Arquivo do mês: junho 2007

Coalizão de aeronaves assusta passageiros em Congonhas

Dois aviões se chocaram na noite de ontem na pista do Aeroporto de Congonhas durante o taxiamento. O resultado foi a danificação nas asas dos aparelhos e um grande susto entre os passageiros.

Devido ao acidente, os dois vôos, um da TAM e outro da GOL, foram cancelados mas os passageiros foram acomodados em outros aviões.

O avião da TAM tinha decolagem prevista para as 22h59 com destino a Ribeirão Preto e levava 123 passageiros que foram encaminhados a um hotel e tiveram o vôo remarcado para as 9h30 de hoje. Quanto aos passageiros do avião da Gol, foram levados para Guarulhos de onde seguiram viagem

Nem apagão nem Roriz abafam o caso Renan Calheiros

Amainada a crise do tráfego aéreo e situadas em plano secundário as denúncias contra o senador Joaquim Roriz, a situação do presidente do Senado, Renan Calheiros, volta à cena envolvendo-o numa teia criminosa de emissão de notas frias, o que representa uma operação ilícita de sonegação fiscal, o que para a terceira pessoa da hierarquia republicana é um fato extremamente grave.

O interessante é que tudo isto se deve exclusivamente a ele, que expôs como origem dos seus ganhos, além dos subsídios parlamentares, a criação e comércio de gado nas Alagoas. Querendo livrar-se das denúncias de que um lobista da empreiteira Mendes Júnior pagava contas a terceiros em seu nome, se enterrou noutra situação mais comprometedora sem livrar-se das acusações que deram início ao processo que responde no Conselho de Ética.

Perpassando por este quadro indigno de um político, Renan precisa também explicar como se tornou milionário de 30 anos para cá, quando deixou de ser militante do PC do B para tornar-se um grande latifundiário e pecuarista apenas com os subsídios parlamentares. Somente esta constatação invalida a defesa que alguns colegas fazem, como a líder do PT-partido, Ideli Salvatti, que cheia de emoção desqualificou o processo contra Renan dizendo “que o Senado não poderia estar sempre correndo atrás de dar explicações para todas as denúncias que surgem”.

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Novo escândalo escancara as vísceras do Senado Federal

Chegou a vez de outro senador-boiadeiro, que justifica o dinheiro ganho com a compra e venda de gado. Joaquim Roriz que começou a vida política como deputado estadual em Goiás, eleito pelo MDB em 1976. Junto com Lula da Silva e José Dirceu fundou o PT-partido, saindo depois para o PMDB. Foi governador de Brasília em 1990 e ministro da Agricultura de Fernando Collor. Candidato a governador na primeira eleição direta de Brasília ganhou as eleições e depois, em 1999, disputou com Cristóvam Buarque e novamente triunfou, sendo reeleito.

Ocupando uma cadeira senatorial emparceirou-se com aquela turma sempre disposta a defender por corporativismo ou interesses outros, os malfeitos dos colegas. Agora já formou um grupo para blindá-lo, destacando-se nele o suplente de senador mineiro Wellington Salgado. Este adota a tese de que as investigações já se encontram na Procuradoria-Geral da República e que cabe ao Senado deixar Roriz se explicar. Mas isto não será fácil diante de gravações telefônicas altamente comprometedoras do envolvimento de Roriz numa obscura partilha de dinheiro de “origem ignorada”.

O caso já chegou às mãos do senador Romeu Tuma, corregedor-geral do Senado, que pediu cópia do relatório da investigação e as fitas gravadas ao Ministério Público e à Polícia Civil do Distrito Federal. De posse dos documentos, Tuma poderá arquivar o caso ou remetê-lo ao Conselho de Ética, que abrirá processo contra Roriz. Muitos senadores já pressionam para que Tuma assuma as investigações. Demóstenes Torres e Jefferson Péres, já se pronunciaram publicamente considerando as denúncias um fato digno de apuração.

