Arquivo do mês: junho 2007
PSOL vai processar Joaquim Roriz no Conselho de Ética
O PSOL, que surge como guardião da ética e dos bons costumes no Congresso Nacional, decidiu pedir a cassação do mandato do senador Joaquim Roriz (PMDB), por envolvimento em esquema de desvio de dinheiro do Banco de Brasília. A medida será encaminhada ao Conselho de Ética ainda esta semana, feita com base nas gravações telefônicas e dados da Operação Aquarela, na qual a Polícia Civil do DF denuncia o desvio de cerca de R$ 50 milhões do Banco controlado pelo governo brasiliense.
A fita gravada com autorização judicial, registra diálogos de Roriz com o ex-presidente do BRB Tarcísio Franklin, um dos 19 presos na Operação Aquarela, na conversa os dois combinam o transporte e a partilha de R$ 2,2 milhões. Roriz combina com Franklin fazer uma visita à casa de Nenê Constantino – presidente do Conselho de Administração da Gol – para repartir o dinheiro, conforme suspeitas da polícia.
Em defesa de Roriz, sua assessoria no Senado Federal informou que ele precisava de R$ 300 mil para pagar parte do valor de uma bezerra nelore arrematada em leilão e que Constantino lhe ofereceu o dinheiro, para ser tirado de um cheque de R$ 2,2 milhões, que descontado reservava os R$ 300 mil que o Senador pedira emprestado. “O caso de Roriz começa com mais consistência do que o de Renan”, afirmou o senador Renato Casagrande (PSB), membro efetivo do Conselho de Ética.
Hoje (terça, 26) pela manhã, Renan Calheiros prestou solidariedade a Joaquim Roriz, seu colega de partido (PMDB), acusado de negociar R$ 2,2 milhões de origem desconhecida com Tarcísio Franklin de Moura, ex-presidente do Banco de Brasília, preso na Operação Aquarela da Polícia Civil do DF. Renan declarou que não vai “prejulgar Roriz uma vez que também é vítima de denúncias em que provas nada significam”.
Renan está sendo processado no Conselho de Ética do Senado por quebra de decoro parlamentar com base nas denúncias de que teria recebido dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar pensão e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento. De outro lado, o líder tucano Arthur Virgílio cobrou uma investigação sobre as denúncias contra Roriz, dizendo que “Essa coisa do Roriz tem que ser apurada integralmente. Temos que apurar com rigor toda acusação”.
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Antes tarde do que nunca. Apareceu depois de não sei quantos meses fora da mídia, uma pesquisa CNT/Sensus que apresenta 64% como índice de aprovação a Lula da Silva. O resultado é semelhante ao anterior, feita há 60 dias, em que 63,7% aprovaram o Presidente. Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos tudo ficou como dantes no Quartel do Abrantes.
A blindagem de teflon impediu que colassem à imagem de Lula da Silva às maracutaias do irmão mais velho, Vavá, e o envolvimento efetivo do compadre que goza da intimidade dele, Morelli. Em nada influíram a tremenda incompetência do PT-governo, as sete ordens dadas pessoalmente pelo Presidente para que fossem tomadas medidas e a cretinice dos seus ministros, cada um contribuindo com frases idiotas sobre o apagão aéreo.
Enfim, se o instituto CNT/Sensus não praticam estelionato na audiência da opinião pública, apenas 29,8% não concordam com o PT-governo e desaprovam Lula da Silva..
Para 36,5%, a avaliação do governo é regular, contra 34,3% da pesquisa anterior. Já os que consideram negativa, a avaliação é de 14%. Segundo a empresa que realizou a amostragem, 2.000 pessoas se pronunciaram entre 18 e 22 de junho em 136 municípios de 24 Estados. Os responsáveis pelo trabalho comentam que a aprovação se deve ao “bom funcionamento da economia, aos programas sociais e ao carisma do presidente Lula”.
Enriquecimento dos Calheiros e outros, nas Alagoas
É impressionante (e inexplicável) a aceleração do enriquecimento dos irmãos Calheiros nas Alagoas. Somente a partir da posse de Lula da Silva, em sociedade com o ex-senador e atual governador Teotônio Vilela, amealhou mais de R$ 38 milhões do Orçamento da União. Isto restrito às suas emendas parlamentares individuais. Contando as emendas da bancada de Alagoas, controladas pelo Presidente do Senado, o valor do Orçamento já liberado por sua influência sobe para R$ 304 milhões.
Esses recursos foram empenhados de 2005 para cá, quando Renan foi eleito para a presidência do Senado e garantiu, junto com Sarney, o apoio parlamentar do PMDB para Lula da Silva. Os irmãos Olavo e Renildo, que são deputados, e o governador Teotônio fazem parte do grupo alagoano liderado por Renan. É tão forte o prestígio da turma junto ao PT-governo, que, das emendas liberadas, R$ 7,8 milhões já foram pagos; 60% das verbas aprovadas no Orçamento. Os outros parlamentares só conseguem o pagamento de 21%, em média.
A maioria das vantagens conseguidas pelo grupo de Renan começaram no período em que outro alagoano, o deputado Aldo Rebelo (PC do B), esteve em dois postos de grande influência: no Ministério da Coordenação Política, responsável pela liberação das emendas, e, depois, na presidência da Câmara. O próprio Aldo conseguiu liberar R$ 6,9 milhões de R$ 9,5 milhões de emendas que apresentou.
