Entreguismo

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

Dicionarizada, a palavra “entreguismo” é um conceito político que defende a entrega de um país para outro, suas riquezas naturais e até culturais, como a expressão foi usada na Espanha do século 19 contra a influência estrangeira.

Por indução política, confunde-se com ideologia. O emprego dessa palavra ultrapassa, entretanto, a sua aplicação política de exaltação do nacionalismo radical e do isolacionismo econômico nos países produtores de petróleo contra a cartelização das chamadas “Sete Irmãs”, empresas multinacionais que dominam o mercado mundial.

A condenação do “entreguismo”, nesses termos, foi a tônica político-econômica do segundo governo de Getúlio Vargas nas relações internacionais e para conquistar apoio popular interno. O Brasil da época dividiu-se entre os que defendiam que o País devia relacionar-se com o exterior e os que acreditavam poder dispensar o capital externo.

Foi sob o signo do choque entre nacionalistas e entreguistas, que surgiu a campanha d’ “o petróleo é nosso” e o monopólio estatal a ser exercido pela Petrobrás (naquele tempo com acento agudo).

Nos conturbados anos das décadas de 1940 e 1950,  se exaltaram o entreguismo da “direita” e “esquerda”. A História registra dois pronunciamentos perturbadores, de um lado, o udenista Juracy Magalhães dizendo “o que é bom para os Estados Unidos, é bom para o Brasil”, e do outro, o comunista Luiz Carlos Prestes pregando “o que é bom para a União Soviética, é bom para o Brasil”.

Entrávamos na “Guerra Fria”. Certos ou errados, os dois políticos, respeitados pelos seus partidos e com imenso número de seguidores, assumiram as simpatias pelas duas potências em confronto.

Triste é o Brasil de hoje em que o lulo-petismo no poder defende “o que é bom para Cuba e sua sucursal venezuelana, é bom para o Brasil”… Por uma idiotia falsamente ideológica, o PT defende o narco-populismo bolivariano, subalterno a outros países quando temos a vocação de liderar a América Latina.

Mais do que um equívoco, oferecer apoio a uma ilusória “pátria grande” abdicando da soberania nacional, não passa de uma encenação para conquistar politicamente as massas ignorantes ou fanatizadas, para o grande assalto ao patrimônio nacional que os petistas realizam ininterruptamente.

O maior exemplo é o que os lulo-petistas fizeram na Petrobras (sem acento agudo): Transformaram a estatal numa fonte de propinas e na única empresa petroleira do mundo a dar prejuízo.

Arrombados os cofres, o que ficou na conjuntura petrolífera? Desajuste dos preços da gasolina e do diesel, represados para favorecer a reeleição de Dilma, fingindo controlar a inflação; desmantelo na produção alcooleira e impossibilidade de atender a demanda de combustível.

Em nome de um caricato nacionalismo, o que o PT-governo faz, é deprimente. Desmoraliza o Itamaraty, tornando-o uma agência dos interesses da empreiteira Olderbrecht, para defender seu grande lobista, Lula da Silva, uma praga que foi, por descuido, presidente da República. O nacionalismo lulo-petista é na verdade “entreguismo” dos bons.

Produz a desnacionalização sistemática da indústria, enriquece a banqueirada estrangeira, e se obriga a entregar as reservas de petróleo a grupos estrangeiros. Os setores chaves da infraestrutura vão aos poucos se privatizando; enfim, o PT levou o País de volta ao passado.

Agora assistimos o “entreguismo” subserviente do PT-governo, calando diante da agressão sofrida pelos senadores brasileiros em missão humanitária para visitar os presos políticos da ditadura venezuelana.

Dilma e o Itamaraty, dirigido por um comissário bolivariano, se calam; não tiveram a presteza que tiveram ao atender o narco-populismo afastando o Paraguai do MERCOSUL para ceder a vaga para Chávez!

 

 

9 respostas para Entreguismo

  1. Onde tudo isso vai dar? Brasileiros a mercê desta politicagem insana…

  2. Dilma e o Itamaraty se calam…é uma afronta a todos os brasileiros, fico no vazio imaginando o que será do nosso país…e quando o povo vai decidir ir a luta…as vezes sinto medo, mesmo sendo nova questiono o futuro….

  3. Mônica Torres disse:

    Sim, são hipócritas esses entreguistas! A nossa política agora é exercida nos corredores sujos de um país ruindo. Novamente, esclarece brilhantemente a nossa política de entreguismo, mas… uma ressalva: Aquele “grande lobista”, não foi ao topo por descuido, mas, por um plano sinistro arquitetado nas portas das fábricas, em conchavos, em tramoias, em alcovas do inferno, de onde jamais deveria ter saído. Parabéns, Miranda!

  4. Elias disse:

    Sempre que vi,de forma agressiva, supostos “heróis” petralhas agredir com a palavra “entreguismo”, me sentia convicto de estar diante de um verdadeiro aloprado. Esclarecedor seu artigo histórico.

  5. vileite disse:

    Qual o órgão público nesse país acéfalo que não foi corrompido por essa corja maldita ?
    Excelente e esclarecedor artigo , parabéns !

  6. Luiz Carlos disse:

    Passamos pela ditadura militar, mesmo com toda repressão estávamos na rua. Hoje somos apenas cordeiros. Caso ainda na guerra fria diria que bebemos remédios diluídos, qual nosso processo de passividades.

  7. Miranda, louvável a atitude dos Senadores, mas infelizmente já olho para todos esses e outros atos como visibilidade eleitoreira. Oportunismo. Perdi a crença em TODA essa raça. Pra mim, estão todos vendidos. É simplesmente INCONCEBÍVEL que esta senhora ainda esteja no mais alto cardo executivo deste país, da mesma forma que é inacreditável que o seu partido ainda exista. Eu parei com tudo isso. Cadê o impeachment? Cadê a Justiça? E o mais grave de tudo isso: TEM GENTE QUE DEFENDE ESSA CORJA. Não dá.

  8. Ajuricaba disse:

    O Itamaraty e as Relações Exteriores do Brasil já foram exemplo e motivo de orgulho mundial. Hoje se arrasta pelos palácios bolivarianos e ditatoriais mundo afora

  9. Juquinha disse:

    Cuba, Venezuela, Bolívia… É a política externa denominada pé no saco! Chega!