MIASMAS
MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)
“Miasmas pútridos emanam no Congresso em Brasília, contaminando o ar da metrópole. Mas o meu nome não exala odor mefítico, porque não chafurda no pântano da ignomínia” (Enéas Carneiro)
Parece uma linguagem rebuscada, um tanto pernóstica, mas é português castiço. Era como o Professor se expressava nas suas contundentes críticas que fazia ao Legislativo já no seu tempo, praticamente dominado por uma minoria que contrariava a ética parlamentar.
A palavra “Miasma” é dicionarizada como substantivo masculino, de origem grega, “mjaʒmɐ”, míasma, – atos, «exalação impura», Define-se como emanação proveniente de detritos orgânicos em decomposição e, figuradamente, como ansiedade, má influência, sensação de opressão.
O historiador grego Heródoto, que foi chamado por Cícero de “Pai da História”, tendo sido exilado quando jovem por razões políticas, viajou pelo mundo antigo visitando além de toda Grécia, o Sul da Rússia, Turquia, Egito, Líbia e, possivelmente a Mesopotâmia e a Pérsia. É célebre a sua obra “Histórias” composta por nove livros publicados entre os anos 430 e 424 a.C.
Entre as memórias registradas sobre o Egito dos faraós e das múmias, Heródoto descreveu o trabalho dos embalsamadores de cadáveres com detalhes, contando que eles tiravam primeiro as vísceras dando um longo talho nos flancos; depois, por meio de ganchos introduzidos no nariz, extraiam o cérebro em pedacinhos. Em seguida, lavavam a cavidade com substâncias aromáticas, segurando a cabeça e sacolejando-a fortemente. Em seguida introduziam na boca e no nariz uma pasta que misturava especiarias incensórias. Cosidas todas as fendas corporais mergulhavam o corpo inanimado numa espécie de banheira com carbonato de sódio por sessenta dias. Só então era envernizado e envolvido em faixas de linho colados com betume.
A descrição que fiz é meio grosseira devido não contar com o texto original, mas nos dá ideia de imaginar um viajante do tempo que viu essas coisas e que se surpreenderia chegando ao Brasil de hoje e encontrando redivivas as múmias da velha política ainda se mexendo e sendo capazes de derrotar as intenções populares de dar um fim na corrupção.
É o que se viu na Câmara dos Deputados, na ação conjunta dos picaretas com os seguidores do grande corrupto Lula da Silva, sentenciado e preso por corrupção. Esta aliança expõe a curiosa contradição dos eleitos para o Parlamento agindo contra os seus próprios eleitores, que participam dos 86% de defensores da Lava Jato e do ministro Sérgio Moro.
Estes sabotadores que impedem a quebra dos grilhões que prendem o Brasil aos inimagináveis esquemas de corrupção, devem ter passado pelo processo de mumificação descrito por Heródoto, porque são descerebrados, mas recuperam as intenções de fazer o mal contra o interesse da Nação ao passar pela lavagem cerebral da corrupção.
A audácia de membros do Congresso em impedir os avanços na luta contra a corrupção, deve realmente surpreender os estrangeiros que venham ao Brasil após visitar os macacos adorados no Camboja, a aurora boreal nos países nórdicos, o buraco mais fundo do mundo na Península de Kola, os empalhadores de crocodilos no Egito e encantadores de cobras na Índia.
O Brasil vive uma época ímpar, assistindo os corruptos e seus cúmplices, os traficantes de drogas e o crime organizado, se movimentando com apoio dos infiltrados nos três poderes da República e a cobertura da mídia comprometida com o globalismo e o dinheiro da Soros Fund Management.
É hora de se dar um fim nisto, dragando o pântano da ignomínia para acabar com o odor mefítico que exalam no Congresso evitando que a contaminação atinja o bravo povo de Brasília.
Vamos nos sentir seguros algum dia? Pois nossa segurança está ameaça.