Arquivo do mês: junho 2007
Caso Renan
Hoje, às 10:00 hs reúne-se a Comissão de Ética do Senado, sob o fogo cruzado de denúncias desqualificando as “provas” apresentadas pelo senador Renan Calheiros investigado por emparceirar-se com o lobista Cláudio Gontijo, da Construtora Mendes Júnior, para atender o pagamento da pensão alimentícia de uma filha bastarda nascida de uma relação com a jornalista Mônica Veloso. Se a tropa de choque que o defende pode usar a cara de pau para aprovar o parecer do senador Cafeteira pedindo o arquivamento do processo vai gerar um protesto nacional. Seja lá como for, teremos hoje a definição do caso.
A TV-Globo botou para quebrar: mostrou que a venda de gado que afiançou as contas de Renan Calheiros nunca existiu. A empresa compradora é um açougue de ponta de rua, seu dono, nunca ouviu falar no Senador e a Fazenda ...
Opinião
MIRANDA, JÁ COLOQUEI SEU BLOG NOS MEUS FAVORITOS…..BJSSSSSSSSSS.
Da Professora Tetê Bezerra
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Reforma Política
A reforma política fajuta que os espertalhões querem aprovar para enganar mais uma vez o eleitorado tem um item que dói no bolso do contribuinte, o financiamento público da campanha eleitoral. Ora, que decepção será pagar para reeleger Cafeteira, efetivar o suplente Siba Machado e trazer de volta ao Congresso a ética e o decoro de Renan Calheiros!
Fernando Rodrigues
Fernando Rodrigues traz no seu blog as “Frases do mês”. Para o articulista da Folha de São Paulo o páreo fica duro entre Marta Suplicy e Genival Vavá Inácio da Silva. Marta com “relaxa e goza”; Vavá com “Ô, arruma dois pau pra eu”. O Macaco Simão garante que as duas expressões se completam…
Assumindo minha incorreção política…
É engraçado. Baixo cotidianamente o sarrafo em Lula da Silva e no PT – governo com um feed back estimulante, mas a discordância é quase zero. Escrevi cinco artigos criticando a visita de George W. Bush e a pantomima armada pela parceria dos pelegos de Brasília e a CIA e de janeiro para cá apenas uma pessoa fez críticas, aliás, devidamente respondidas e agradecidas.
Desta vez, sinceramente, cismei. E vejam que não sou de me impressionar com intervenções que não ferem princípios. Dou satisfações a quem me solicita indícios, provas ou testemunhos para checar a veracidade dos textos que divulgo em quatro estados da Federação, respondo aos que me censuraram alegando que feri os direitos humanos. Sou defensor da ética jornalística.
Hoje trago a resposta pelo Jornal de Hoje e os jornais da Paraíba, Bahia e Rio de Janeiro que publicam meus comentários semanalmente. Venho como jornalista profissional que trabalha há 53 anos, com interrupções por força (sem trocadilho) da repressão ditatorial. Como tal, jamais adotei clichês políticos ou ideológicos, arrancando da alma o que escrevo. Confesso-me um pouco anarquista na minha independência, com muito orgulho.
Esta tréplica traz uma revelação: morri de inveja quando li Millôr Fernandes defendendo a sua categoria, afirmando que “o humorista, se é humorista, jamais será um reacionário, um racista ou qualquer coisa que se pareça. Mas não será uma política reacionária (ao contrário) que vai me convencer que, da noite para o dia não há mais negro safado, nem judeu argentário, nem mulher chave de cadeia”…
A “política reacionária” de que Millôr fala é a orquestrada pelos ongueiros arrecadadores de verbas públicas fingindo defender a sociedade contra conservadores machistas e racistas, ou materialistas ateus defensores de licenciosidades. Bem faz Jaguar que se recusa chamar sua “crioula” de afro-descendente…
Escrevi e reafirmo que sou favorável à pena de morte e, como isto não é possível na sociedade chorona diante dos “meus guris” de Chico Buarque, exijo punição igual para crime igual, e leis para legalizar as drogas ajudando o Estado a desbaratar a base do crime organizado, o narcotráfico.
Sinto-me otimamente acompanhado no meu caminho, trazendo a lembrança dos inesquecíveis Evandro Lins e Silva e Darcy Ribeiro que assim o fizeram e do jornalista Fernando Gabeira, orgulho da nossa categoria. Confio estar certo e defendi esta tese na campanha para senador, abortada quando o PDT foi vendido ao PTB e ficou sem candidatos.
