Arquivo do mês: junho 2015

Cruz e Sousa

O ASSINALADO

Tu és o Louco da imortal loucura,

o louco da loucura mais suprema.

A terra é sempre a tua negra algema,

prende-te nela a extrema Desventura.

 

Mas essa mesma algema de amargura,

Mas essa mesma Desventura extrema

faz que tu’alma suplicando gema

e rebente em estrelas de ternura.

 

Tu és o Poeta, o grande Assinalado

Que povoas o mundo despovoado,

De belezas eternas, pouco a pouco.

 

Na Natureza prodigiosa e rica

Toda a audácia dos nervos justifica

Os teus espasmos imortais de louco!

 

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Vinícius de Moraes

POÉTICA (I)

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
— Meu tempo é quando.

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Fernando Pessoa

GATO QUE BRINCAS NA RUA

Gato que brincas na rua

Como se fosse na cama,

Invejo a sorte que é tua

Porque nem sorte se chama.

 

Bom servo das leis fatais

Que regem pedras e gentes,

Que tens instintos gerais

E sentes só o que sentes.

 

És feliz porque és assim,

Todo o nada que és é teu.

Eu vejo-me e estou sem mim,

Conheço-me e não sou eu.

 

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Fernando Gabeira

Transparência, abra as asas sobre nós

PUBLICADO EM 19.06.2015

Num dos fronts mais intensos no Brasil de hoje se trava uma luta entre a transparência e o segredo. No petrolão, na CBF e, sobretudo, no BNDES e algumas outras escaramuças.

Lula é um general do segredo e o PT, seu exército fiel. Só assim se pode interpretar a alegria coletiva que ele e o partido demonstraram, em Salvador, com a demissão de 400 jornalistas.

Na história da esquerda no Brasil, mesmo antes do PT, os jornalistas sempre foram considerados trabalhadores intelectuais. Não estavam no mesmo patamar mítico do trabalhador de macacão, e eram respeitados. Um Partido dos Trabalhadores celebrando a demissão de trabalhadores é algo que jamais imaginei na trajetória da esquerda.

Lula afirma que os jornais mentem, e parecia feliz com o impacto da crise, criada pelo governo petista, num momento da história da imprensa em que a revolução digital leva à necessidade de múltiplas plataformas. O argumento de que os jornais mentem não justifica, num universo de esquerda, festejar demissões de jornalistas. Por acaso Prestes achava que a imprensa dizia a verdade? Não creio que Prestes e o Partido Comunista fossem capazes de festejar demissões de jornalistas. O mais provável é que se solidarizassem com eles, independentemente de seu perfil político.

Gastando fortunas em hotéis de luxo, viajando em jatinhos de empreiteiras e ganhando fábulas por uma simples palestra, Lula perdeu o contato com a realidade. E a plateia do PT tende a concordar e rir com suas tiradas. Deixaram o mundo onde somos trabalhadores e mergulharam do mundo do nós contra eles, um espaço onde é preciso mentir e guardar segredos diante que algo arrasador: a transparência.

A batalha teve outro front surpreendente, desta vez no Itamaraty. O ministro diretor do Departamento de Comunicações e Documentação (DCD), João Pedro Corrêa Costa, tentou dar um drible na Lei de Acesso à Informação e proteger por mais alguns anos os documentos sobre BNDES, Lula e Odebrecht. Felizmente. o ministro fracassou. Mas no seu gesto revelou um viés partidário, até uma contradição com a lei.

Nos 16 anos de Parlamento, passei 15 e meio na oposição. O Itamaraty sempre me tratou de forma imparcial e gentil, independentemente da intensidade momentânea dos embates políticos. Agia como um órgão de Estado, e não de governo. Como as Forças Armadas, a julgar pela experiência que tive com elas.

O Itamaraty é produto de uma longa história se olharmos bem para trás, como fez Richard Sennett. Observando um quadro pintado em 1553, Sennett descreve como o surgimento da profissão de diplomata foi um avanço na História. Ele observa que com o surgimento da diplomacia se impõem novas formas de sociabilidade, fundadas não mais em código de honra ou vingança. No seu lugar entra uma espécie de sabedoria relacional baseada nos códigos de cortesia política.

No Congresso do PT em Salvador e no Itamaraty as forças do segredo travavam batalhas distantes no espaço, mas próximas no objetivo: esconder as relações de Lula com as empreiteiras e o BNDES. Não estão unidos apenas no objetivo, mas na negação dos seus princípios. Um diplomata tentando contornar a lei para proteger um grupo político, um Partido dos Trabalhadores festejando demissões em massa, tudo isso é sinal de uma época chocante, mas também reveladora.

