POVO
MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)
“A praça! A praça é do povo/Como o céu é do condor/É o antro onde a liberdade/Cria águias em seu calor!” (Castro Alves – “O Povo ao Poder”)
O último pleito presidencial, embora com graves suspeitas de fraudes nas urnas eletrônicas e censurável método de apuração, teve um mérito: sacudiu o povo brasileiro para a participação direta na política.
Antes, houve o ensaio das manifestações de junho, com multidões reivindicantes sem lideranças profissionais, sem partidos enganadores; nem falsas bandeiras ideológicas; mas o movimento foi desvirtuado pela infiltração dos blacks-blocs e congêneres, financiados pela pelegagem no poder.
Agora é diferente. O povo, consciente da realidade, vai às praças com o claro objetivo de condenar o PT-governo. Assim, se torna impossível que os agentes provocadores impeçam os protestos contra a corrupção generalizada e a venda do País a potências estrangeiras.
O povo é o povo. Como palavra dicionarizada, sua definição vem do latim, populus. Historicamente, o povo romano possuía a condição de cidadania, decidindo nos “comícios” os assuntos de Estado; a turba desqualificada politicamente e os escravos não eram povo, mas “plebe”.
Na Idade Média, os franceses colocaram o povo no “Terceiro Estado”, sem direitos de cidadão. Atualmente, em alguns países onde a Democracia é mais do que uma palavra, o povo é o conjunto de indivíduos que constitui a Nação.
No português falado no Brasil, a palavra povo tem ambigüidades, algumas até com conotação pejorativa. No sentido culto, aprendi que a sociologia diferencia “povo” de “massa”; “povo” demarca segmentos sociais organizados, e a “massa”, a parcela alienada da sociedade.
Há um ditado antiqüíssimo que reza “A Voz do Povo é a Voz de Deus”. A origem é pagã, veio do ritual que se realizava no santuário do deus Hermes, na cidade grega de Acaia. O consulente fazia uma pergunta ao ouvido do ídolo, depois cobria a cabeça e se misturava com a multidão… As primeiras palavras ouvidas por ele, respondiam por Hermes as suas dúvidas.
Da minha parte, acredito que a voz do povo é a voz de Deus. O poeta Castro Alves, símbolo do patriotismo, tem um belo poema “O Povo ao Poder”, com a vigorosa quadra que trazemos em epígrafe.
O povo brasileiro foi para as ruas no Dia da República, 15 de novembro. Enfrentou o poder dominante, a indiferença dos partidos e a mídia vendida que distorce a realidade e divulga a contra-informação.
Ainda assim, o número de manifestantes em São Paulo surpreendeu até para os seus organizadores; Reuniram também um numeroso e entusiasmado público as bravas cidades de Belo Horizonte, Campina Grande, Campo Grande, Maceió, Porto Alegre, Recife e Salvador. Calcula-se em mais de 300 mil pessoas participando dos atos contra o PT-governo.
Reconhecemos que em alguns estados o protesto contra a corrupção e a traição nacional do lulo-petismo não conseguiu mobilizar muita gente; mas realizaram-se demonstrações qualificadas. E isto nos leva a outra divindade, Jesus Cristo, que falando aos seus discípulos disse: “Quando três se reunírem em meu nome, estarei presente”. Assim ocorre com o amor à Pátria; basta três patriotas se juntarem que a bandeira basileira tremulará com eles.
E sempre virão mais, desde que informados do que ocorre no País empesteado de roubalheira dos pelegos lulo-petistas. A escandalosa espoliação da Petrobras está escancarada, mas a 5ª coluna agindo para submeter o Brasil ao bolivarianismo ainda não está devidamente divulgada porque é uma espionagem silenciosa.
Os grandes jornais, porém, não podem esconder o fato de que esteve a pouco no Brasil o agitador chavista Elías Jaua, ministro do Poder Popular para as Comunas e os Movimentos Sociais da Venezuela. Veio com o beneplácito da presidente Dilma e reuniu-se em Guararema, SP, doutrinando e firmando convênio com o MST para organizar a revolução “que construirá a Pátria Grande, com capital em Havana”. Não é preciso dizer mais nada.
Então, voltemos a Castro Alves: “Existe um povo que a bandeira empresta/ Pr’a cobrir tanta infâmia e cobardia!…/ E deixa-a transformar-se nessa festa/ Em manto impuro de bacante fria!…
Temos muita “massa”, e pouco “povo” então, ou como dizia Renato Russo “nosso país que não é nação” . Quem sabe um dia, em breve, mas sem educação, só com doutrinação fica muito difícil.
Lendo e aprendendo. Obrigado!
Gostei muito. Boas as analogias à cultura greco-latina. Infelizmente a massa não tem subsídios “know-how” para se embasar. A citação de Castro Alves também é muito bonita. Para fechar acho que apesar da escolaridade pouca qualquer ser humano é imbuído de sabedoria. Agora de consciência?
Olá meu amado amigo!!BomTeLer!!Parabens, nao consigo entrar TT,nem RT,estava lá a pouco! Parabens!!
O dia que se conseguir levar ao cidadão comum e trabalhador a informação do que se passa realmente na cabeça desses golpistas que planejam arruinar com a soberania com seus planos do Foro de São Paulo, as ruas ficarão pequenas para a multidão, mas até lá é um serviço lento e perseverante, sem desistência. Eu sigo lendo!
Sem educação…sem futuro!..o povo fica indignado..e vota nos mesmos, sempre! Considera uma eleição como se fosse paredão do Big Brother, esse lixo que a Globo insiste em mostrar para deixar as pessoas mais alienadas ainda..30 milhões de votos anulados..viva o povo??!!…para Nação, falta muito ainda..infelizmente!
Isto não é um artigo,professor! Sem qualquer “babação” mas pura justiça, isto é um tratado .Parabéns,mais uma vez, por sua lucidez.
O povo brasileiro deve se habituar no zelo pela Democracia, porque nunca haverá descanso e porque vale à pena. Nas ruas, sempre que for preciso. E na troca diária de informações. Uma vigília permanente para que ditadores e canalhas não se criem.
Os poucos da classe média que aceitam falar do PT, falam que tirando 50 milhões da miséria, está bom. E não reparam em mais nada, nem nas ruas centrais de SP e nas periferias.