Arquivo do mês: dezembro 2008
Governo quer ampliar o uso do FGTS para a infra-estrutura Os trabalhadores poderão, em 2009, usar recursos do FGTS para investir em infra-estrutura, à semelhança do ocorrido em 2000, quando o governo permitiu o uso de parte do fundo para comprar ...
Real vira moeda mais instável do mundo e dificulta negócios Levantamento feito para o jornal Estado de São Paulo pela corretora B&T revela que o real foi a moeda mais instável do mundo no segundo semestre. Em 12 de setembro, véspera ...
Ataque a Gaza põe mundo em alerta Os primeiros jatos da Força Aérea Israelense rasgaram o céu da Faixa de Gaza às 11h30 (7h30 em Brasília) e iniciaram o bombardeio mais sangrento dos últimos 20 anos. O saldo foi devastador: pelo ...
Veja Capa - RETROSPECTIVA 2008 – PERSPECTIVA 2009 – O ano em que o trem quase parou – Bolhas financeiras resultam de uma combinação de euforia, falta de regras, desconhecimento de muitos e esperteza de poucos. Quando estouram, produzem crises doloridas. ...
Bolsa no Brasil perde US$ 835 bi em 2008 A crise econômica global fez a Bolsa de Valores brasileira perder US$ 835 bilhões este ano – ou R$ 1,979 trilhão. Com o agravamento da turbulência financeira, o valor das ações das ...
Poesia
Mulher proletária
Mulher proletária — única fábrica
que o operário tem, (fabrica filhos)
tu
na tua superprodução de máquina humana
forneces anjos para o Senhor Jesus,
forneces braços para o senhor burguês.
Mulher proletária,
o operário, teu proprietário
há de ver, há de ver:
a tua produção,
a tua superprodução,
ao contrário das máquinas burguesas
salvar o teu proprietário.
Jorge de Lima
O Poeta
Jorge de Lima nasceu em 1893 em União, Alagoas, perto da Serra da Barriga, onde Zumbi fundou seu famoso quilombo. Aos dez anos, passou a escrever para um jornal de seu colégio, onde publicou os poemas que fazia desde os sete anos.
Jorge de Lima estudou medicina na Bahia e no Rio de Janeiro. Ainda estudante, publicou seu primeiro livro, “XIV Alexandrinos”. Exerceu as funções de médico e ocupou diversos cargos públicos no estado de Alagoas.
Nos anos 1920 publicou vários livros de poemas, entre os quais “O Mundo do Menino Impossível” e “Essa Negra Fulô”, que é o título de seu poema mais conhecido. Em 1930 transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde lecionou na Universidade do Brasil e na Universidade do Distrito Federal. Em 1935 foi eleito vereador, ocupando depois a presidência da Câmara dos Vereadores.
Em 1935, Jorge de Lima converteu-se ao catolicismo e muitos de seus poemas passaram a refletir sua religiosidade. Publicou nesta época várias obras, entre elas “Tempo e Eternidade”, “Invenção de Orfeu” e “Livro de Sonetos”. Recebeu em 1940 o Grande Prêmio de Poesia, concedido pela Academia Brasileira de Letras.
Certa vez, sendo entrevistado para um jornal, em 1952, Jorge de Lima se definiu com singeleza: “Tenho um metro e 68 de altura, 59 quilos e meio e uso óculos. Sou meio careca e meio surdo. Sou católico praticante e meu santo é São Jorge. Visto sempre cinza e acordo às quatro da manhã, com os galos e a aurora. (…) Minha leitura predileta é poesia.(…) Sou casado, tenho dois filhos e quatro netos. Gosto de pintar, esculpir e compor.”
Os versos de Jorge de Lima figuram entre os mais importantes do modernismo brasileiro. O autor publicou também romances, ensaios e peças de teatro. Tendo tido formação autodidata em artes plásticas, publicou também o álbum de fotomontagens “A Pintura em Pânico”, com prefácio do poeta Murilo Mendes.
- Notícias
- Comentários desativados em Poesia
- Tweet This !
Charles Chaplin – O ultimo discurso de “O grande ditador”
[youtube=http://br.youtube.com/watch?v=QcvjoWOwnn4]
Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar a todos – se possível – judeus, o gentio… negros… brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros?
Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens… levantou no mundo as muralhas do ódio… e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquima, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis.
Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloquente à bondade do homem… um apelo à fraternidade universal… à união de todos nós.
Neste mesmo instante a minha voz chega a milhões de pessoas pelo mundo afora… milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas… vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes.
Aos que me podem ouvir, eu digo: “Não desespereis!”. A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia… da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano.
Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais… que vos desprezam… que vos escravizam… que arregimentam as vossas vidas… que ditam os vossos atos, a marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como um gado humano e que vos utilizam como carne para canhão!
Não sóis máquinas! Homens é o que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas é escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou um grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo , tendes o poder – poder de criar máquinas.
O poder de criar felicidade! Vós, o povo tendes o poder de tornar a vida livre e bela… de fazê-la uma aventura maravilhosa.
Portanto – em nome da democracia, usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo… um mundo bom que a todos asseguro o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém, escravizam o povo. Lutemos agora por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós.
Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontres, levanta os olhos! Vês, Hanna?!
O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal, começa a voar.
Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!
- Notícias
- Comentários desativados em Charles Chaplin – O ultimo discurso de “O grande ditador”
- Tweet This !
Manobra do governo para gastar R$ 14 bi A manobra do governo para garantir ao Fundo Soberano do Brasil R$ 14,2 bilhões planejados para gastar em investimentos em 2009, atropelando Congresso, baseia-se na emissão de títulos da dívida para capitalizar o ...
Frase da vez_3/27
“A colagem de alguns dos incontáveis melhores momentos de Lula mostra como deve falar quem quer ser compreendido pelo povo”.
Augusto Nunes, jornalista
- Comentários desativados em Frase da vez_3/27
- Tweet This !
Os que optam pelo Estado anunciam sua volta triunfal. Lembram-me um ministro húngaro: antes uns fanáticos nos garantiam que o Estado resolve tudo; agora vieram outros fanáticos, dizendo que o mercado resolve tudo. É a melhor combinação dos dois que ...
Comentários Recentes