Copa, medo, marketing e repressão institucional

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MIRANDA SÁ (mirandasa@uol.com.br )

O “País das Maravilhas” de Dilma é só ficção, porque além do vazio em realizações, os pelegos ocupantes do Palácio do Planalto ainda estão assustados com os espectros que ainda vagueiam após as manifestações de junho.

A Copa da FIFA, que o lulo-petismo pensou em alavancar seu projeto de manutenção do poder, se inverteu a ponto do ministro Gilberto Carvalho ter a audácia de vir a público taxar os protestos populares de ingratidão do povo, dizendo com pobre vocabulário que “fizemos tanto por essa gente e agora ela se volta contra nós. Houve quase um sentimento de ingratidão”.

Carvalho, que não é flor que se cheire, inspirou o fantoche de Lula na Presidência, Dilma, a estabelecer a repressão institucional num programa de “segurança” durante os jogos mundiais, envolvendo forças federais, policias estaduais, a Justiça e até o Exército.

Programou-se uma prontidão de tropas repressivas para responder imediatamente a qualquer expressão de protesto. E, paralelamente, faz um investimento de marketing comprando os meios de informação e até na infiltração de agitadores nas redes sociais da Internet.

O plano está definido numa estratégia repressiva abrangente, com mecanismos para impedir que o clamor nacional contra os gastos exorbitantes e as imposições externas cheguem à mídia internacional.

Com essas medidas, mais dinheiro público escorrerá pelos ralos da corrupção, pois o custo será de R$ 1,8 bilhão, mostrando que o PT-governo gastará quatro vezes mais com segurança do que a África do Sul na Copa anterior.

Isto representa mais um fato revoltante para os inconformados com o custo de R$ 30 bilhões nos estádios, o desprezo pelas obras de infraestrutura prometidas, e o abandono da Educação e da Saúde.

As cidades sedes do jogos sofrem uma varredura, usando nessa ação – além da Polícia Federal – as secretarias de Segurança Pública e da Defesa do governo federal e suas congêneres nos estados. E como se não bastasse, a espionagem da ABIN estará atenta aos meios de informação e comunicação da cidadania.

Espionam-se os opositores passivos e ameaçam-se os ativistas. Nos aeroportos, sem serem vistos, estarão atiradores de precisão para atingir alvos pequenos até 400 metros e helicópteros sobrevoarão para operar um resgate armado.

Alta tecnologia será empregada para ameaçar o povo. Até drones e olhos eletrônicos vigiarão diuturnamente ajuntamentos e movimentação nas ruas.

Será que toda essa parafernália vai calar a voz rouca das ruas? As táticas empregadas de infiltração de agentes provocadores que contiveram, de certo modo, as manifestações de junho darão certo novamente? No ano passado, porém, foram protestos contra o aumento das passagens nos transportes públicos e pontuais denúncias contra a corrupção governamental.

Desta vez é a revolta de ver faltar verbas para a Educação e a Saúde, dando primazia a estádios que consumiram muito além do projetado, para engordar os bolsos de corruptos e corruptores.

Foi lembrado que a ditadura militar recusou sediar da Copa para não dar prejuízos ao Erário; e agora se faz a comparação entre a choraminga do PT-governo com “a ingratidão dos que receberam muito” e os governos militares que garantiram o patrimônio nacional, não roubaram e criaram empregos.

Um dos malefícios ditatoriais foi a censura à informação, que privava a expressão democrática; agora vivenciamos uma censura dissimulada, pela compra da chamada grande imprensa com as verbas miliardárias de propaganda.

E, pior do que isso, com o surgimento da Internet e das redes sociais que democratizam a comunicação da cidadania, assistimos a mobilização de agentes mercenários, pagos com verbas públicas para provocar, coibir e ameaçar a divulgação de idéias contrárias ao pensamento oficial.

Assim, tristemente, vemos o que é realmente o PT-governo, submisso à FIFA, amedrontado, propagandeando ilusões e gerando a repressão institucional.

 

 

 

 

4 respostas para Copa, medo, marketing e repressão institucional

  1. Bob Cano disse:

    E os coxinhas piram com Lula, Dilma & Cia… lol

  2. Ricardo Silva Bispo disse:

    Ontem, domingo 02/02/14, por volta de 18:00 hs., presenciei um arrastão no bairro do Grajaú,zona sul de São Paulo.
    A cena lembrou-me nítidamente filmes como o Mad Max do final dos anos 70. Nos filmes deste gênero é retratado o comportamento humano num ambiente pós civilização onde não existem mais regras e a sobrevivência de um determinado grupo está acima de qualquer regra moral ou ética.
    Contei cerca de 14 motocicletas e um quadriciclo que quase não se vê em àrea urbana. Cruzaram na contramão com o semáforo vermelho, nada menos que as seis faixas dos dois sentidos da Av. Teotônio Vilela em alta velocidade, obrigando o fluxo do trânsito a parar.
    As placas estavam cobertas e cada moto levava dois ocupantes,meninas e meninos com idade aparente entre 15 e 25 anos, tatuados e com cortes de cabelo estilo “ridiculous trend”, todos sem capacetes como determina a lei.
    Furtavam habilidosamente todos ao redor num “flash” de movimentos de fazer inveja a qualquer equipe de operaçőes policiais especiais em filmes de hollywood.
    Subiram numa praça onde crianças brincavam levantando poeiraço enquanto as mães gritavam apavoradas.A ação durou algo em torno de 90 segundos. Pouco mais do que o tempo da poeira baixar.
    Quando foram, motoristas atordoados tentavam recuperar-se do susto para contabilizar o prejuízo material.
    A cena revela o estágio da ruína e do caos social em curso na sociedade brasileira que, afetam inicialmente os grandes centros urbanos mas que tendem a se alastrar por todo o país.
    Ao conversar com policiais e professores que atuam na periferia de São Paulo, são unânimes em afirmar:”Ainda é o começo, ainda é suportável, mas o potencial destrutivo desta gente aliado ás tecnologias de informação acessível á todos, levarão a situação ao colapso.” O que segundo eles só poderá ser contido com intervenção militar. Muitos destes profissionais anseiam por um golpe militar por trazer-lhes a perspectiva de controle do estado sobre o que chamam de “abusos dos direitos individuais”.

  3. Vera Ramos disse:

    Que saudade dos meus 12 anos quando andava de bicicleta a noite tranquilamente. Era uma boa época.

  4. Angela disse:

    Perfeito.