VAMOS ÀS RUAS!

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Senhor Deus dos desgraçados! / Dizei-me vós, Senhor Deus, / Se eu deliro… ou se é verdade/ Tanto horror perante os céus?!…”  (Castro Alves)

Revoltamo-nos ao assistir a soltura dos mensaleiros, condenados por corrupção ativa e livrados da pena de formação de quadrilha por uma firula jurídica. O indulto de Natal livrou o corrupto José Genoíno pela letra fria da Lei. Mas alguém poderia ter pedido a devolução do dinheiro surrupiado dos cofres públicos no Mensalão. E ninguém o fez.

Será que o mesmo ocorrerá com os assaltantes do Petrolão? Confio que não, se o PRG Rodrigo Janot não mentiu ao dizer: “Não é possível que os políticos não saibam a origem do dinheiro que abastece seu partido e sua campanha”.

No “inquérito mãe” da Operação Lava Jato estão denunciados dois governadores, 12 senadores e 34 deputados e ex-deputados federais. Mas neste País de meu Deus, de tanta infâmia e covardia, parlamentares só podem ser presos se condenados ou flagrados em crime inafiançável.

Desta vez, na roedura das ratazanas da Petrobras, está tudo presente e evidente, com os agentes políticos, operadores de lavanderia de dinheiro, o percentual dos corruptos nas propinas e as “doações legais”. Tudo, exceto a coragem para julgar e prender o grande responsável pela roubalheira, o pelego Lula da Silva.

Até as calçadas da Rua Pouso Alegre, 21, em Ipiranga, endereço do Instituto Lula, na capital paulista, sabem do envolvimento do Pelegão. Era ali que os donos e representantes das empreiteiras corruptoras (ou corrompidas?) desfilavam levando agrados para despertar o interesse de Vacari – tesoureiro do PT – e conseguir contratos na Petrobras.

As moscas do banheiro daquele centro de corrupção zumbem em torno das chantagens de Lula, Okamoto e Vacari na atividade criminosa montada para arrebatar o patrimônio das empresas estatais e fundos de pensão.  Ali se criou o esquema que submeteu a Petrobras aos desígnios totalitários do Partido dos Trabalhadores.

Esta extorsão está prestes a ser denunciada pelos executivos de construtoras presos. Daí vai aparecer a saga trapaceira de Lula, das conferências remuneradas promovidas pelo cartel das propinas, das viagens ao Exterior em jatos particulares e das consultorias financiadas pelo BNDES.

Porém, Lula ficou de fora das denúncias, assim como Dilma, que presidindo o Conselho Deliberativo da Petrobras é responsável pela compra criminosa da Pasadena e outros atos ilícitos. Sem a ajuda da PF e do MP, não será fácil provar que essa dupla malfeitosa escapou porque o PT-governo manipulou a lista que a Procuradoria Geral entregou ao STF.

Denunciam essa maquinação Renan Calheiros e Eduardo Cunha presidentes do Senado e da Câmara com a autoridade que lhes foi concedida legalmente. Se for mentira ou verdade, cabe à Justiça investigar.

A subtração de Lula é graças ao inexplicável medo das esferas jurídicas responsáveis por aplicar a lei; e, quanto à livrança de Dilma, deve-se a uma filigrana jurídica incorporada à Constituição de que ela só poderá ser investigada por ações funcionais praticadas no exercício do mandato.

Por essas deformidades políticas imperantes, exigimos a renúncia de Dilma – com a qual todos ganhariam, seus opositores e ela própria. Não há alternativa para quem ama o Brasil: Vamos às ruas no dia 12 de abril, triplicar as manifestações de 15 de março.

Que o poeta da libertação, Castro Alves, quebre o mármore da estátua e volte à vida para cantar conosco: “A praça é do povo como o céu é do condor”.

8 respostas para VAMOS ÀS RUAS!

  1. Bom dia, Miranda

    Infelizmente o “tempo da justiça” só é pesado para o inocente, mas o “tempo da história” trará tudo ao seu devido lugar.
    Lutamos sempre pelo futuro e nunca por nós.

  2. helen rigos disse:

    Bom dia! Sublime é a adjetivação perfeita por seu texto, na minha humilde opinião, mestre Miranda. Talvez (só talvez) possamos considerar “mercenário” um sinônimo para um tipo de ser humano, desde sua criação. Talvez, porque, por ter certo nível de raciocínio, desde os primórdios, esse ser precisasse pesar qual a melhor “conveniência” para q sua sobrevivência fosse possível. Ali o determinante era sobreviver. Agora, é sobressair, acima de qualquer valor. Agora, a vaidade impera acima de tudo (talvez!).
    Felizmente, Deus nos deu a dignidade como companheira de nossa sobrevivência, e com ela – NÓS, seres dignos, vamos às ruas SIM. Porque essa é nossa única opção, no momento. Todos pelo resgate de nossa casa: nosso País! Sempre.
    Obrigada, mestre.

  3. José Merici Neto disse:

    Belíssimo texto, Miranda!

  4. Em algum momento, a própria vida estabelece limites. E ela não costuma ouvir advogados.

  5. Ajuricaba disse:

    Bom dia mestre Miranda. Aos homens de Boa Vontade só resta a luta para fazer valer a justiça dos homens, pois não dá pra esperar pela justiça e Deus.

  6. Rocir Mercio da Silveira Junior disse:

    Se a Dilma renunciar ou sofrer impeachment quem assume ? O Temer ? o Eduardo Cunha ? O Renan ? Como fica o Brasil perante a comunidade internacional ? Eu acredito que o grande erro foi dar ao PT nas urnas mais 4 anos , agora Inês é morta . Golpe Militar ? Brasil não vai aguentar , vai haver guerra civil ! O cidadão de bem ao meu ver , tem que começar agora se articular agora para tomar nas urnas o poder , fazendo um trabalho de formiguinha conscientizando a massa . A parte mais importante deste trabalho cabe aos jornalistas , aos comediantes , aos professores , advogados e aos que foram melhor preparados pela vida para esta função . Fé em Deus , amor ao próximo e a pátria e viva o Brasil …

  7. Dilma é uma lança desgraçadamente fincada na alma do brasileiro. Todo dia que acordo primeiro dói lembrar que, tendo à frente um embuste, uma horda de perdedores enriquece às custas do empobrecimento da população, não só materialmente, mas também quanto à ética. O mau exemplo vem de cima. A deletéria administração da coisa publica, os grandes roubos que hoje conhecemos, são como que franquias a autorizar o aumento da criminalidade, o relaxamento nos costumes. O passar do tempo acomoda e conforma, pois nos acostumamos até com a dor. Não quero essa pacificação, não quero que meus próximos se acostumem com a dor. Nações que hoje lideram o mundo e cujos cidadãos declaram diariamente o amor à pátria, unificaram vontades e destino em meio aos piores conflitos mundiais. Com tendência ao macunainamismo, o brasileiro talvez precise, mesmo, ao achar que tudo está perdido, acabar por sentir o gosto de uma grande vitória. Não prego o conflito, mas não me conformo em aceitar a dor porque o oponente me ameaça de, ele sim, iniciar um conflito.

  8. Cicero Rufino disse:

    Belíssimo comentário.