Cretinice do “politicamente correto”

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

O cretino do “politicamente correto” choca-se brutalmente com os costumes populares… O que é o costume? Sua definição mais aceita é a conduta obediente de uma coletividade a usos ancestrais e a continuidade desses usos. Para o pensador e reverenciado jurista Vicente Ráo, “o costume vem a ser a regra de conduta criada espontaneamente pela consciência comum do povo, que a observa de modo constante e uniforme, e sob a convicção de corresponder a uma necessidade”

Meu inesquecível professor Hermes Lima, da cadeira de Introdução à Ciência do Direito, brincava, jocoso, dizendo que o costume é o “direito de fraldas”. Verdade, o costume é a origem do Direito, e como tal foi batizado de “direito consuetudinário”.

Em quaisquer estudos com base científica, o costume sempre foi aceito. Agora se encontra subvertido pela cretinice do “politicamente correto”.

É coisa recente. Do após guerra-fria. Não se sabe quando e de onde surgiu essa onda totalitária que criou uma verdadeira polícia do pensamento, como aquela do famoso livro “1984” de George Orwell.

Inspirou-me abrir a polêmica em torno do “politicamente correto” vendo o “Cassino do Chacrinha” da década de 1980. Por um acaso, minha mulher sintonizou o programa no Canal VIVA, chamou-me e ao nosso filho de 29 anos, para assisti-lo. Deu-me em que pensar.

Acordei para alguns programas televisivos de grande audiência, como a “Escolinha do Professor Raimundo”, “A Praça é nossa”, “Os Trapalhões” e “Chico Anísio Show”, que expressaram e expressam o cotidiano e o linguajar dos brasileiros, nada teem de “politicamente correto”.

Só os óculos desfocados de mal-amados, dos sociólogos de fancaria, dos políticos analfabetos e de ideólogos desvirtuados, o “politicamente correto” se impôs. Como uma manada atropela o povo tentando instituir sua visão da sociedade, com regras criadas artificialmente.

No Brasil, o lulo-petismo atua oficialmente para modificar e reger o linguajar das massas, ampliando essa tentativa de dominação, pela esquisita “Central Moderadora da Verdade” que revisará os “significados de mentira, sátira e ironia”… 

Dizem estes impostores do “politicamente correto” que defendem a cultura popular, erguendo, pelo seu modo de ver, santuários raciais, religiosos, sexuais e da intimidade familiar ou de grupos amigáveis e/ou profissionais.

Dessa maneira, levam o povo à hostilidade social. Jogam pretos contra brancos, homens contra mulheres, crianças contra adultos, índios contra não-índios, civis contra militares e católicos contra evangélicos, e estes, contra os espíritas e a Umbanda.

Reconheço que há discriminações arraigadas no cotidiano. Mas são pontuais. É tradicional e inegável que os brasileiros nunca foram discriminatórios como outros povos. Até se louva a nossa tendência à miscigenação racial (Darcy Ribeiro) e o respeito às opções religiosas (“religião não se discute”).

Embora a ampla maioria reconheça isto, a ‘polícia do pensamento’ atua em todos campos. Não sei o que seria do Chacrinha, do Chico Anísio e do Renato Aragão se os seus programas, que encantavam a todos, principalmente à meninada, passassem hoje por esse crivo inquisitório.

O falado brasileiro, enriquecido pelos povos que formaram a nacionalidade e pelos emigrantes posteriores, está sendo estandartizado por meia dúzia de intelectueiros chapas-brancas ou candidatos a um cargo público sem concurso…

O vesgo do oficialismo, nos leva novamente a Orwell, que também citou a “novilíngua” ditatorial, com a terminologia correta a ser usada pelos membros do partido interno e o povão.

Aqui criaram tabus: o negro não é mais negro, mas afro-descendente; anão não é mais anão, mas pessoa ‘de baixa estatura’ e palhaço não pode ser quem nos faz rir; apenas os artistas circenses.

