Arquivo do mês: janeiro 2008

Copom decide manter juros em 11,25% ao ano; taxa é a mesma há 4 reuniões.

O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, decidiu manter a Selic (taxa básica de juros) em 11,25% ao ano, percentual que está em vigor desde setembro de 2007. Em nota, o comitê justificou a decisão afirmando que, “avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para inflação, decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 11,25% ao ano, sem viés”. A nota ainda acrescenta que “o Comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até a sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”.

De acordo com Tereza Fernandez, consultora de mercado e sócia-diretora da MB Associados, a decisão já era esperada pelo mercado. “Estamos saindo de um Natal muito aquecido, com a economia perto de 5,5% de crescimento de PIB no último trimestre. Agora existe a possibilidade de reposição de estoques um pouco mais forte. O BC, como a maioria dos agentes, que ver se essa reposição de preços vai influenciar na elevação dos preços”, disse Tereza, em entrevista ao UOL.”Acho que o BC acertadamente manteve a taxa, até para não dar um susto aqui dentro”, disse.

Na opinião da consultora, a unanimidade na decisão é “importante”. “Se a gente tivesse algum dissidente, ficaríamos mais apreensivos de que o Copom poderia mudar de direção na próxima reunião. Nada indica que a gente terá um choque de juros ou alguma coisa mais complicada pela frente. Mas vamos ter uma informação mais precisa na semana que vem, quando for publicada a ata da reunião.”Há quatro reuniões do Copom, a taxa está em 11,25%: antes, em 5 de setembro, 17 de outubro e 5 de dezembro, a instituição já havia optado pelo mesmo percentual. A decisão de agora sobre a taxa valerá pelos próximos 45 dias.

O próximo encontro do comitê ocorrerá nos dias 4 e 5 de março.O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros. O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.

Fonte: Uol News/Economia

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Tempos de pessimismo

A explicação para o sobe e desce das bolsas hoje

Quando o pessimismo se instala, os operadores ficam procurando motivos para serem infelizes. Hoje são os resultados da Apple e da Motorola que estão desanimando o mercado e mais a declaração de Trichet (leia abaixo), dizendo que está mais comprometido com o combate a inflação. Isso está derrubando o mercado americano, derrubou a Europa e derruba aqui também.

Nos Estados Unidos, é a sexta queda consecutiva da bolsa, o que não acontecia desde abril de 2002. Em épocas de pessimismo, os analistas e operadores só põem nos preços e nas decisões de compra e venda as más notícias. Quando a onda é de otimismo, ninguém vê risco. O medo agora é o mesmo da segunda-feira: dos efeitos na economia real da recessão na economia americana.

Mas tudo o que está acontecendo é nas bolsas, não tem sinal importante de contaminação no crescimento mundial. Pode vir com o tempo, mas tudo o que está no horizonte é uma desaceleração da Europa, talvez uma queda do crescimento chinês e um crescimento um pouco menor no Brasil.

Amanhã sairão os dados da economia chinesa e vão mostrar vigor. O problema lá é ainda a inflação. O que acontece hoje é o pessimismo se realimentando. Nada mais que isso. Como eu disse: o pânico passou com o forte movimento do Fed, mas a crise será longa. E não está toda contabilizada.

Fonte: Míriam Leitão

Abrindo aspas para Lúcia Hippólito

Para sair na foto

“A primeira reunião ministerial de 2008 nada teve de diferente de todas as outras. O roteiro é o mesmo de sempre.O presidente abre a sessão, com uma “falação”, como se dizia nos meus tempos de militância estudantil.

Em seguida, um ministro expõe o tema sugerido pelo presidente. Outro expõe um segundo tema.Pausa para o almoço, quando então, os ministros confraternizam entre si.”

Clique aqui para ler na íntegra.

SPONHOLZ

Fonte: chargeonline.com.br/Sponholz

A complacência da sociedade chega ao limite

“Arrecadar aqui é um bom negócio para o estado: cobra-se imposto de primeiro mundo e devolve-se com serviço de terceiro. Nossa sociedade, entre complacente e cúmplice, entrega ao Tesouro uma absurda carga tributária e contenta-se em participar de um imenso programa assistencialista que começa com juros subsidiados, passa por isenções tributárias e créditos a fundo perdido e termina com bolsas assistenciais, entre outras benesses.