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Lula da Silva confirma repressão; situação dos vôos melhora

Falando esta manhã (segunda, 25) no seu programa de rádio “Café com o Presidente”, Lula da Silva confirmou que deu instruções ao comando da FAB para “colocar ordem na casa” e resolver o problema dos transportes aéreos. O Chefe do PT-governo, com a máscara de disciplinador foi enfático “precisamos manter o bom funcionamento dos aeroportos, a disciplina militar, porque pra isso eles entraram nas Forças Armadas, se formaram sargentos e, portanto, têm que respeitar a hierarquia e cumprir com a determinação que todos os outros brasileiros cumprem”.

Foi ou não foi uma linguagem diferente daquela que autorizou dos EUA – onde se encontrava – um entendimento com os controladores de vôo, garantindo que ninguém seria punido? “Quem tem duas palavras, diz uma coisa hoje, se desdiz amanhã e fala outra coisa semana que entra”. Este é o pensamento de uma alta patente militar que faz um alerta: “O Comando da Aeronáutica não pode perder isto de vista…”

De ontem para hoje a Infraero registrou poucos casos de atrasos e cancelamentos de vôos. Em Guarulhos apenas seis dos 45 vôos programados para ocorrer da 0h às 8h15 sofreram atrasos superiores a uma hora; nos aeroportos cariocas, Santos Dumont e Tom Jobim, as operações de aterrissagem e decolagem foram normais e em Brasília, no aeroporto Juscelino Kubistchek só há registro de um vôo com atraso superior a uma hora.

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Para ler devagarinho e fazer uma reflexão

Entrego às amigas e amigos que me prestigiam com a leitura deste Blog, um artigo escrito pelo senador Cristóvam Buarque, do PDT/DF, que em matéria de educação mantém o discurso original do seu partido e como educador dá curso à linha traçada por Leonel Brizola e Darcy Ribeiro; abre aspas:

O terceiro muro

O Brasil começou a ser construído pela força dos braços dos escravos, desenvolveu-se pela habilidade das mãos dos operários, mas só avançará com o toque competente dos dedos dos operadores no mundo digital. Essa migração dos braços dos escravos para os dedos dos operadores aconteceu exigindo uma crescente qualificação.

Ao escravo bastava a força; ao operário, força e algum treinamento. Mas os operadores atuais precisam de formação, qualificação e educação. A produção de açúcar, ouro e café consumia mão-de-obra e terra; a indústria exigia, além de mão-de-obra e recursos naturais, o capital-máquina. A produção do futuro vai exigir poucos recursos naturais, quase nenhuma mão-de-obra e muita ciência e tecnologia – elementos que compõem o capital-conhecimento. A passagem da escravidão para a liberdade exigiu a abolição; para a economia industrial com o trabalho livre do operário, foram necessários investimentos e treinamento; para a economia do conhecimento, vai ser preciso uma revolução educacional.

Não é possível formar o capital conhecimento sem boas universidades, e estas não surgirão em todo o seu potencial enquanto, no Brasil, apenas um terço da população jovem concluir o Ensino Médio, e com má qualidade.

Mas a elite brasileira ainda não entendeu a mudança em curso. Os conservadores, contentes com o atual estado das coisas, acham que basta o tempo para a economia crescer, nos mesmos padrões do capitalismo do século XX. Os chamados progressistas, descontentes com a realidade, acreditam que basta copiar os modelos e métodos do socialismo do século XIX. Os primeiros acham que não é preciso mudar, apenas seguir o rumo do passado. Os outros, que a mudança deve ser feita sem mudar o projeto e os conceitos herdados do passado. No tempo dos operadores digitais, ainda continuam acreditando que a vanguarda do progresso social está no proletariado da mão-de-obra dos operários, que estão se transformando em operadores ou em trabalhadores terceirizados e sem qualificação.

A libertação não está mais na economia nem na estatização, mas na educação e na distribuição do conhecimento. A utopia não é mais uma economia controlada pelo estado que distribui renda, mas um processo social que garanta a mesma chance a todos, e isso só se consegue com uma escola igual para todos: a escola do filho do pobre com a mesma qualidade da escola do filho do rico. Esse é o gesto revolucionário do século XXI. O único capaz de transformar operários em operadores, libertá-los das necessidades e derrubar o muro da desigualdade. Essa é a luta que substitui o objetivo da abolição, do século XIX, e do socialismo, no século XX.