Palhaçada não é mais uma brincadeira engraçada ou um gracejo pilhérico; e homossexual é apenas ‘gay’, proibindo-se os inumeráveis sinônimos na linguagem popular, que só com a derivação de ‘bicha’ aparecem 25 verbetes no Dicionário de Gíria, de J. B. Serra e Gurgel.

O “politicamente correto” recebe o apoio de vários setores da ‘grande imprensa’. Nos jornais televisados, risco de vida virou risco de morte, e no País do Futebol, os estádios passaram a ser chamados de ‘arenas’; na administração pública, rasgaram a Constituição com cotas para isso e cotas para aquilo, e fixam a impunidade a cruéis criminosos de pouca idade.

Por tudo isso, pluralizamos a ditadura que vem sendo implantada pelo lulo-petismo no País. São muitas as ditaduras que o PT-governo quer: Ditadura política, ditadura econômica, ditadura social e, atentando contra um bem ancestral e peculiar, a ditadura cultural.

10 respostas para Cretinice do “politicamente correto”

  1. Doutor, sobre a origem do politicamente correto, assista esse documentário… Muito esclarecedor!!!
    https://www.youtube.com/watch?v=18NZZn00L-Q

  2. O costinha se estivesse vivo com as suas fantásticas piadas de bichinhas estaria passando o diabo na mão dessa gente xexelenta.

  3. Ricardo de Faraday disse:

    O governo quer dizer que estar tudo bem mas não estar…

  4. Concordo que a onda do politicamente correto, sem floreios, é uma coisa estúpida e desnecessária. Mas tem que observar que algumas denotações carregam um preconceito tão grande que os próprios costumes, amparados pela evolução do pensamento, tratam de deixar no ostracismo certos termos. Assim como os costumes, por mais que se tente, não deixam certos termos substituírem outros.

    Negro não é um termo ofensivo. O uso do termo “afrodescendente” ainda é bem menos comum que o termo “negro”, mesmo nos órgãos de imprensa. Outro exemplo é que a maioria das pessoas optou por chamar os homossexuais de gays. Não foi o lulo-petismo que instituiu isso e sim o bom-senso das pessoas, as quais evoluíram seus conceitos em relação a homossexualidade e termos como “bicha” foram caindo em desuso natural. Claro que estes termos ainda são usados, mas muito mais quando há intenção de ofender.

    Tem que haver uma distinção do que é “politicamente correto”, no sentido pejorativo, daquilo que a sociedade, por meio da construção dos próprios costumes, considerou “simplesmente correto”. Você não sente a necessidade de substituir a palavra “cego” por “deficiente visual”, pois a palavra “cego” nunca foi tida como ofensiva. Entretanto, ao usar a palavra “retardado” para se referir a um deficiente mental, gera desconforto em qualquer ambiente. A própria patrulha contra o “politicamente correto” acaba sendo “politicamente correta” ao implicar com qualquer termo que a própria sociedade optou por não usar mais.

    Por fim, convenhamos que esta onda do politicamente correto não é coisa do Lula, do PT e afins. Vamos voltar no tempo e lembrar de um termo muito usado quando o PSDB governava o país e gerou muitas piadas: o “tucanês”.

    Só pra ilustrar, basta jogar a palavra tucanês no google e teremos várias referências ao discurso “politicamente correto” do PSDB. O humorista José Simão até brincava com isso com o tal “dicionário tucanês”.

    Em todo caso, seu texto é muito bom e tem muitas verdades. Mas esse afã de demonizar o Lula e o PT por tudo acaba desvirtuando a origem do politicamente correto. Na verdade isso foi só mais uma coisa que importamos de fora, se fores fazer um estudo mais profundo (na verdade um estudo raso já basta, pois está na primeira página do Google).

  5. Haydn disse:

    “Se tivesse citado Sergey Nilos teria acertado”;

  6. Arrasou, matou a pau, Lorpa

  7. ademar costa disse:

    As cotas são uma forma de intituir o racismo colocando brancos contra os negros.