A batalha da transparência contra o segredo estendeu-se à cultura. Venceu a transparência com a decisão do Supremo de liberar as biografias. E venceu num placar de fazer inveja à seleção alemã: 9 a 0.

Não canso de dizer como admiro alguns artistas que defenderam o segredo. Mas embarcaram numa canoa furada. E não foi somente a transparência que ganhou. A cultura ganhou novas possibilidades. Com a liberação de livros e documentários sobre brasileiros, uma nova onda produtiva pode enriquecer o debate.

Se examinamos o comportamento do BNDES e da própria Odebrecht, constatamos que têm argumentos para defender suas operações. Por que resistir tanto à transparência, como o governo resistiu até agora? E, sobretudo, por que ainda manter alguns documentos em sigilo?

Há muita coisa estranha acontecendo no Brasil. Todos se chocaram quando se constatou o tamanho do assalto à Petrobrás. Os corruptos da Venezuela, roubando dinheiro da PDVSA, a empresa de petróleo de lá, estavam lavando dinheiro no Brasil. A julgar pelo volume de dinheiro, o assalto por lá foi tão grande quanto o daqui.

O ministro do Itamaraty que quis ocultar documentos será esquecido logo. Lula, no entanto, já passa algumas dificuldades para explicar sua relação com as empreiteiras. E quanto mais se complica, mais estimula as centenas de pesquisadores, acadêmicos, escritores e cineastas que querem mostrar a História recente do País.

A batalha pela transparência nunca será ganha de uma só vez. De qualquer forma, a lei de acesso e a liberdade para as biografias são dois instrumentos.

Mesmo as pessoas mais indiferentes à roubalheira gostam de saber o que se está passando no País. Existe nelas, como em quase todos, aquela necessidade de mostrar que, apesar de sua calma, não são ingênuas.

Lula e o PT comemoram demissões nos jornais como se fossem as únicas plataformas críticas. A internet dá aos petistas, por meio dos robôs e compartilhamento entre militantes, uma falsa sensação de alívio. Na verdade, o avanço tecnológico apenas ampliou o alcance dos jornais. E encurtou o espaço da mentira. Como dizia um personagem de Beckett, não se passa um dia sem que algo seja acrescido ao nosso saber. E acrescenta: desde que suportemos as dores.

As dores da transparência são mais suportáveis que os males do segredo, tramas de gabinete, truques contábeis, roubalheira no escuro, conchavos nos corredores. Com a mesma alegria com que hoje festejam nossas demissões, celebraremos o dia em que forem varridos do poder.

Artigo publicado no Estadão em 19/06/2015

João Cabral de Melo Neto

PAISAGEM PELO TELEFONE

Sempre que no telefone
me falavas, eu diria
que falavas de uma sala
toda de luz invadida,

sala que pelas janelas,
duzentas, se oferecia
a alguma manhã de praia,
mais manhã porque marinha,

a alguma manhã de praia
no prumo do meio-dia,
meio-dia mineral
de uma praia nordestina,

Nordeste de Pernambuco,
onde as manhãs são mais limpas,
Pernambuco do Recife,
de Piedade, de Olinda,

sempre povoado de velas,
brancas, ao sol estendidas,
de jangadas, que são velas
mais brancas porque salinas,

que, como muros caiados
possuem luz intestina,
pois não é o sol quem as veste
e tampouco as ilumina,

mais bem, somente as desveste
de toda sombra ou neblina,
deixando que livres brilhem
os cristais que dentro tinham.

Pois, assim, no telefone
tua voz me parecia
como se de tal manhã
estivesses envolvida,

fresca e clara, como se
telefonasses despida,
ou, se vestida, somente
de roupa de banho, mínima,

e que por mínima, pouco
de tua luz própria tira,
e até mais, quando falavas
no telefone, eu diria

que estavas de todo nua,
só de teu banho vestida,
que é quando tu estás mais clara
pois a água nada embacia,

sim, como o sol sobre a cal
seis estrofes mais acima,
a água clara não te acende:
libera a luz que já tinhas.

De Quaderna (1960)

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Entreguismo

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

Dicionarizada, a palavra “entreguismo” é um conceito político que defende a entrega de um país para outro, suas riquezas naturais e até culturais, como a expressão foi usada na Espanha do século 19 contra a influência estrangeira.