Só a escola igual para todos, e com qualidade máxima, vai permitir que o Brasil derrube o muro da desigualdade, assegurando a mesma chance a cada brasileiro, e também o muro do atraso, avançando para uma economia do conhecimento.

Para derrubar esses dois muros, é preciso derrubar outro: o muro do atraso mental, da consciência atrasada, parada nos séculos XIX ou XX. A chamada esquerda tradicional se recusa a entender essa mudança na realidade e a defender esse novo conceito de revolução. Há uma razão classista, talvez subjetiva: a revolução na educação terá um efeito distributivo sobre a propriedade do conhecimento e, portanto, sobre o acesso aos privilégios que o saber assegura. Se a escola fosse boa para todos, muitos dos que já entraram na universidade teriam ficado de fora, superados pela educação da maioria, hoje excluída.

Tudo mudou, menos a luta de classes entre os que têm e os que não têm – não mais terra, como no tempo dos escravos; ou capital, como no tempo dos operários; mas conhecimento, nestes tempos de operadores. A revolução consiste em fazer uma educação capaz de transformar operários em operadores.

Mas a esquerda, representante da classe média, tornou-se política, social e ideologicamente conservadora, não derrubou o terceiro muro, e ainda se beneficia dele para proteger seus privilégios de classe dona do conhecimento.

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Deve-se ao sacrifício dos controladores a vitória do PT-governo

A operação policial-militar para punir os líderes controladores, como parte da ação emergencial da FAB, parece, até agora, fadada ao sucesso e, segundo observadores categorizados terá desdobramentos políticos que favorecerão a imagem de Lula da Silva e o fortalecimento do controle militar sobre o tráfego aéreo. Diz-se que já está sendo preparado um pronunciamento do Presidente em rádio e televisão para amanhã ou terça-feira, se este domingo restabelecer a rotina dos vôos.

Como para Lula da Silva o único interesse era normalizar a situação, aceitou a alternativa mais fácil, o endurecimento da ação de governo sobre os controladores de vôo pelo afastamento e até prisão dos seus líderes. A categoria não reagiu como um todo às punições; a única resistência à ordem de prisão de um controlador e ao afastamento de 13 outros do Cindacta-1 ocorreu em Manaus quando um controlador recusou-se a operar os consoles dos radares. Este foi imediatamente afastado e substituído.

A irritação do Presidente, que por sete vezes deu prazos para solucionar o problema do tráfego aéreo sem resposta, refletiu-se por causa dos protestos que cresciam nos aeroportos com passageiros revoltados. Sentindo-se acuado, Lula da Silva abandonou a tática do companheirismo e da solidariedade sindical e agora, tendo a Aeronáutica praticamente debelado a crise, ele quer capitalizar sua traição ideológica. E o fará, com mais um daqueles discursos demagógicos que encantam as pessoas pouco inteligentes e de memória curta.

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Aves de rapina já sobrevoam o Senado Federal

Atraídos pela putrefação exposta na morte anunciada do presidente Renan Calheiros, suas carpideiras assistem com ansiedade a aproximação dos urubus que já grasnam negociações para substituir o Senador alagoano na cadeira presidencial. A ave agourenta do Planalto, Lula da Silva, como é do seu costume quando um aliado não mais contribui para a manutenção do poder, afastou-se lenta, gradual e seguramente de Renan.

Entre os senadores não há mais nenhum que acredite numa escapatória para o presidente do Senado, nem no Conselho de Ética nem no Plenário. O que se comenta é que ele se manterá na presidência enquanto não houver um acordo sobre o seu sucessor. Este quadro determinou que a solidariedade presidencial cotidiana, com até dois telefonemas/dia, esmoreceu cedendo lugar aos conchavos sobre o nome que ocupará o lugar de Renan no terceiro posto da hierarquia republicana.

Lula da Silva e as lideranças dos principais partidos com representação no Senado querem conquistar a posição, mas é difícil – quase impossível – que uma facção isolada vença o pleito. Por isso se faz necessária uma negociação paciente e um nome que favoreça uma adesão consensual. Outro fato que requer uma condução ponderada é a necessidade de arrefecer os ímpetos vingativos de Renan contra colegas parlamentares que, levadas a termo, poderão conspurcar irreversivelmente o Poder Legislativo.

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Tráfego aéreo: depois da tempestade, a bonança.

