliados”.
Enquanto isto, os ingênuos senadores continuam acreditando que toda tentativa é válida para combater a corrupção…
Com 41 na Câmara, PR deixa base e promete devolver cargos de 2º escalão
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), admitiu que ele e um de seus filhos, o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB-SP), viajaram em jatinho de US$ 7 milhões da Ourofino Agronegócios. Graças a Rossi, a Ourofino foi uma das pioneiras no mercado nacional de produção de vacinas para a aftosa, nicho bilionário, antes dominado por multinacionais. Amigo do ministro e seu assessor especial no ministério, Ricardo Saud é fundador de uma subsidiária do Grupo Ourofino. Em nota, o ministro disse que pegou carona no avião “raras vezes”, sem detalhar em quais datas. Disse ainda que o processo para a liberação da vacina foi iniciado em 2006, antes de sua nomeação para o cargo, e envolveu avaliações técnicas. Mas a autorização para fabricar vacina é de outubro do ano passado, já com Rossi ministro. No centro dos escândalos no Transporte, que derrubaram o ministro e quase 30 pessoas, o PR anunciou sua saída da base do governo no Congresso e que entregará os cargos que ocupa. O PR tem 41 deputados e sete senadores, o que pode dificultar a vida do governo no Congresso. E tem de 12 a 17 superintendências do Dnit e uma diretoria de Furnas, entre outros cargos. (O Globo)
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Chamadas de capa_17.ago.11
O GLOBO – Ministro da Agricultura considera normal usar jato de agroempresa
JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Dilma veta aumento real para aposentados
FOLHA DE SÃO PAULO – Tele estrangeira poderá controlar televisão a cabo
CORREIO BRAZILIENSE – Ministro fere a ética pública e acha pouco
O ESTADO DE SÃO PAULO – Por paz com PMDB, Dilma mantém Rossi
ESTADO DE MINAS – Ministro infringiu Código de Ética
ZERO HORA – Deserção do PR deixa Dilma refém do PMDB
VALOR ECONÔMICO – Dilma assume compromissos com PMDB
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Dilma veta aumento real já acertado para aposentados
Decisão atinge quem ganha acima do mínimo; total de vetos é recorde
A presidente Dilma Rousseff passou por cima do acordo entre a base aliada e a oposição e vetou artigo da lei do Orçamento que garantia aumento real (superior à inflação) em 2012 para os aposentados com pensões acima de um salário mínimo. Com o veto, eles só deverão ter o reajuste correspondente à inflação, como determina a legislação atual. O governo alega que não tem como calcular os recursos necessários para cumprir o acordo. Dilma vetou pontos que limitavam gastos públicos e impediam que despesas crescessem acima dos investimentos. Com as medidas, Dilma sinaliza que o Orçamento de 2012 será de arrocho nos gastos e que o governo pretende ter controle mais rígido sobre os cortes e as áreas que serão ou não poupadas. Ao todo, foram 32 vetos – um recorde. A oposição considerou um desrespeito ao Congresso a quantidade inédita de vetos e ameaça obstruir sessões de interesse do governo até que eles sejam postos em votação. (O Globo)
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Chamadas de primeira página_16.ago.11
O GLOBO – Dilma veta aumento real já acertado para aposentados
JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Dilma veta aumento real para aposentados
FOLHA DE SÃO PAULO – Para servidor, ministério de Rossi está corrompido
CORREIO BRAZILIENSE – Aposentados vão ficar sem ganho real em 2012
O ESTADO DE SÃO PAULO – Fora do cargo, Pagot ”assina” contrato do Dnit
ESTADO DE MINAS – Aposentados ficam sem aumento real em 2012
ZERO HORA – Dilma veta ganho real para aposentados
VALOR ECONÔMICO – Governo inicia ofensiva para unificar previdência de servidores
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Rede de laranjas e notas frias alimentam fraudes no Turismo
Empresa investigada pela PF tem o mesmo endereço de outras 200
Principal beneficiária dos desvios de recursos do Ministério do Turismo, a ONG Ibrasi operava com ajuda de empresas de fachada especializadas em emitir notas fiscais falsas e fraudar concorrências. Com sedes e donos diferentes, elas são na verdade uma rede: os sócios se conhecem e operam em conjunto. Uma das firmas subcontratadas pelo Ibrasi, a Barbalho Reis Comunicação e Consultoria, informa como endereço uma sala no centro de Brasília – mas uma secretária disse que no local funcionam mais de 200 empresas. Na suposta sede da Sinc, outra consultoria investigada, ninguém conhece tal empresa. Segundo relatório da Polícia Federal, os sócios das duas empresas são irmãos. A PF descobriu que notas frias emitidas por empresas diferentes foram preenchidas pela mesma pessoa. (O Globo)
Alvo da PF no Turismo, ONG fica em Igreja
Entidade que deu origem ao esquema de corrupção investigado no Ministério do Turismo, a Conectur é registrada numa igreja evangélica, informa o repórter Leandro Cólon. A ONG recebeu R$ 2,5 milhões do governo, mas no endereço funciona a Assembléia de Deus Casa de Oração Betel. O pastor Wladimir Furtado, dono da Conectur, mora no local e foi preso na Operação Voucher, da Polícia Federal.
