Arquivo do mês: março 2016

Chopin – Spring Waltz

https://youtu.be/KmzFDEu2RoA

  • Comentários desativados em Chopin – Spring Waltz

Antonio Vivaldi – Storm

  • Comentários desativados em Antonio Vivaldi – Storm

VITÓRIA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Se no passado se vê o futuro, e no futuro se vê o passado, segue-se que no passado e no futuro se vê o presente” (Padre Antonio Vieira)

Já falei aqui, em vários artigos e mensagens do Twitter, da minha admiração por Bertrand Russell; e para falar sobre o futuro nos dias endemoniados que vivemos, lembro que ele, ao seu tempo – época em que dominava o medo de uma guerra nuclear que ameaçava a existência da vida humana– fez uma projeção futurológica.

Falou Russel sobre as ameaças ao sistema ecológico, com a natureza relegada ao segundo plano pelas sociedades sob domínio de um complexo industrial. Com sutileza de raciocínio, ele disse que basta que se destrua um elemento do sistema ecológico para desequilibrar o sistema inteiro. Este alerta é fundamental para a salvação da humanidade.

Atualmente, quando assistimos às conferências de cúpula, constatamos que as grandes potências – que na realidade mandam no mundo – não apresentam simples alternativas sequer visando interromper o crescente processo de destruição trazido pelo chamado efeito estufa.

As grandes potências marcam passo, mas estudam a formação de um comitê supranacional para combater o efeito estufa, prevenir epidemias e solucionar o êxodo provocado pelas guerras no Oriente Médio.

Enquanto isto, a triste figura do Brasil governado pelo PT fica bem atrás, com sua diplomacia nanica alinhada com ditadores africanos e a pelegada narco-populista submetendo-se ao encalacrado chavismo da “pátria grande”.

Aqui, o desenvolvimento econômico desceu ao subsolo, preso a superadas políticas estatistas e à idéia geladíssima herdada da guerra fria, de que o mundo se divide entre o Norte rico e o Sul subdesenvolvido.

Qualquer leitor de jornal sabe que as desigualdades mundiais são unicamente culturais. Os países mais avançados instruíram-se pela Educação e progrediram graças à tecnologia e a organização social; nós ficamos engessados com a maldita herança do desprezo pelo trabalho.

E o pior de tudo é que a ignorância aduba o solo, fertilizando-o para que a erva daninha do populismo germine e floresça produzindo sementes híbridas pelo cruzamento com a corrupção. Nada mais fácil de ver acompanhando a história do lulo-petismo.

E o povo brasileiro está vendo. Não foi por acaso que seis milhões de pessoas foram às ruas no dia 13 de março, mobilizadas pelas redes sociais. Acima de legendas partidárias, ideologia, concepções filosóficas ou religiosas fomos às ruas revoltados com a estreiteza do PT-governo, do despreparo de Dilma e da desonestidade flagrante de Lula.

Adotando o princípio de roubar o máximo no menor tempo possível no seu imediatismo, a hierarquia petista, sonha com carros de luxo, apartamentos triplex e sítios de cinema. Os comissários que ainda não estão na cadeia, continuam no governo, desesperados, mas se segurando para não perder as oportunidades de faturar que o poder oferece.

Para se salvar agarram-se aos métodos mais imorais – e alguns ilegais – para salvar os corruptos do partido denunciados pela Lava Jato, como é o caso de Lula, na possibilidade de ser nomeado ministro para escapar da Justiça comum.

Os milhões de patriotas da onda verde-amarela que cobriu o País ganharam, sem dúvida, o combate do dia 13. Conquistou-se uma vitória; mas temos diante de nós outras batalhas. Para o domingo passado, estudamos estratégia com Sun-tzu, Maquiavel e Clausewitz; mas olhando o futuro vamos relembrar a prédica do padre Antonio Vieira relativa ao tempo. A nossa vitória no presente foi fruto da nossa organização do passado e nos fortalece para conquistar o futuro.

Air – Johann Sebastian Bach

  • Comentários desativados em Air – Johann Sebastian Bach

Mozart – Lacrimosa

  • Comentários desativados em Mozart – Lacrimosa

Yo-Yo Ma, Kathryn Stott – The Swan (Saint-Saëns)

  • Comentários desativados em Yo-Yo Ma, Kathryn Stott – The Swan (Saint-Saëns)

Beethoven’s 5 Secrets – One Republic

É GUERRA!

