Arquivo do mês: agosto 2008

SALÁRIO-MÍNIMO

Orçamento propõe mínimo de R$ 464,72

A proposta de Orçamento de 2009 prevê que o salário mínimo suba de R$415 para R$464,72 em fevereiro, com pagamento até o quinto dia útil de março. A alta é de 11,98%. O texto estima que o PIB cresça 4,5% em 2009, 0,5% ponto percentual abaixo do índice anual projetado para o segundo mandato do presidente Lula.

+ OBITUÁRIO

O banqueiro, criador do Itaú e ex-prefeito de São Paulo Olavo Setúbal morreu ontem aos 85 anos, de insuficiência cardíaca. Stella Maris, mulher de Dorival Caymmi, morreu aos 86 anos, onze dias depois do músico.

RAPOSA SERRA DO SOL

Relator apóia índios contra arrozeiros

Relator do caso da reserva indígena Raposa/Serra do Sol (Roraima) no Supremo Tribunal Federal, o ministro Carlos Ayres Britto votou no julgamento do STF pela total retirada de não-índios da região. Ele votou também pela manutenção da demarcação de forma contínua. Carlos Alberto Direito, que votaria a seguir pediu vista do processo, interrompendo o julgamento. Não existe prazo para que Direito apresente seu voto,mas ele deverá respeitar pedido do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, para fazê-lo neste semestre. A demarcação da Raposa/ Serra do Sol opõe de um lado o governo federal, índios e ONGs, que querem a manutenção do decreto que definiu a reserva numa área contínua de 1,7 milhão de hectares; do outro, arrozeiros que plantam na reserva.

ECONOMIA

Gastos públicos crescerão mais que economia em 2009

O projeto da lei do Orçamento da União para 2009 prevê aumento de gastos em proporção maior que o crescimento da arrecadação de Impostos. As despesas obrigatórias subirão 13,1%, chegando a R$ 455,9 bilhões. Já a receita líquida crescerá 12,5%. Só com o funcionalismo serão gastos R$ 155,3 bilhões, equivalente a 5% do PIB, o maior do governo Lula. O reajuste previsto para o salário mínimo é de 11,98%, elevando-o para R$ 464,72. A proposta mostra aumento da carga tributária, que atingirá 25,38% do PIB. A alta da inflação e dos juros, combinada com a desvalorização do dólar, levou o setor público a gastar R$ 18,7 bilhões (33% a mais) só em julho como pagamentos de encargos da dívida.

MANCHETES de hoje_28.ago.08

O GLOBO – Gastos públicos crescerão mais que economia em 2009

FOLHA DE SÃO PAULO – Relator apóia índios contra arrozeiros

ESTADO DE MINAS – STF adia julgamento sobre a demarcação da reserva indígena

ZERO HORA – Senado aprova reajustes entre 9% e 105% para 1,4 milhão de servidores

VALOR ECONÔMICO – Projeto governista de reforma política extingue quase metade dos partidos

JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Aumento de servidor federal passa no Senado e vai à sanção

CORREIO BRAZILIENSE – Em vez de médicos e hospital, abadá e ioga

TRIBUNA DO NORTE – Demissões de PMs deixam delegados civis sobrecarregados

A TARDE – Mínimo subirá para R$ 464,72 em 2009

JORNAL DO BRASIL – Cursos de Direito perdem 54% das vagas no país

GAZETA MERCANTIL – Planalto fatia proposta para evitar derrota no Congresso

ESTADO DE SÃO PAULO – Voto de relator no STF mantém reserva indígena

DIÁRIO DE NATAL – Governo propõe mínimo de R$464,72 para 2009

TRIBUNA DA IMPRENSA – Relator vota pela retirada de arrozeiros

Poesia

O Poeta

Já te despedes de mim, Hora.
Teu golpe de asa é o meu açoite.
Só: da boca o que faço agora?
Que faço do dia, da noite?

Sem paz, sem amor, sem teto,
caminho pela vida afora.
Tudo aquilo em que ponho afeto
fica mais rico e me devora.

Rilke

O Poeta

Nascido em Praga, na Tcheco-Eslováquia, Rainer Maria Rilke (1875-1926) inclui-se entre os mais altos nomes da poesia no século XX e certamente o mais alto em língua alemã. Durante largo período, a faceta metafísica da poesia de Rilke determinou uma verdadeira cisão entre poetas.

De um lado, postava-se uma enorme legião de influenciados pelos versos rilkeanos — nomeadamente, no Brasil, os poetas da chamada Geração de 45. De outro, os poetas de esquerda, que consideravam aquilo uma completa alienação. Pablo Neruda, no Canto Geral (1950), inclui Rilke entre os “falsos bruxos existenciais” e os “misterizantes”. Augusto de Campos conta que também os poetas concretos, por outras razões, puseram Rilke na geladeira.

Depois, houve uma reconciliação. Tanto que muitos de seus poemas são todos traduzidos por Augusto de Campos. O poeta concreto, naturalmente, prefere os “poemas-coisa” — expressão do próprio Rilke, Dinggedichte —, versos em que se destaca um discurso mais colado à realidade.

Fonte: Poesia.Net

Lupicínio Rodrigues

Grande compositor gaúcho, falecido há 34 anos, canta “Nervos de Aço.”

Lupicínio Rodrigues, cantor e compositor, nasceu na Ilhota, vila pobre do bairro Cidade Baixa em Porto Alegre, RS, no dia 16/9/1914 e faleceu, por insuficiência cardíaca, na mesma cidade no dia 27/8/1974.