Por indução política, confunde-se com ideologia. O emprego dessa palavra ultrapassa, entretanto, a sua aplicação política de exaltação do nacionalismo radical e do isolacionismo econômico nos países produtores de petróleo contra a cartelização das chamadas “Sete Irmãs”, empresas multinacionais que dominam o mercado mundial.

A condenação do “entreguismo”, nesses termos, foi a tônica político-econômica do segundo governo de Getúlio Vargas nas relações internacionais e para conquistar apoio popular interno. O Brasil da época dividiu-se entre os que defendiam que o País devia relacionar-se com o exterior e os que acreditavam poder dispensar o capital externo.

Foi sob o signo do choque entre nacionalistas e entreguistas, que surgiu a campanha d’ “o petróleo é nosso” e o monopólio estatal a ser exercido pela Petrobrás (naquele tempo com acento agudo).

Nos conturbados anos das décadas de 1940 e 1950,  se exaltaram o entreguismo da “direita” e “esquerda”. A História registra dois pronunciamentos perturbadores, de um lado, o udenista Juracy Magalhães dizendo “o que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil”, e do outro, o comunista Luiz Carlos Prestes pregando “o que é bom para a União Soviética, é bom para o Brasil”.

Entrávamos na “Guerra Fria”. Certos ou errados, os dois políticos, respeitados pelos seus partidos e com imenso número de seguidores, assumiram as simpatias pelas duas potências em confronto.

Triste é o Brasil de hoje em que o lulo-petismo no poder defende “o que é bom para Cuba e sua sucursal venezuelana, é bom para o Brasil”… Por uma idiotia falsamente ideológica, o PT defende o narco-populismo bolivariano, subalterno a outros países quando temos a vocação de liderar a América Latina.

Mais do que um equívoco, oferecer apoio a uma ilusória “pátria grande” abdicando da soberania nacional, não passa de uma encenação para conquistar politicamente as massas ignorantes ou fanatizadas, para o grande assalto ao patrimônio nacional que os petistas realizam ininterruptamente.

O maior exemplo é o que os lulo-petistas fizeram na Petrobras (sem acento agudo): Transformaram a estatal numa fonte de propinas e na única empresa petroleira do mundo a dar prejuízo.

Arrombados os cofres, o que ficou na conjuntura petrolífera? Desajuste dos preços da gasolina e do diesel, represados para favorecer a reeleição de Dilma, fingindo controlar a inflação; desmantelo na produção alcooleira e impossibilidade de atender a demanda de combustível.

Em nome de um caricato nacionalismo, o que o PT-governo faz, é deprimente. Desmoraliza o Itamaraty, tornando-o uma agência dos interesses da empreiteira Olderbrecht, para defender seu grande lobista, Lula da Silva, uma praga que foi, por descuido, presidente da República. O nacionalismo lulo-petista é na verdade “entreguismo” dos bons.

Produz a desnacionalização sistemática da indústria, enriquece a banqueirada estrangeira, e se obriga a entregar as reservas de petróleo a grupos estrangeiros. Os setores chaves da infraestrutura vão aos poucos se privatizando; enfim, o PT levou o País de volta ao passado.

Agora assistimos o “entreguismo” subserviente do PT-governo, calando diante da agressão sofrida pelos senadores brasileiros em missão humanitária para visitar os presos políticos da ditadura venezuelana.

Dilma e o Itamaraty, dirigido por um comissário bolivariano, se calam; não tiveram a presteza que tiveram ao atender o narco-populismo afastando o Paraguai do MERCOSUL para ceder a vaga para Chávez!

 

 

NEGAÇÃO

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“A História é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos.”
(Cícero)

O pensador alemão Hegel introduziu na filosofia o termo “negação”, combinando a dialética dos gregos antigos com a metafísica. Aristóteles, Heráclito, Platão, Sócrates e Zenon adotaram nas suas buscas pela verdade a “dialektiké”, palavra que quer dizer “arte do diálogo”.

Na verdade, trata-se de um método de análise que aplica a contradição da tese e da antítese para obter a síntese. Entre os velhos filósofos, foi Heráclito que melhor definiu a dialética; enunciou: Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio; saiu e voltou, o fluxo mudou e você não é o mesmo.

A negação hegeliana entrou na dialética aplicada na Ciência do Direito, na História e na Sociologia, propondo na composição dialética a eliminação e a destruição do velho. Deleta o passado (o velho) pela realidade presente (o novo).