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Ministro da Saúde quer a descriminalização do aborto
Contando com o apoio do grosso da população brasileira, em especial das mulheres, o ministro José Gomes Temporão, da Saúde, disse ontem que a descriminalização do aborto é um “problema de saúde pública”. De acordo com dados apresentados por ele, cerca de 220 mil mulheres fazem anualmente no Sistema Único de Saúde – SUS, curetagens em decorrência de abortos.
“Se considerarmos que o aborto é um crime, 780 mulheres teriam que ser presas por dia, sem contar com os seus médicos e, eventualmente, os companheiros”, informou Temporão, que não fez uma afirmação eloqüente da descriminalização do aborto, mas disse que em sua opinião o feto só passa a ter direito à proteção jurídica a partir da 12ª semana de gestação, quando começa a formação do sistema nervoso central. “Antes, portanto, não há consciência nem dor”, constata.
Este debate sobre o aborto precisa ser estimulado para que o País se dê conta da necessidade de separar um importante problema social de conjecturas filosóficas ou religiosas. Trata-se de um passo para o amadurecimento da sociedade, que deve tomar conhecimento e refletir sobre os assustadores números que o sistema médico apresenta, como por exemplo, que ocorreram 1,4 milhão de abortos clandestinos no Brasil, um para cada três crianças nascidas vivas.
Sibá Machado viajou para o Acre no último fim de semana, mas em contato telefônico com os líderes dos principais partidos representados no Conselho de Ética, informou sua disposição de renunciar à presidência do órgão se não conseguir indicar o novo relator para o processo contra Renan Calheiros. O cargo está vago pelo afastamento de Epitácio Cafeteira, por doença, e Wellington Salgado, por fricote. Ambos abertamente defensores do Presidente do Senado.
Não voltando do seu Estado a tempo de participar da plenária de ontem, Sibá deu a si mesmo o prazo de cinco dias para preencher a relatoria, o que não está sendo fácil, pois todos os senadores convidados não aceitaram; na reunião ordinária de ontem, vários oradores apresentaram críticas pela paralisação dos trabalhos do Conselho. O líder dos democratas, José Agripino Maia, foi enfático ao pedir urgência para que o novo relator seja indicado.
Tudo isso esmorece diante dos comentários de bastidores referindo-se à renúncia de Sibá como medida de interesse de Renan Calheiros, que mobilizou os aliados para negar-se a participar da mesa do Conselho. A tática de Renan e seus parceiros é procrastinar a decisão dos conselheiros até o dia 18 de julho, quando tem início o recesso parlamentar. Para a tropa de choque do Presidente do Senado, as férias poderão “congelar” o processo.
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A frase da vez
“A mentira tem perna curta, língua presa, barba branca e um dedo a menos”
Lula da Silva estuda a sucessão de Renan e libera Suplicy
Numa avaliação de estado maior, Lula da Silva tem ouvido companheiros de partido e aliados da base de governo para traçar as alternativas de uma saída de cena de Renan Calheiros. Já conversou com Aloísio Mercadante, José Sarney, Roseana, Michel Temer e o líder do governo no Senado, Romero Jucá. Abriu a conversa mostrando simpatias por Renan, mas deixando claro que nada pode fazer por ele.
Romero Jucá levou ao Presidente um recado de Renan solicitando que persuadisse Eduardo Suplicy a defender o arquivamento do processo ou pedir o afastamento do Conselho de Ética. Lula da Silva ponderou com Jucá que não tem condições para tomar qualquer iniciativa nesse sentido, alegando não ter controle sobre Suplicy, que é membro efetivo do Conselho.
A renúncia da presidência já foi descartada várias vezes por Renan que insiste em só abandonar o cargo se for cassado. Esta posição extrema assusta os governistas. Lula da Silva e seus aliados confiáveis temem hostilizar Renan por vários aspectos, considerando inclusive que ele pode, através de denúncias, deflagrar uma crise institucional. Pessoalmente, Lula da Silva quer muito cuidado no trato dessa matéria por achar que a queda de Renan, se ele cair atirando, pode favorecer a eleição de um oposicionista para substituí-lo.
Sibá Machado ao optar pela decência é acusado de “traidor”.
O suplente da ministra Marina Silva, Sibá Machado, indicado pela base do PT-governo para assumir a presidência do Conselho de Ética do Senado imaginando que se submeteria à condição de pau mandado de Renan Calheiros, é acusado de “traidor”. Os protetores governistas do Senador alagoano quiseram instrumentalizar o senador petista, mas encontraram nele a decência que lhes falta. Revoltados com a atitude digna de Sibá,
pediram à líder do PT-partido para enquadrá-lo.
A tropa de choque de Renan viu na atitude de Sibá respondendo a uma questão de ordem levantada pelo senador Demóstenes Torres, na última reunião do Conselho de Ética, a deflagração de um processo de cassação, já que vinha tratando a investigação contra o seu protegido como mero procedimento preliminar. Com a intervenção de Demóstenes e a anuência de Sibá, Renan tornou-se réu.
O próprio Renan se convenceu de que o comportamento do “traidor” vem de instruções baixadas pelo Palácio do Planalto. O Presidente do Senado e seus aliados acham também que Sibá não tinha nada que envolver a Polícia Federal na perícia dos papéis da defesa e que ao encaminhar pelo adiamento da reunião, Sibá não o fez de improviso lendo a proposição redigida previamente.
ERRAMOS
Alertado pelo leitor “Anônimo”, a quem agradeço pela leitura e correção, desejo retificar o título “Coalisão de aeronaves assusta passageiros em Congonhas” para “Colisão de aeronaves assusta passageiros em Congonhas”. Por esta blognota desculpo-me com os demais leitores reconhecendo o nosso erro. Miranda Sá
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