Arquivo do mês: junho 2007

Palavras, palavras, nada mais do que palavras

Governando mais com palavras jogadas ao vento do que com ação administrativa, Lula da Silva vai entrar para o Livro dos Recordes como o Presidente que mais discursou em público neste País; foram 1204 discursos nos quatro anos do primeiro mandato e mais de 160 nos primeiros meses do segundo mandato. Um metalúrgico que trabalha mais com um microfone na mão do que com o torno mecânico.

O engraçado é que nem ele nem seus assessores diretos se tocam. Veja-se que no pisca-pisca dos apagões aéreos que já duram nove meses, ele fez sete pronunciamentos oficiais estabelecendo prazos e datas para o fim do problema; e afirmou três vezes que o PT-governo havia encontrado uma solução para a crise. Garantiu aos controladores de vôo que ”o governo não vai punir ninguém”, mas no dia 22 deste mandou punir os líderes da categoria.

Trocando as ações de governo pelo blá-blá-blá assembleísta tão a gosto da pelegagem, Lula da Silva, disse outro dia que “somos uma metamorfose ambulante, mudando sempre, para melhorar sempre. O que posso garantir é que continuo, hoje, o mesmo Lula de 2003”. Esta contradição dialética foi inspirada, talvez, pelo sealoprado filósofo Mangabeira Unger, que deve estar estudando como fazer no futuro as reformas “inadiáveis” que o Pelegão prometeu na última campanha eleitoral.

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FRASE DO DIA

“Que bom seria se um deputado pegasse febre aftosa.
Ai… Seríamos obrigados a sacrificar todo o rebanho!”

Autor desconhecido

O Estadão analisa o filósofo Mangabeira Unger

Vamos comentar o editorial do Estadão de hoje (dia 23) analisando o estapafúrdio discurso de posse do 41° ministro de Lula da Silva, o filósofo Roberto Mangabeira Unger – aquele que considerava o PT- governo “o mais corrupto da História” – e subiu na canoa que dizia furada… Aspas para um trecho da opinião do vetusto órgão da imprensa paulistana:

“Nas democracias, a profecia fala mais alto do que a memória.” Com esta frase, pronunciada em seu discurso de posse na Seplanejalopra (Secretaria de Planejamento de Longo Prazo), ex-Sealopra, de que democracia o filósofo Mangabeira estaria falando? Nas verdadeiras democracias não será a memória dos povos, com todos os seus valores – éticos, históricos, culturais – que deve falar mais alto? Ou as nações devem fazer uma tabula rasa axiológica, eliminando todos os princípios que cultivaram e acumularam durante sua existência, para “inventar” do nada (ex-nihilo) um futuro inteiramente imprevisível? Será que deveria ser expurgado da memória das sociedades – em favor das profecias futuristas – aquilo que as motivou a criar instituições, estabelecer regras de convívio, normas de comportamento e tudo o mais que se sedimentou, ao longo dos tempos, como base de construção de uma harmonia coletiva, pela via da democrática administração de conflitos?

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Roriz, também senador-boiadeiro, está enrascado.

A revista “Época” desta semana traz uma reportagem decodificando conversas entre o senador Joaquim Roriz e Tarcísio Franklin de Moura, ex-presidente do BRB (Banco de Brasília), preso há duas semanas durante a Operação Aquarela. As gravações foram feitas pela Polícia Federal com autorização da Justiça.

As conversas telefônicas levantam graves suspeitas sobre o ex-governador do Distrito Federal, registrando conversas telefônicas suas com Moura sobre a partilha de dinheiro no escritório de Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da Gol, dono de uma frota de ônibus e de uma empresa prestadora de serviços para o governo do Distrito Federal. Segundo a matéria da Época, Moura diz a Roriz: “E de lá (do escritório de Constantino) sai cada um com o seu”.

No mesmo dia da conversa, por coincidência, Constantino sacou R$ 2,2 milhões no BRB conforme registra o Coaf, Controle de Atividades Financeiras, vinculado ao Ministério da Fazenda. De acordo com a reportagem da “Época”, um cheque de Constantino de R$ 300 mil foi descontado em nome de Roriz que teria pedido emprestado o dinheiro para comprar parte de uma bezerra nelore da Universidade de Marília.

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“General Jansen Filho: “Cesta básica venceu a ética”

Em matéria publicada no “O Liberal” de Belém (PA), o general-de-divisão Jeannot Jansen Filho, comandante da 8ª Região Militar, falou sobre o seu papel como comandante da tropa que serve à Região Amazônica nos Estados do Pará, Amapá e Tocantins, discordando da ação do governo federal na Amazônia nas áreas da segurança nacional e do desenvolvimento econômico.