“Na última grande entrevista que deu à imprensa, para o Pasquim, em 1973, perguntado sobre o que estava achando do panorama musical brasileiro, se não se sentia meio deslocado, respondeu com uma ponta de amargura (ainda não havia sido redescoberto) e outra de orgulho:

‘Eu não tenho nada com o ambiente musical brasileiro. Eu não sou músico, não sou compositor, não sou cantor. Não sou nada. Eu sou um boêmio.”

Britto vota pela demarcação contínua da Raposa Serra do Sol

O relator Carlos Ayres Britto, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), acaba de anunciar voto favorável à demarcação da reserva indígena Raposa Serra do Sol em área contínua, proibindo a presença de não-índios na região.

A ação em julgamento foi protocolada pelos senadores Augusto Botelho (PT-RR) e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). Ambos são contrários à demarcação de forma contínua.

A demarcação da Raposa Serra do Sol foi determinada pelo Ministério da Justiça em 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso e homologada por Lula em abril de 2005. Mas, até hoje, por respaldo de uma liminar do STF, existem arrozeiros insurgidos na reserva.

É do voto do ministro Ayres Britto o que segue:
– Os índios mantêm com o meio ambiente uma relação de unha e carne.
– Assim como os não-índios conservam sua identidade pessoal e étnica no convívio com os índios, os índios também conservam sua identidade étnica e pessoal no convívio com os não-índios. Pois também eles, os índios, tem o direito de nos catequizar um pouco.

– Estados e municípios costuma ver as terras indígenas como desvantajosa mutilação de seus territórios e acabam por mais do que proteger as populações indígenas, empurrá-las cada vez mais para regiões inóspitas do Brasil.

– Apesar da Constituição defender os índios, ela teve o cuidado de não falar em territórios indígenas, mas sim de terras indígenas. E já ficou demonstrado que terra indígena e ente jurídico são inconfundíveis. Tal como água e óleo não se misturam.

– Quem proíbe o Estado de ocupar o espaço que lhe cabe? E os índios vão pagar porque o Estado não defende as áreas de fronteira? Os índios se opuseram com eficiência e bravura às invasões de estrangeiros.

– Para mim, o modelo é contínuo. Um modelo sem a presença de ilhas. Os índios brasileiros são visceralmente avessos a qualquer idéia de nichos, guetos, cercas, muros viveiros. Práticas adotadas do tipo insular ou queijo suíço.

Atualização das 17h51 – Ministro Menezes Direito, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu mais tempo para analisar o processo tão logo Ayres Britto, relator da ação, anunciou seu voto.

Gilmar Mendes, presidente do STF, suspendeu a sessão, mas não marcou nova data para retomada do julgamento.

Entenda o que está em discussão no Supremo em: STF julga demarcação da reserva Raposa Serra do Sol

Fonte: Noblat

  • Comentários desativados em Britto vota pela demarcação contínua da Raposa Serra do Sol

Pennacchi

Fúlvio Pennacchi - Esmola de Sto Antonio 1938
Esmola de Sto. Antônio (1938)

Fúlvio Pennacchi (Itália 1905 – São Paulo SP 1992) Estuda em Florença e diploma-se em pintura pela “Academia Real de pintura de Lucca”. Em julho de 1929 chega ao Brasil, estabelecendo-se em São Paulo. Em 1930/35 cria os trabalhos a óleo “Cenas da Vida de São Francisco” e a série das “Obras de Caridade Corporais e Espirituais”.

Em 1935, realiza suas primeiras exposições no Brasil. Daí em diante, executaria vários trabalhos, entre murais, afrescos, ilustrações e trabalhos a óleo, lidando com cerâmica apenas em 1952. Em 1951 participa da I Bienal de São Paulo. Realizando produção intensa, em 1973 leva ao conhecimento do público e da crítica toda a obra desenvolvida no período de 1965 a 1972, quando é realizado um filme documentário sobre a sua vida e é organizada uma grande retrospectiva no MASP, juntamente com o lançamento do livro “Pennacchi – 40 anos de pintura”.

Também realiza mostra de trabalhos em Milão, organizada pelo Itamarati e recebe a Medalha de Ouro da cidade de Lucca, Itália.Em 1975, recebe do Presidente da República Italiana a Ordem “Al Mérito Della República Italiana”com o grau de Comendador. Um artista já consagrado, participa ainda de inúmeras exposições, recebendo muitos prêmios.

Tematicamente, a obra de Pennacchi divide-se entre temas sacros, que pinta com grande rigor na marcação das figuras, e cenas e pessoas do povo, que trabalha com maior liberdade. Pennacchi construiu obras de imensa riqueza poética, de uma singeleza raras vezes observada.

Míriam Leitão comenta…

Em dia de deflação no IGP-M causada principalmente pela queda das commoditites nos mercados internacionais, vale a pena dar uma olhada mais a fundo nesses preços.

Como já foi dito no post anterior, com a nossa demanda interna muito aquecida, a inflação brasileira acaba ficando muito exposta a variação de preços dos alimentos, que tem oscilado muito.

A partir de setembro do ano passado, os preços das commodities dispararam, em grande parte por causa da demanda chinesa. De julho para cá, no entanto, os preços caíram, com a perspectiva de redução do crescimento das principais economias do mundo.

A pergunta que fica é: qual a tendência a partir de agora? Os preços continuarão caindo ou vão se sustentar num patamar elevado.

Para ler na íntegra clique em Para onde vão as commodities?