Se o geral não é bom, a sociedade se defende arrumando algumas “boquinhas” e driblando a sanha arrecadadora do estado. No entanto, alguma coisa começa a mudar.”
O trecho acima faz parte do artigo semanal do cientista político Murillo de Aragão.


Leia aqui

Fonte: Noblat

MP defende na Justiça fim de ‘verba indenizatória’

A presidente do TRF (Tribunal Regional de Brasília), Assusete Magalhães, receberá nesta quinta-feira (24) parecer em que o procurador da República Odim Brandão Ferreira defende a extinção da verba indenizatória de R$ 15 mil paga mensalmente pelo erário a deputados e senadores. Munida do documento, a magistrada terá de decidir se acolhe ou não a ação movida pelo ex-deputado João Cunha (PMDB-SP) contra o pagamento do benefício.

O processo foi aberto em maio do ano passado. João Cunha defendeu na ação a tese de que a verba indenizatória, instituída a pretexto de ressarcir as despesas decorrentes do exercício do mandato parlamentar, é “inconstitucional”. Constitui, segundo ele, um complemento disfarçado de salário. O contra-cheque dos congressistas é de R$ 16,5 mil.

Em decisão tomada pela primeira instância do Judiciário, João Cunha obteve, por meio de uma liminar, a suspensão do pagamento da verba indenizatória. Mas a AGU (Advocacia Geral da União) recorreu ao TRF. E a juíza Assusete Magalhães cassou a liminar. Alegou que a verba não se confunde com salário. Via o ressarcimento de despesas, comprovadas mediante apresentação de notas fiscais e recibos.

O TRF terá agora que julgar o processo em termos definitivos. E a juíza Assesete terá de manifestar-se de novo. Precisará dizer se concordar ou não com os argumentos levados aos autos pelo procurador Odim Brandão.

Para o representante do Ministério Público, os R$ 15 mil repassados aos congressistas constituem, sim, uma ilegalidade. Alega que deputados e senadores já dispõem de recursos para o custeio dos seus mandatos. Menciona o auxílio moradia e as cotas de passagens aéreas, de telefone, de correspondência e de impressão gráfica.

Fonte: Josias de Souza

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Fonte: chargeonline.com.br/Fausto

Desleixo sanitário

É com desleixo que algumas autoridades da área de controle sanitário do rebanho nacional estão tratando a questão da detectada há cerca de dois anos e meio em algumas regiões e que continua a criar dificuldades para as exportações brasileiras de carne. No plano internacional, para manter e expandir as exportações, o governo tenta convencer os grandes importadores de que o produto nacional é saudável.

No plano interno, porém, ressurgem problemas que tanto preocuparam os compradores de carne brasileira e que pareciam resolvidos. A reportagem de José Maria Tomazela, publicada domingo pelo Estado, descreve um quadro preocupante, no momento em que estão prestes a entrar em vigor medidas fortemente restritivas impostas pela União Européia (UE) à carne brasileira. Missão técnica da UE que esteve no Brasil em novembro para examinar a situação sanitária do rebanho nacional constatou que uma das mais “sérias e repetidas” deficiências do sistema brasileiro era o controle da movimentação e da identificação dos animais.

O que a reportagem deixou claro é que, numa região crítica – a da fronteira com o Paraguai -, as autoridades brasileiras relaxaram o controle, que já era considerado ineficiente pelos principais compradores da carne brasileira (a UE absorve cerca de um terço do total do produto exportado pelo Brasil). Desde o surgimento dos primeiros focos de em Mato Grosso do Sul, as autoridades sanitárias atribuíram o problema a vindos do país vizinho. A reportagem constatou, na semana passada, que circulavam livremente na Linha Internacional, a faixa de fronteira entre os dois países.

No único posto de fiscalização que ainda funciona na região, entre Mundo Novo e Guaíra, os fiscais participavam de um churrasco no horário de trabalho. Outro foi depredado e está em ruínas. Em Guaíra, um moderno posto construído pelo governo do Paraná, em parceria com o Ministério da Agricultura, foi inaugurado em agosto de 2007, mas funcionou só por três meses, pois o pavimento afundou e nada se fez até agora para recuperá-lo. O primeiro foco de foi detectado numa fazenda no município de Eldorado (MS), o que levou o governo a interditar essa fazenda e propriedades vizinhas.