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Somente grandes batalhas podem traduzir grandes resultados” (Clausewitz)

Às vésperas da manifestação nacional convocada para combater a corrupção e exigir o impeachment de Dilma, devemos nos preparar para uma guerra; não um confronto armado, de odiosidade e destruição, mas para recolocar o Brasil nos trilhos do republicanismo, da boa justiça, do afastamento dos pelegos ladrões e do desenvolvimento nacional.

Nossa guerra requer planificação; precisamos estudar a estratégia, aquele jogo de guerra dos estados maiores, com seus métodos, manobras e estratagemas para estimular o surgimento de idéias que visem conquistar um objetivo.

A estratégia que fascina os militares é uma palavra que na antiga Grécia nomeava o general comandante de exércitos, “estratego”. Hoje deixou de ser uma exclusividade dos exércitos; na organização política e econômica dos Estados, a estratégia passou a ser o planejamento das ações governamentais e nas empresas privadas para alcançar um balanço positivo.

Afirma-se que o desempenho dos governos e das empresas deve-se atualmente a “estratégias de marketing”. Diante disso, para derrotar o inimigo, militar ou civil, é preciso conhecer a estratégia, estudo que nos leva a um passado distante.

Veremos o general grego Tulcídides descrevendo a Guerra do Peloponeso; o clássico militar Sun Tzu com seu livro “A Arte da Guerra”; Maquiavel, pioneiro da ciência política ocidental, na obra “O Príncipe”; e o criador dos estados maiores militares, Clausewitz, com o tratado “Da Guerra”.

Lições simples e pequenas trazem o conhecimento da estratégia: O jogo de xadrez, por exemplo, instiga os jogadores a pensar as alternativas do próximo movimento das peças do adversário; e assim preparar estrategicamente seu próprio lance (de ataque ou defesa) com antecedência.

No dia 13, domingo próximo, entraremos num combate democrático que só terá êxito na medida em que nosso trabalho atinja com êxito a mobilização do povo. Será a primeira vez em que os partidos de oposição aderem oficialmente ao protesto popular, e a chamada grande imprensa já não consegue omitir a grandiosidade da convocação.

Faz parte da nossa estratégia – o objetivo final – algumas táticas, como resguardar a unidade anti-PT; denunciar o assalto ao Erário pelos gangsteres lulo-petistas; ressaltar a política antinacional bolivarianista do Itamaraty; apontar as mentiras compulsivas da dupla Dilma-Lula e ridicularizar o Pelegão-Chefe que pensa ser uma jararaca-do-rabo-esfolado, mas não passa de uma lombriga no intestino grosso do País.

A última fase da Operação Lava Jato e a visível degenerescência moral do PT e seus satélites estão contribuindo objetivamente para o sucesso das manifestações populares contra a corrupção e pelo impeachment de Dilma.

Os flancos do adversário estão enfraquecidos em conseqüência da desarticulação da base aliada, e não é difícil constatar que a antiga militância petista se reduziu a uma tropa de brutamontes mercenários; já não se vê aquelas moças pálidas de cabelo escorrido e olheiras, nem os barbadinhos de 16 anos e sequer os padres de passeata.

A nossa tropa recebeu também a adesão de um grande número de parlamentares oposicionistas, dos profissionais descontentes, dos desempregados e dos empresários que estavam neutros e agora querem a presidente fora.

Enfrentaremos a grande batalha conhecendo o inimigo e conhecendo a nós próprios, seguindo a lição do grande estrategista Sun Tzu; com isto, conquistaremos a vitória final contra o lulo-petismo.

Tchaikovsky – Valse Sentimentale

  • Comentários desativados em Tchaikovsky – Valse Sentimentale

Adélia Prado

BRIGA NO BECO

Encontrei meu marido às três horas da tarde
com uma loura oxidada.
Tomavam guaraná e riam, os desavergonhados.
Ataquei-os por trás com mãos e palavras
que nunca suspeitei conhecer.
Voaram três dentes e gritei, esmurrei-os e gritei,
gritei meu urro, a torrente de impropérios.
Ajuntou gente, escureceu o sol,
a poeira adensou como cortina.
Ele me pegava nos braços, nas pernas, na cintura,
sem me reter, peixe-piranha, bicho pior,
[fêmea-ofendida,
uivava.
Gritei, gritei, gritei, até a cratera exaurir-se.
Quando não pude mais fiquei rígida,
as mãos na garganta dele, nós dois petrificados,
eu sem tocar o chão. Quando abri os olhos,
as mulheres abriam alas, me tocando, me pedindo
[ graças.
Desde então faço milagres.

De Bagagem (1976)

Biografia de Adélia Prado aqui