  8. Pedro Alves Fernandes disse:

    Bom o texto do Miranda, mas o comentário do Lorpa, ficou ainda melhor. Muito mais embasado e esclarecedor.

  9. Belo texto. Preconceitos tiveram razão histórica de existirem no passado; enumerar os motivos do surgimento remoto em contexto histórico não parece importante no contexto atual.

    Hoje, contudo, os preconceitos e boatos são criados e alimentados pelos psicopatas para jogar as pessoas decentes umas contra as outras!

    A psicopatia é uma mutação presente em 2% da população: os últimos dados a que tivemos acesso indicam que 1% das mulheres e 3% dos homens possuem uma mutação genética, não hereditária, e não realizam o juízo de valor.

    Os psicopatas consideram os 98% restantes seres inferiores a eles, e que podem ser manipulados ou descartados quando não servem aos seus interesses.

    Travestem-se de democratas, ecológicos, humanistas, amigos…

    Portam-se educadamente, aliás, os psicopatas são as pessoas mais cordiais!
    Psicopata não sofre estresse emocional e jamais terá uma atitude ríspida, ou um momento de insensatez. Eles praticam suas maldades conscientemente porque, para eles, somos seres inferiores.

    Enquanto portam-se educadamente, detectam os valores das pessoas as quais querem manipular e disfarçadamente utilizam as melhores intenções para as colocar no caminho dos constrangimentos, atritos, problemas, paradoxos, insatisfação, etc.

    “escondidos: manipulam as pessoas decentes e os idealistas; jogam uns contra os outros e destroem reputações para anular as lideranças, facilitando o controle de tudo por essa minoria de inescrupulosos.”

    São craques em fazer os espertos cometerem as maiores tolices:
    http://padilla-luiz.blogspot.com.br/2013/06/espertos-agindo-como-tolos.html

    “As pessoas são envolvidas em uma teia de paradoxos e não percebem os psicoPaTas terceirizarem o pensamento, induzindo-as a fazer o que eles querem!”

    J. F. Rogowski foi muito feliz ao definir os psicopatas como “os príncipes das trevas, os vampiros deste século sugando a energia das vítimas, roubando-lhes os sonhos e a esperança”.

    Dissimulados e escondidos manipulam as pessoas decentes e os idealistas; jogam uns contra os outros e destroem reputações para anular as lideranças, facilitando o controle pela minoria de inescrupulosos.
    http://rogowskiconsultoria.blogspot.com.br/2014/02/os-psicopatas-estao-entre-nos.html

    Afastaram as pessoas decentes permitindo-lhes assumirem a liderança.

    Inverteram os valores da sociedade:

    Há meio século, os professores e outros postos fomentadores da cultura eram valorizados, e a vadiagem reprimida.

    Hoje, o desgoverno distribui dinheiro a quem não trabalha e recusa remuneração digna aos professores, ademais de outros problemas gerados pela inversão de valores e falsas crenças.

    Os policiais são outra categoria sofrendo um patrulhamento:

    Obviamente, pagando mal e ainda perseguindo, cai a efetividade das funções de segurança; isso não é casual mas programado: os psicopatas querem a insegurança para semear o medo. O racional embota quando somos dominados pelo temor! Confira “Dos 3 cérebros e de como os usam para manipular:” em http://www.padilla.adv.br/processo/pensamento/

    Os bilhões desviados em maracutaias como as da Copa ou entregues às ditaduras estrangeiras não estão sobrando, porque:

    Faltam leitos e equipamentos nos hospitais, a segurança e a educação carecem de recursos.

    Qual a explicação para isso? Quem decide o que fazer com os recursos públicos está sob a influência de psicopatas; escondidos, manipulam as pessoas decentes e os idealistas, jogam uns contra os outros, destroem as reputações de quem os enfrenta: usam bullying, anulam as lideranças com assédio até assumirem o controle dirigindo a sociedade no seu interesse inescrupuloso.

  10. Opa! “deficiente visual” não, e nem “deficiente mental”, portador de transtornos mentais e portador de necessidades especiais …