Ao escrever o artigo “Legalizar as drogas para combater o narcotráfico”, combati o desleixo do PT-governo no enfrentamento ao crime organizado e a besteira de Lula da Silva dizendo que “cometer crimes é, às vezes, questão de sobrevivência”.
Para mim a barbárie é injustificável e uma sociedade fundada nos princípios do amor, da ordem e do progresso não pode ficar à mercê do farisaísmo de Lula da Silva e dos que querem estender os direitos humanos às bestas feras do narcotráfico.
E para não dizer que não falei de espinhos encerro parodiando Millôr, afirmando que jornalista verdadeiramente jornalista não se convence de que não há prostitutas por vocação, ladrões sentados ao lado do Presidente, juízes e policiais que se vendem, políticos corruptos, clérigos devassos e colegas da imprensa vendidos…
A cidadania exige uma reforma política
Este desprezo da cidadania pelo Poder Legislativo credita-lhe apenas 19,9% e, não é um negativismo que alcance os outros poderes, pois o Judiciário recebeu a aprovação de 43,4% e o Executivo obteve a confiança de 33%. Outras instituições tiveram bom desempenho e excepcionais quando comparadas com órgãos da política convencional. Os partidos obtiveram apenas 16,5% enquanto as forças armadas ficaram com 58,5%.
Escrevi um artigo na semana passada expressando minha opinião de que se tivéssemos um oficial general bonapartista com liderança nas forças armadas, ou um juiz carreirista respeitado nos meios forenses, bastaria uma expressão da vontade de um deles que o processo democrático seria ameaçado por uma aventura golpista que, sem dúvida, receberia o apoio popular.
Felizmente não há entre os militares um candidato a usurpador; e, permeando a Justiça os pouquíssimos juízes políticos não merecem sequer a confiança dos seus pares. Dessa maneira o carreirismo entre nós ficou circunscrito à pelegagem sindical, o que salva a Democracia, pois o povo repudia o arrivismo dos representantes classistas, carreiristas de uma traição de classe jamais vista.
Enquanto isso, a chamada classe política não se toca. Depois da revelação policial dos mensaleiros, das sanguessugas e agora dos anavalhados, os políticos tinham a obrigação de fazer autocrítica, expurgando do Congresso os corruptos e corruptores, e legislando para evitar mais manifestações criminosas no seu meio.
Em vez de tomar medidas sadias para recuperar a confiança nacional, suas excelências preparam novas armadilhas para enganar o povo, com uma pseudo-reforma política que transforma os partidos em empresas cartoriais financiadas com o dinheiro público para eleger os favoritos dos seus donos.
Depois de assistirmos à compra de apoio parlamentar para o PT – governo nas casas legislativas, seja pelo vil metal ou pelo loteamento dos cargos administrativos, é inadmissível que aceitemos uma “reforma” patrocinada pelos próprios usufrutuários da safadeza que montou a base de apoio a Lula da Silva. Sendo a pior de todos os tempos, a atual legislatura não tem força moral para patrocinar a reforma político-administrativa que o Brasil precisa.
Como pensar numa reforma para valer sem favorecer a renovação de quadros, sem fortalecer a definição ideológica dos partidos e não qualificando o funcionalismo estatal, estimulando-lhe a aptidão, respeitando a competência e premiando sua idoneidade? E sem essas medidas não teremos reforma alguma, pelo contrário, as propostas dos responsáveis dos erros do sistema só irão piorar a conjuntura atual. Uma “reforma” apoiada pelos atuais deputados e senadores não seria reforma, mas a receita de uma pizza com sobremesa de marmelada, como diria Boris Casoy.
Ninguém quer votar na legenda dos partidos sem conhecer, avaliar e escolher os nomes de sua preferência nas listas eleitorais; queremos eleger pessoas dispostas a prestar contas das atividades na vida pública, como representantes eleitos. Não concordamos que parlamentares e executivos troquem de partidos após a eleição, nem dotar-lhes de imunidades e privilégios.
Se um parlamentar for convidado e aceitar um cargo executivo, deve renunciar ao mandato, e gostaríamos que desaparecesse para sempre a figura execrável do suplente de senador. Além do mais, rejeitamos que as campanhas eleitorais sejam pagas com o dinheiro do contribuinte, entre outras restrições. Será que os atuais detentores de mandatos aceitam isto?