Depois de cinco dias de transtornos ocasionados pelos atrasos e cancelamento de vôos em todo país, assiste-se neste domingo um clima de relativa tranqüilidade, com apenas 7,1% de espera superior à uma hora e 8,7% de cancelamentos. No Nordeste, a situação está praticamente normalizada. Em Congonhas, que só opera com uma pista, o percentual de atrasos não passou dos 10%, enquanto nos aeroportos do Rio, Tom Jobim e Santos-Dumont não registraram atrasos.

Em Brasília, depois de um sábado tumultuado, foi registrado apenas um atraso na manhã deste domingo, assim como nos campos de pouso mineiros, o Tancredo Neves e o da Pampulha, em Belo Horizonte.

Esta situação motivou um comunicado otimista da Força Aérea Brasileira, informando que “volume de tráfego aéreo está se encaixando em um ritmo normal em todo o país”. A Nota diz também que “o Comando da Aeronáutica ressalta que essa recuperação da normalidade no fluxo do tráfego vem sendo conseguida devido ao profissionalismo dos controladores do Departamento de Controle do Espaço Aéreo que, desde ontem, vêm cumprindo suas funções com eficiência”.

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Medição, segundo Mantega, do sucesso econômico

Falando da crise aérea, o pelego Guido Mantega, ministro do Planejamento, diz que a situação caótica ocorre “pelo aumento do fluxo, que reflete um pouco o sucesso da economia”. Não satisfeito em mentir desse jeito, Mantega completa: “É a prosperidade do País, é mais gente viajando, mais aviões, mais rotas”.

É possível que as declarações do Ministro do Planejamento tenham agradado Lula da Silva, mas na realidade refletem o estado de espírito dele e de sua família, de quem fala o colunista do Jornal do Brasil, Augusto Nunes: “Dinheiro é que não falta na casa do Ministro, premiado há duas semanas com um aumento (retroativo, o comentário é meu, m.s.) de salário. Ali reina a prosperidade, sugerem as extravagâncias cultivadas pela atriz Marina Mantega, sobre quem a colunista Mônica Bergamo revelou que apara as sobrancelhas a cada 20 dias com o maquiador Cayo Lanza ao custo de R$110”.

O otimismo, para não dizer o desbunde da pelegagem que está no poder é mais ou menos a mesma que ocorre com Guido Mantega. È Berzoíni falando de normalidade é a sexóloga Marta Suplicy mandando os passageiros revoltados “relaxar e gozar” e, de volta de Paris sem pressa para assumir as funções ministeriais, Waldir Pires, da Defesa, que se saiu sorrindo com este consolo para quem não agüenta mais tanto descaso: “O problema dos aeroportos não será resolvido antes de um ano”; e afastou-se devagar, complementando “um ano ou talvez mais…”

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PT-governo aumentou em 63% os cargos comissionados

De 2005 para cá os cargos comissionados do Governo Federal pularam de 19 mil para mais de 22 mil, além de haver substituído 5.325 titulares anteriores, dos quais 2.499 são do PT-partido. Este aparelhamento está custando ao contribuinte R$ 9,3 bilhões, verba superior à destinada ao programa Bolsa-família, os R$ 8,7 bilhões que são motivo de queixa do general Jansen Filho, comandante da 8ª Região Militar, perplexo ao compará-la com os míseros R$ 1,2 bilhão destinados ao Exército.

É interessante relembrar que o PT-partido propôs o fim dos cargos comissionados logo depois da crise do mensalão, mas o PT-governo nomeou mais três mil de lá para cá, incluindo os 636 da semana passada. A verdade é que a proposta do PT-partido, através do então presidente José Geníono, caiu no vazio ou nunca foi para valer.

Outra coisa digna de reflexão é que a justificativa para a criação de novos cargos, desrespeitando o funcionalismo efetivo – na sua maioria concursado – é de que a administração federal precisa deles para o pleno funcionamento. Pela ótica do PT-governo, as contratações são necessárias porque, conforme Francisco Gaetani, do Planejamento, “o governo criou muitos ministérios para contemplar novos segmentos da sociedade e suas demandas”. Esqueceu-se de falar da necessidade de engordar a caixinha do PT-partido…

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