VACINA

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MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“Vale mais prevenir que remediar!” (Galeno – O “Pai da Farmácia”)

A vacina é indispensável para garantir a saúde e a vida dos povos. Foi com muita tristeza que acompanhamos o nosso atraso no enfrentamento da covid-19, quando em todo o planeta os governos, entidades privadas e instituições filantrópicas se mobilizaram e contribuíram para as pesquisas de anticorpos imunizadores contra o vírus.

É um momento de mobilização mundial sem precedentes para enfrentar a covid-19; inúmeros países investiram bilhões de dólares para o desenvolvimento de vacinas e a comunidade científica, por sua vez, faz História ao produzi-la em tempo recorde.

O Brasil também vive hoje um dia histórico, escrito pela Anvisa, seu corpo de médicos e pesquisadores, que acaba de aprovar, por unanimidade, as vacinas desenvolvidas pelo Butantan e a FIOCRUZ, calando o negacionismo caricato e ignorante. Assim, “Habemus Vacinnae! ”.

Nesta nova realidade, é essencial que se faça (como já se fez) campanhas educativas sobre a imunização. A informação é indispensável para alertar e instruir a sociedade sobre o uso dos imunizantes; e o foco da instrução depende das pessoas esclarecidas contra o obscurantismo negacionista.

Tivemos no passado militares estudiosos da geopolítica e de Economia desenvolvimentista, que quando ocuparam o poder (1964-1979), fizeram várias campanhas educativas explicando a necessidade da vacinação. Eram conscientes da importância de vacinar as crianças para protege-las de doenças epidêmicas que grassavam no País.

Uma dessas promoções, em 1972, obteve o maior sucesso, trazendo um curioso personagem de animação, Sujismundo, que se recusava a tomar vacina, justificando: – “eu não tô doente…”, – “prá quê espetadas inúteis? ” – Eram os argumentos negacionistas da época.

Sujismundo se apresentava mal-ajambrado e sujo, provocando rejeição a si; mas em compensação o programa trazia a figura limpa, inteligente e vivaz de Sujismundinho, um garoto filho de Sujismundo, que exigia ser vacinado.

Aqueles filmes publicitários alertavam que a vacinação era obrigatória para crianças, e os pais que se recusassem vacinar seus filhos perderiam direito ao salário-família. Assim, conseguiu-se debelar muitas enfermidades no Brasil.

O êxito da propaganda incentivou mais tarde, na década de 1980, o aparecimento de Zé Gotinha, personagem que foi estudado na brilhante tese de mestrado de Johnny Ribas da Motta, da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade de Goiás.

Esta segunda campanha, igualmente meritória, trouxe um estímulo para a divulgação regional, com verbas para promover atividades artesanais de comunicação, como teatro de bonecos, literatura de cordel e desafios repentistas….

Mas o que passou, passou. Era muito difícil imaginar que viéssemos a ter na presidência da República um indivíduo com a mentalidade de Sujismundo; mas infelizmente é isto que temos; hoje impera nos círculos do poder a demência negacionista, ignorando os avanços científicos da medicina preventiva.

É triste constatar que este fato negativo é um produto mental importado da loucura de Donald Trump, reacionário retrógrado que felizmente foi derrotado na reeleição pelo povo norte-americano, repudiando suas trapaças egocêntricas…. Mas sua herança boçal do negacionismo vigora no Brasil como uma caricatura toscamente desenhada para as mentalidades colonizadas.

Toda Nação, quase à unanimidade – com exceção do bloco dos sujismundos, doentios seguidores de políticos animadores de auditório –, ansiava por um programa de vacinação de massa para enfrentar o novo coronavírus e a letal covid-19.

Com “ansiedade e a angústia” depreciadas pelo ministro-general Pazuello, eu gostaria de ajudar nisto; se tivesse a força de um ”digital influencer”, abriria nas redes sociais um concurso para eleger o Sujismundo da atualidade… O meu voto seria para Bolsonaro…

 

 

 

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