Sua discordância se volta para os órgãos ambientais do governo coniventes com Ong´s estrangeiras, e a omissão do Governo Federal diante da internacionalização e da ocupação desordenada e ilegal da Amazônia. Sobre a reeleição do presidente Lula, afirmou que “a cesta básica venceu a ética e o bom senso”.

Fazendo duras críticas ao Orçamento Federal, o General declarou-se “perplexo” com os R$ 24 bilhões para o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, enquanto que para o Exército foram destinados apenas R$ 1,2 bilhão.

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Aeronáutica busca soluções para a crise aérea

Na noite de ontem, dia 21, foram afastados de suas funções 14 controladores do Cindacta 1, acusados de estimular uma operação-padrão. A punição dos controladores e um anunciado “plano de contingência” são as medidas imediatas tomadas pela Aeronáutica para debelar a crise no tráfego aéreo.

Para ocupar as vagas deixadas pelos controladores transferidos, a solução de curto prazo encontrada pela FAB é o aproveitamento do pessoal em atividade no Amazonas e em Pernambuco e remanejar os sargentos encarregados da defesa aérea. Isto já vem sendo feito, como também a prontidão da Força que possibilita a disposição de aviões e deslocamento de radares móveis.

Apesar da busca efetiva de soluções para o grave problema, somente no Aeroporto Tom Jobim (RJ) dos 175 vôos programados, 77 registraram atrasos e 28 foram cancelados. Em Cumbica (SP), onde se verifica o maior movimento de tráfego aéreo no Brasil, das 187 decolagens previstas para o período de 19h30m e meia-noite, 35 tiveram atrasos de mais de 40 minutos e 11 foram canceladas.

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O “cala boca” de Lula da Silva para ministros

Segundo fonte brasiliense, Lula da Silva determinou através da Casa Civil que os ministros parem comentar a crise aérea. O argumento é de que algumas entrevistas de membros do alto escalão criaram “ruídos e contradições” desgastando a imagem do PT-governo. Para o Presidente, somente devem informar sobre o apagão o Ministro da Defesa e o Comandante da Aeronáutica.

Lula da Silva tem razão, exceto quando permitiu que o ministro Waldir Pires, da Defesa, continuasse falando. Vale a pena lembrar que Waldir, em novembro do ano passado (há sete meses!), disse: “A situação dos controladores de vôo está no limite. Quando assumi não tomei conhecimento disso”. Um mês depois, o mesmo Ministro declarou: “É preciso fé e um pouco de reza”.

Outros companheiros, a nível ministerial, falaram: Dilma Roussef (07.12.06) “É problema bastante simples de solução”; Walfrido Mares Guia (21.03.07) “É aquele negócio da Lei de Murphi”; Marta Suplicy (13.06.07) dirigindo-se aos passageiros revoltados, “Relaxa e goza que depois esquece os transtornos”; e anteontem, dia 20, Guido Mantega disse “Não há caos aéreo. Há um problema que se deve ao êxito da economia. É a prosperidade do País”.

Resposta: dando nome aos bois

Ao “Anônimo” que me deu a alegria de comentar a blognota “Covardia: Quatro deputados fogem da navalha…” dou o nome dos covardes, que já haviam sido citados na blognota do dia 20 de junho, “Parlamentares fogem da Navalha”. São eles, por ordem alfabética, Clodovil Hernandes (PTC), Edgar Mão Branca (DEM), Ribamar Alves (PSB) e Vinicius Carvalho (PT do B).

A respeito do apagão informativo

Em trânsito de São Paulo para o Rio de Janeiro, interrompi o blognoticiário por 20 horas. Um apagão lá, outro cá, obrigam-me a dar satisfação aos que me prestigiam acessando este Blog. Com as minhas desculpas, Miranda Sá.

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O ping-pong das contradições do PT-governo

Enquanto o ministro Guido Mantega, do Planejamento, faz cara de paisagem e diz que apesar dos atrasos e cancelamentos de vôos nada atrapalha o tráfego aéreo, que são apenas “problemas provocados pelo aumento do número de passageiros, resultante do bom momento da economia”, tem o desmentido do Presidente da Infraero. O brigadeiro José Carlos Pereira, reconhece que a situação dos aeroportos não é boa.

A “prosperidade” promovida pelo PT-governo chegou sem avisar. Por causa dela já duram nove meses de crise, e nesta rodada iniciada na semana passada temos cinco dias efetivos de caos no ar e nos aeroportos. Registram-se filas imensas, atrasos de até 24 horas e cancelamentos de vôos.

Em novembro do ano passado, Lula da Silva – que ainda é presidente da República – deu 48 horas para que a situação fosse resolvida, mas passaram-se seis meses e nada foi feito. A incompetência dos agentes públicos é flagrante: toda hora vem uma “otoridade” e dá um prazo curto para que tudo volte à normalidade, mas não resolve coisa alguma provocando um verdadeiro ping-pong de contradições do PT-governo.

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