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Troca-língua e falsificação da História
O ano 1984 ficou lá atrás, mas o livro escrito em 1942, se não me engano, empurrou para 30 anos à frente a denúncia contra o estado policial na antiga URSS e nas ditaduras de direita nazi-fascistas. Não foi uma condenação à experiência socialista vivida mais tarde no leste europeu e alguns países asiáticos e africanos, nem à heróica Cuba; foi uma proclamação condenatória aos regimes de exceção em conceito lato de espaço e tempo, na geografia stalinista e nas ditaduras militares estimuladas pelos EUA.
Duas coisas curiosas foram criadas por Orwell para sustentar o regime de um partido único de privilegiados no país fictício da Oceania. Um deles foi a manipulação da linguagem através da novilíngua controlada pelo Ministério da Verdade, e a Polícia do Pensamento que vigiava as pessoas a qualquer hora e em qualquer lugar.
Sem nenhuma semelhança atual, o partido dominante definia sua dialética através de três princípios: “Guerra é Paz”, “Liberdade é Escravidão” e “Ignorância é Força” e de época em época adotava programas de desenvolvimento econômico batizados de PLAT – planos trienais, com que entusiasmava a militância com uma propaganda intensa prometendo mudanças para melhor.
A novilíngua é o uso de eufemismos e metáforas; expressões para suavizar a dureza enfrentada pela cidadania e a transferência de palavras para um campo semântico que não é o objeto real a que se refere. Os grupos fechados, partidos ou igrejas, sempre adotam uma terminologia própria, com termos e expressões que seus membros usam naturalmente.
Meus primeiros estudos quando participava do partido comunista, incluíram as lições de um ideólogo chinês (ou coreano?) Liu-Shao-Shi, divulgadas na brochura “Como evitar o uso da terminologia no cumprimento das tarefas do partido”. Shao-Shi dizia que o militante deve impor confiança às massas e o melhor caminho para isso é falar a linguagem dela. Mas todo cuidado para cumprir os ensinamentos do livrinho de título gigantesco, não evitava que adquiríssemos a nomenclatura de grupo. Lembro-me até de um interrogatório onde um tira mandou que eu confessasse ser comunista porque só os comunistas usavam como eu, a palavra “solidariedade”.
Bem, todos sabem que o Brasil vive seus dias de novilíngua. O assalto à coisa pública feito pelos companheiros como no caso do mensalão não é ato ilícito, mas erro. Violações ilegais, como no caso do caseiro Francenildo, são desvios de conduta, concussões motivadas por estresse. Uso de dossiês fraudulentos e porte de dinheiro ilegal não é crime, mas alopração.
Há um mês mais ou menos, quando aqui esteve o Papa Bento XVI, tivemos um exemplo mais que perfeito saído da boca de Lula da Silva. Entrevistado pela Rádio Aparecida comparou as denúncias de compra de votos de parlamentares na Câmara Federal com as perseguições sofridas pelos religiosos da chamada Igreja progressista na ditadura militar. O PT – governo e os padres da Teologia da Libertação foram vítimas de um processo de difamação movido pela direita reacionária.
É assim que se distorce o conceito histórico. Não contente em fazê-lo, o aprendiz de ditador faz comparações para estimular o culto da própria personalidade… Como a ideologia dos pelegos é a política de resultado; os que dominam o poder não fazem outra coisa a não ser trabalhar pelo continuísmo, seja por via democrática ou outras. E assim caminha o nosso pobre Brasil.
Correspondências
Do jornalista Muriu de Paula
Amigo Miranda,
Admirador que sou de sua verve eloqüente e seu espírito de justiça social, acabo de conhecer este novo canal de profusão de idéias e notícias. Parabéns, longa vida e sucesso ao seu blog.
Não sei se o senhor sabe, mas somos quase vizinhos. Moro próximo a Praça do Buraco e sempre encontro o grande Maurício pelas esquinas. Quando será que nos libertaremos deste pandemônio de obra, no sentido “fecal” da palavra?
Do intelectual Pedro Tavares
AÍ AMIGO. JÁ ADICIONEI AOS FAVORITOS E VISITAREI O BLOG VARIAS VEZES AO DIA. Pedro
Do técnico gráfico
Grande Miranda. Bom dia.
Sua praia é muito boa de onda. Esse menino surfista vai longe.
