FÁBULAS: HOMENS E ANIMAIS

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MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

Ao meio das calamidades e tragédias que toda guerra ocasiona, sempre há lugar para o humor; humor cáustico, mas humor. No conflito mundial de 1939-1945, após Hitler ter conquistado quase toda a Europa e impondo a sua supremacia sobre os aliados do Eixo, desagradaram-nos, e eles passaram a criticar a Alemanha.

Por sua vez, os italianos, para não negar os 3.000 anos da civilização romana, inventaram uma fábula que abriu as mentes dos militares patrícios. Criaram uma situação em que três representantes da aliança nazifascista viajavam num bimotor quando piloto anunciou que um dos motores pifara e era necessário aliviar o peso do avião.

Daí, o japonês exclamou “Banzai!” e se atirou no vácuo; o italiano emocionado imitou-o, dando um viva à Itália. Ficando só, o alemão – nazista de carteirinha – foi à cabine, matou o piloto jogou o corpo fora e assumiu o controle da aeronave.

É isto aí: a disputa hegemônica na política ocorre sempre: Assassinatos de quem ameaça o poder; expurgos partidários para assumir o comando; e, abertura de novas frentes para conquistar novos aliados.

Infelizmente é o que vemos  no Brasil. Na luta pelo poder adota-se a experiência que a Bíblia relata sobre a guerra dos israelitas contra os filisteus: “Sansão caçou 300 raposas, ateou fogo na cauda dos pobres animais e soltou-os na lavoura dos inimigos.

Este episódio fantástico encerra a luta pelo “espaço vital”, em que o mais forte quer conquistar. Na 2º Guerra foi argumento de Hitler para invadir a Tchecoslováquia, e se repete com a disputa da Faixa de Gaza por judeus e palestinos.

Terror à parte, visto e condenado pelas ações do Hamas e repetido oficialmente como resposta pelo governo de Israel. Guerra é guerra, instrumento de destruição e morte. E este desastre catastrófico horrendo para os amantes da paz, como eu.

Para piorar esta situação, o noticiário chega aqui politizado pelos polarizadores da falsa direita bolsonarista e a falsa esquerda lulista. É triste constatar esta verdade; somente as pessoas independentes falam em diálogo e propõem um entendimento que acabe com a devastação e a mortandade.

Se há criminosos de guerra, devem ser julgados; se são computadas as vítimas letais e os prejuízos materiais, que sejam compensados. Isto pode parecer calculismo frio e materialista, mas é o que me passa pela cabeça. Se desagrado, desculpem-me.

O vértice das desavenças não deve ferir a liberdade de opinião, assim como a informação não pode vir distorcida para convencimento dos descuidados e ingênuos. É justamente a catarata abundante de fake news que impõe uma visão despida de partidarismo. A mentira tem um alto preço, até a condenação da morte.

É o que lembra a fábula do Rei e da Pomba. – “O soberano de certo país sofria de úlcera gástrica e os seus médicos o aconselham uma dieta com filhotes de pombos ainda no ninho e implumes.

Cortezões saíam em campo a procurá-los; um dia uma pomba aproximou-se do rei e implorou que evitasse a caça ao seu filho; ele se comoveu e perguntou como poderiam identifica-lo; – “Não é difícil, majestade”, disse a ave, – “é o pombo mais lindo, mais sadio e mais forte que fica no pombal do Sul”.

As dores atrozes continuaram e o monarca manteve a dieta, sem esquecer da promessa feita. Então ao seu cozinheiro que preparasse os borrachos mais feios e depenados encontrados no pombal do Sul.

Após a refeição recebeu, de novo, a visita da pomba, que lamuriosa que disse: – “Comeste o meu filho, senhor!”. Pobre dela, sofria de “Catatimia”, perturbação mental que confunde o amor com a aparência.

Uma resposta para FÁBULAS: HOMENS E ANIMAIS

  1. Miranda, bom dia como sempre mais um belo “TEXTO”.
    MAS, NÃO ALIMENTE SEUS MEDOS,
    ALIMENTE SUA FÉ!
    PORQUE TODA “GUERRA É UMA DERROTA.”