Poesia
Ainda e sempre
“Quis debalde varrer-te da memória
E o teu nome arrancar do coração!
Amo-te sempre! Que martírio infindo!
Tem a força da morte esta paixão!…
Eu sentia-me atado aos teus prestígios
Por grilhões poderosos e fatais;
Nem me vias sequer, – te amava ainda!…
Motejavas de mim, – te amava mais!…
Tu me vias sorrir. Os prantos d’alma
Só confiam-se a Deus e à solidão!…
Tu me vias passar calmo e tranqüilo,
Tinha a morte a gelar-me o coração!…
Quantas vezes lutei co’o sentimento!
Quantas vezes corei da minha dor!…
Quis até odiar-te… amava sempre
Sempre e sempre a esmagar-me o meu amor!”
Plínio de Lima
O Poeta
O poeta Plínio Augusto Xavier de Lima nasceu em Caetité, aos 17-10-1847, numa casa onde hoje está a residência episcopal, filho do Ten. Cel. Antonio Joaquim de Lima e D. Francelina de Albuquerque Lima. Estudou Direito no Recife, onde travou amizade com Castro Alves, junto a quem fundou uma associação abolicionista, sendo em vida mais popular e conhecido que o confrade.
Em trajetória inversa ao colega Ruy Barbosa, migrou da Faculdade do Largo de S. Francisco, em S. Paulo, para Pernambuco, onde se formou retornando para a terra natal onde adoece, falecendo aos 17 de abril de 1873.
Parte de seus poemas, ínfima, foi recuperada por João Gumes e publicada em 1928 pela “Seção de Obras d’O Estado de São Paulo”, sob o título de “Pérolas Renascidas”.
Quase perdida, com o concurso do Sr. Sylvio Gumes Fernandes, Acadêmico Emérito da ACL, foi reeditada eletronicamente pelo Município, em 2002.
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