Os materialistas contemporâneos de Hegel discordaram deste ponto de vista defendendo a tese de que a História é o resgate da cultura da sociedade, do seu povo, de determinada região e época vivida, e que não se pode considerar uma negação que torna o passado inútil.

Assim surgiu o materialismo histórico, aplicando a “negação da negação”, como novo método de análise, como se vê na matemática em que duas negações se tornam afirmações. Lembremos que menos mais menos dá mais: -1 + (-1) = -2. Também na lingüística, na fala do dia a dia, principalmente no Nordeste e no Norte do País, o “não vi, não” é uma negação. Quer dizer que não viu.

Tive um cunhado gaúcho, já morto, que quando nos visitava no Rio Grande do Norte ficava revoltado quando fazia uma pergunta e o interlocutor dizia “não tem, não” ou “não está não”. Então tem, está, dizia…

Os dicionários, tratando da negação, registram: Do latim, “negatione”, substantivo feminino. Falta de vocação ou de aptidão. Para onde levam os alfarrábios? Para a política. Não é difícil responder que temos diante de nós o retrato de corpo inteiro da falta de vocação e aptidão no PT-governo, personificado por Dilma.

Há um exemplo maior do que as promessas vãs do lulo-petismo no poder? Eles mentem tanto que crêem na própria mentira, criando um mundo imaginário, o “País das Maravilhas” de Dilma, cujo antecessor e criador, Lula da Silva, já sofria dessa esquizofrenia, o distúrbio mental que leva à perda de contato com a realidade.

Lula carrega esta psicopatia zumbindo nos seus ouvidos com o compromisso de realizar a transposição do Rio São Francisco. Lembro-me que o Pelegão insensível, repetiu pela terceira vez a promessa, dizendo que a obra seria “inaugurada definitivamente em 2012, a não ser que acontecesse um dilúvio”.

2012 se passou e o que ficou foi a sua Xerox esquizotípica, mãe de outros engodos, os PACs 1 e 2, e agora um temporão, o PIL… Deste último não dá o que falar, só rir de mais uma fantasia…

Os PACs foram abortos provocados pelo marketing. Uma artimanha pré-eleitoral para escarnecer do povão ignorante e armar seus aliados de argumentos… A boa fé dos eleitores engoliu essa pílula duas vezes e o cinismo dos lulo-petistas vangloriou-se.

O PAC 1 foi audacioso. Prometeu reduzir o baixíssimo índice de infraestrutura, construir estradas e modernizar portos e aeroportos. Refletiu ilusórias obras públicas, hospitais, escolas, habitações populares e máquinas accessíveis aos empreendedores.

Os PACs foram mentirosos. Taxas de investimento do programa baixaram de ano para ano em relação ao PIB; e o valor investido em rodovias e ferrovias caiu consideravelmente. Os aeroportos andaram um pouco melhor graças às “concessões”. mas os demais itens atrasaram.

Nem falaremos da Ferrovia Norte-Sul; o exemplo miniaturizado é a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, do cerrado baiano a Ilhéus, que deveria já ter sido inaugurada há tempos, e nada. Recebeu imensos recursos que “sumiram”. Somam-se à inconclusão da obra, graves irregularidades apontadas pelo TCU.

A onda de atrasos nos PACs de Dilma é do mesmo mar de irresponsabilidade da marolinha econômica de Lula… E para alegria dos brasileiros resistentes à incompetência e à corrupção, todo mundo está vendo isto e não somente a cidadania esclarecida.

A Nação está tão consciente dos males que o PT nos traz, que o governo suspendeu as pesquisas de opinião ao constatar que a popularidade da Presidente caía mês a mês. Na última divulgada, de março, com 2002 pessoas ouvidas em 142 municípios, a desaprovação atingiu 78%. Há uma exclusiva do PT-governo, “secreta”, que foi pior: apenas 7% aprovam Dilma.

… E nada mais foi perguntado à História, que registrou a negação do povo brasileiro à falta de vocação e aptidão da falsa Gerentona…

A Bíblia

MIRANDA SÁ – E-mail: mirandasa@uol.com.br

Nesta fase abominável em que Dilma diz que se sente “crucificada” e Michel Temer pede que o ministro Joaquim Levy “tem que ser tratado como Cristo”, o lulo-petismo mergulha a Bíblia no pântano do arrocho antipovo.

A distorsão dos tempos bíblicos trazem-me uma lembrança: Em 2010, após passar incólume pela roubalheira do Mensalão, Lula apresentou um balanço do seu governo e, para se reabilitar, disse que “Jesus se aliaria a Judas se precisasse de votos”.