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Chamadas de 1ª página_14.ago.11
FOLHA DE SÃO PAULO – Agricultura pagou R$ 5,5 mil a empresa em nome de laranjas
CORREIO BRAZILIENSE – Brasiliense aprende a driblar o trânsito
O GLOBO – Rede de laranjas e notas frias alimentam fraudes no Turismo
JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Crise global também chega a seu bolso
ESTADO DE MINAS – Ficha suja, dinheiro limpo
ZERO HORA – Novas denúncias contra ministro
O ESTADO DE SÃO PAULO – Alvo da PF no Turismo, ONG fica em Igreja
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Artigo
Defesa dos corruptos é atacar a imprensa
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
Já lá se vão mais de sessenta anos que iniciei a minha vida de jornalista como uma espécie de estagiário (figura que não havia naquele tempo) na pequena redação do Diário Trabalhista, jornal hoje desaparecido. Colhia informações e revisava o texto do repórter de polícia, Rodrigues da Silva.
Uma das primeiras lições que aprendi foi discernir sobre a distinção óbvia de que polícia é polícia, bandido é bandido, e jornalista é jornalista. Estas três peças do noticiário policial não poderiam jamais ser embaralhadas.
Abalava profundamente a ética uma possível relação de policial com bandido e qualquer um dos dois com um repórter. Às vezes, até uma simples suspeita poderia custar o emprego na Secretaria de Segurança e cortar a carreira do jornalista.
A coisa mudou. Como comportamento de um mandatário se reflete sobre os seus comandados, um corrupto no governo degenera os princípios morais da administração pública, como um legume podre deteriora toda sacola que o guarda.
Há mil e tantos exemplos de prefeitos, governadores e até de presidente da República que se deterioraram, de juízes e policiais que enveredaram pelo caminho da bandidagem, e de jornalistas que abdicaram à vocação profissional pervertendo a sua função social.
Sem ser por corporativismo – juro – acho que o estamento social que menos se adulterou foi o jornalismo. São exemplares os bons profissionais que militam na imprensa atual, desde os grandes veículos de comunicação aos órgãos interioranos; na onda do rádio, na telinha da tevê e na Rede Social.
Quando se noticia uma invasão de propriedade, a explosão de uma caixa eletrônica ou o arrombamento de um cofre colhe-se a informação da Polícia. Se o suspeito vira réu, os dados saem da Justiça.
Tratando-se da atual e desenfreada roubalheira na administração pública, a cachoeira de denúncias impede que sejam escondidos os malfeitos e seus autores. E a imprensa esteve presente com excelentes trabalhos da reportagem investigativa, acompanhando desde o começo o arrastão dos subornos, peitas e propinas no Ministério dos Transportes.
O aperfeiçoamento dos métodos de corromper pelo lulo-petismo diferenciou a prática dos antigos desvios de verbas públicas, de extravio e apropriação dos bens patrimoniais do Estado. A política de deixar fazer e deixar passar os alcances, no Erário, por políticos profissionais sedimentou-se com o loteamento do Governo.
Os ministérios são capitanias – felizmente não hereditárias – controladas pelos partidos, que colhem os dízimos para engordar caixinhas eleitorais ou vão direto para os bolsos dos chefetes apelidados de “líderes”.
As descobertas atuais da patifaria politiqueira é a colheita de uma semeadura consciente, teimosa e perseverante de um projeto de poder. A queda uma a uma das pedras de dominó, Casa Civil, Transportes, Agricultura e Turismo, arrastando vários setores da administração pública assustam.
Essa patifaria é uma droga estupefaciente, tonteando a opinião pública, diante do comportamento inusitado da presidente Dilma. Ela vinha se mostrando séria, tratando com moderação as denúncias feitas ao seu governo. Chegou a apoiar publicamente o que seus marqueteiros batizaram de “faxina” e foi elogiada por isso.
Neste capítulo do Turismo atrás das grades, porém, parece que Dilma baqueou diante da pressão dos 301 picaretas que a cercam, reabilitando o modo lulo-petista de governar, isto é, aceitando a criminologia contida na espúria aliança partidária.
Com os pelegos do PT de um lado e as raposas prateadas do peemedebismo do outro, tendo seu criador como conselheiro, deleta os escândalos, absolve os protagonistas, blinda os parceiros mais chegados e acoberta os interesses ilegítimos disfarçados de governabilidade.
Acho que não dá mais tempo para uma recuperação de consciência patriótica. A presidência, além dos antigos e conhecidos picaretas, está cercada de pelegos personalistas e incompetentes, tipo Ideli Salvatti, Marta Suplicy, Mercadante, e Vacarezza, cuja defesa da corrupção é o ataque à imprensa.
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