Abraço
Valmir Bezerra
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Notas
1 … Saiu de um filme de capa e espadas o duelo ocorrido quarta-feira na Comissão de Ética do Senado. De um lado, os aliados de Renan Calheiros queriam de qualquer maneira acelerar a votação do relatório do senador Epitácio Cafeteira, de acordo com a absolvição, nomeado que foi para isto; do outro, o senador …. (PSOL) autor do pedido de julgamento. Foi um espetáculo com interpretação dialética: viu-se que a turma do PT já não tem escrúpulos de assumir o engajamento ao lado de Renan, enquanto os representantes da oposição querem aprofundar as investigações que, fatalmente o derrubarão. O presidente Sibá Machado do PT manobra para manter o fazendeiro alagoano na presidência do Senado, e o PSDB e DEM querendo substituí-lo pelo senador Tião Viana do PT… Pelo sim, pelo não, a novela continua na próxima sexta-feira, não perca! O processo será arquivado?
2 … A última da sexóloga Marta Suplicy encantou os chargistas. Numa entrevista coletiva cheia de blá-blá-blá, teceu comentários sobre o apagão aéreo que já dura quase oito meses por incompetência do PT-governo, induzindo os passageiros que sofrem as aflições da espera e da falta de informação. Aos inconformados, Marta deu um aconselhamento clínico: “Relaxa e goza porque você esquece todos os transtornos depois”; e acrescentou: “Isso é igual a parto. Depois esquece tudo”…
3 … Na safra dos improvisos administrativos e políticos, serpenteia na Câmara Federal um projeto de “reforma política”. Por coincidência, petistas e tucanos assumem uma banda só. É o oportunismo flagrante dos que querem manter os privilégios ou então reverter as expectativas em favor dos donos das legendas, atraindo a massa dos que temem o julgamento das urnas com um item imoral: é dado aos atuais deputados federais e estaduais e vereadores o direito de encabeçarem as listas preordenadas pelos caciques e apresentadas ao leitor que não mais votará nos candidatos de sua preferência mas nas legendas partidárias. Assumirão os mandatos os primeiros da lista em conformidade com os votos obtidos.
4 … Através da Agência Brasil, o presidente Lula da Silva volta a criticar a imprensa, pegando o gancho do noticiário sobre a violência e o crime organizado. Para Sua Excelência isto prejudica a implementação de uma política para o turismo no País. Disse Lula: “O que a gente vê de bonito na imprensa brasileira? Não tem. Se fala do Ceará, é morte, se fala da Bahia, é morte, ou seja, ele [cidadão] fala: ‘Eu não vou sair daqui, não, eu vou ficar dentro de casa”. Inconscientemente pensava: “Porque os jornalistas divulgam tantas coisas ruins sobre os ingênuos da família Inácio da Silva?”
5 … A manada governista da Câmara dos Deputados aprovou por 250 votos a 161 e sete abstenções a MP que dividiu o Ibama em dois para atender demandas da fisiologia aliada do PT-governo. A divisão do IBAMA, criando o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é desaprovada pelos servidores do órgão que, por esta oposição, estão em greve há um mês. A presidente da Associação dos Servidores do Distrito Federal, Linalva Cavalcanti, presente à sessão legislativa, declarou: “Vamos manter a greve e aumentar a pressão para que o Senado rejeite a medida provisória”. Agora a pressão será sobre o Senado, para onde a MP será encaminhada.
6 … De 2002 pra cá as Ong´s aumentaram de número de 22 mil para 260 mil! E como ninguém sabe informar no PT-governo, que paga as contas, parece que já chegaram a 270 mil. Quem de boa fé acredita que essas organizações não governamentais, sustentadas pelo dinheiro público, podem resolver os problemas de governo? Interessante é que as Ong´s ocupam espaço na educação e na terceirização de serviço para a administração pública! Na educação arrancam dinheiro do FAT e na contratação de empregados estão livres de pagamento para o INSS e o FGTS. O que espanta é que há uma Ong para cada 700 habitantes do País, estatística digna de figurar no Guiness Book, o livro dos recordes.
7 … O bisneto de Ruy Barbosa, advogado Alfredo Ruy Barbosa, escreveu uma carta que pretende enviar à mesa do Congresso Nacional pedindo a retirada do busto do bisavô “que fica acima da cadeira da presidência”. O Advogado quer que a estátua fique afastada do Plenário “até que as coisas mudem no Congresso, pois meu bisavô não merece testemunhar o que ocorre atualmente na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.”
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