Na época, havia um bispo atento na CNBB que levou a entidade a criticar essa heresia com uma nota, asseverando que “Jesus não fez concessões aos fariseus e saduceus”.

Mesmo com a réplica, o Brasil de então ouviu pregações proféticas. Parábolas e metáforas em profusão vieram para justificar o injustificável, isto é, explicar o porquê o Governo Federal ficou refém do fisiologismo e entregue à ladroagem nefasta dos “companheiros”.

Eram imundas as parcerias da Presidência da República. Hoje sabemos que não foi pelo pragmatismo político, nem para garantir “governabilidade”. Só acumpliciamento com políticos safados e colaboração com os ladrões do Tesouro.

O alarde dessa exigência para governar foi falso, feito apenas para legitimar o assalto à administração pública por políticos com folha corrida. Um atentado contra a República.

Pela minha ótica – de a-religioso – o comportamento do Pelegão que traiu a Pátria, e seus comparsas, usam de crenças para mistificar. O próprio Lula, certa vez, reconheceu sua incapacidade de enfrentar os grandes desafios a que se propôs, e de realizar as reformas estruturais que foram o carro-chefe ideológico do PT por duas dezenas de anos.

A verdade histórica é que, ao conquistar o poder, Lula e seu partido assumiram os tradicionais males do coronelato, da corrupção e dos privilégios; preferiram barganhar os princípios programáticos pelo apoio dos 300 picaretas do Congresso.

Na época, o povo não absorveu a realidade, a mídia foi colaboracionista e as pesquisas de opinião pública foram compradas. A sucessão, então, foi um estelionato que vendeu uma “gerentona” e elegeu uma incompetente. Desconfia-se que além da mentira demagógica, houve uma “ajudinha” das urnas eletrônicas.

Esta desconfiança materializou-se com o casamento das urnas eletrônicas com a Smarmatic, empresa criada na Venezuela para fraudar eleições narco-populistas dos chavistas. O matrimônio realizou-se no santuário da deusa cega do TSE sob as bênçãos de dom Toffoli, um apóstata da deusa Justiça.

Agora, Lula e seus parceiros estão às vésperas de serem julgados pela vontade do povo e a atuação de um juiz digno. Se isto ocorrer, será pelas provas de crimes contra o patrimônio público, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, e não por uma sentença condenatória de traição nacional.

Esta traição que se caracteriza pelo rompimento das promessas de defender um país livre, justo e solidário. E mais ainda, pela colaboração com potências estrangeiras, com abertura das nossas fronteiras para o narcotráfico e a entrada de armas de uso excluisivo das FFAA.

O bando de Lula e seus asseclas jamais alcançaria a materialização da utopia da liberdade, justiça e solidariedade pois agem ao contrário. Transformaram em “heróis” os quadrilheiros do mensalão, incentivando o aparecimento do Petrolão e do ainda encoberto BNDESALÃO…

A realidade nos mostra que a continuidade do lulo-petismo no poder fragiliza a nossa frágil democracia e o mal do presidencialismo que empresta uma autoridade incomum a uma só pessoa. Traços de rebeldia no Congresso Nacional são levados na chacota.

O realismo do lulo-petismo como teoria política – quase kafkiano – , suplantou o ideologismo do PT, que virou uma seita de fariseus e saduceus, seguidos por excluídos da moral e da ética, corrompidos, corruptos e corruptores.

Como seita fanática, petistas se enganam a si próprios quando vendem o Brasil por trinta dinheiros, atraiçoando a cidadania. Aproveitam-se de uma oposição partidária anêmica, leniente, incapaz de reagir.

Ao comparar-se repetidamente com Jesus Cristo, Lula usa a Bíblia fraudulentamente, distorcendo-a para servir aos seus desígnios diabólicos. Está mais para Judas, perdendo o respeito da cristandade, dos católicos, ortodoxos e evangélicos… O apóstolo traidor.

 

Gregório de Matos

As Cousas do mundo 

Neste mundo é mais rico o que mais rapa:
Quem mais limpo se faz, tem mais carepa;
Com sua língua, ao nobre o vil decepa:
O velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
Quem menos falar pode, mais increpa:
Quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por tulipa;
Bengala hoje na mão, ontem garlopa,
Mais isento se mostra o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa
E mais não igo, porque a Musa topa
Em apa, epa, ipa, opa, upa.

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Rita Lee – O bode e a cabra

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