Novos focos surgiram pouco depois nos municípios de Japorã e Novo Mundo. Para evitar que a doença se alastrasse, o governo determinou o abate dos das fazendas onde ela foi detectada. Mas a aftosa foi detectada também em São Sebastião da Amoreira, no noroeste do Paraná. Atribuiu-se a doença à entrada clandestina no País de gado contaminado vindo do Paraguai – daí a importância do controle estrito do trânsito de pela fronteira. No fim de novembro, o Brasil recebeu uma boa notícia. Depois de quase dois anos de embargo, a Rússia decidiu voltar a importar carnes bovina e suína de oito Estados.

A Rússia é o país que mais importa carne brasileira (absorve 15% das exportações de carne bovina e 70% das de carne suína). É possível que, com a suspensão do embargo russo, algumas autoridades brasileiras da área de controle sanitário tenham acreditado que o problema estava resolvido. Se foi isso, essas autoridades se enganaram. Por causa do deficiente controle da movimentação do rebanho brasileiro, a UE decidiu, em dezembro último, limitar drasticamente o número de fazendas do País autorizadas a fornecer carne para o mercado europeu. Essas restrições entram em vigor no dia 31 de janeiro. A partir dessa data, a UE aceitará apenas o produto originário de fazendas pré-selecionadas e que devem seguir, conforme nota divulgada no mês passado, “as exigências de importação da UE e atender a critérios estritos”.

Outra missão européia deve voltar em março para verificar se essas propriedades estão cumprindo as exigências e, eventualmente, autorizar que outras fazendas exportem para a UE. O resultado dessa inspeção pode ser a imposição de mais restrições.A reportagem do Estado confirma o que já se sabia, ou seja, que o governo é incapaz de articular as ações públicas na área de defesa animal – que envolvem mais de um Ministério e os governos estaduais – e de manter durante o tempo necessário uma vigilância eficiente nas áreas críticas.

Fonte: Fernando Gabeira

PRAIA DO AMOR – RN

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NOTICIÁRIO

1 – Relatório do Unicef sobre a situação mundial da infância mostra que a mortalidade de crianças caiu no Brasil entre 2004 e 2006. Com isso, o País subiu 27 posições no ranking que avalia 194 nações com base na chance de meninos e meninas chegarem aos 5 anos de idade. Mas o Brasil ainda tem anualmente 74 mil mortes e a possibilidade de uma criança morrer em Alagoas é mais de três vezes maior do que a de uma nascida em São Paulo.
2 – A Petrobrás informou que a jazida de gás encontrada na Bacia de Santos batizada como “Júpiter” contribuirá para garantir a auto-suficiência nacional no produto. O volume de gás ainda não foi estimado, mas a empresa lembra que todos os poços na região tiveram sucesso. O projeto-piloto deve ser antecipado, mas o campo só entrará em produção em 2014.
3 – Inconformado com o estado de abandono do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral propôs ontem ao ministro Nelson Jobim a imediata privatização do aeroporto.
4 – A crise desencadeada no mercado de hipotecas americano se disseminou pelos mercados mundiais e já trouxe grande volatilidade nas taxas de juros no crédito a consumidores e empresas brasileiras. As condições já são outras nos financiamentos de veículos e nas operações de crédito bancário. No caso dos automóveis, os prazos máximos começaram a baixar e as taxas de juros subiram..
5 – Em Viena, o investidor George Soros declarou que a atual crise financeira é muito pior do que qualquer outra desde a Segunda Guerra Mundial e que os EUA “estão ameaçados por uma recessão que pode contagiar a Europa”.
6 – Ao apresentar o balanço de um ano do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ontem, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou que ele funcionará como uma vacina, para proteger o Brasil da crise externa. Segundo a Ministra, a execução dos projetos estimula a demanda interna, o que fortalece a economia frente às turbulências no cenário mundial.
7 – Empresários e executivos de países ricos desconfiam dos produtos e empresas dos emergentes. Pesquisa da Edelman em 18 países, que será divulgada hoje em Davos (Suíça), coloca o Brasil na 15ª posição, só à frente da China, México e Rússia.