Arthur da Távola

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SONETO DO DESESPERO

Senhores da dublagem, falem por mim outra voz.
Operadores de VT, multipliquem-me a imagem.
Iluminando-se-me o pavor. Moços:
Fazei moções contra meu envelhecer.
Tragam-me a pele de alabastro
A nuca e o braço deslumbrantes
(Eros insiste em se intrometer).
Não quero a sociedade, se vil
Nem pretendo militar na dor.
Choraste mel? Chorei pus.
Que faço com teu sutiã?
Hoje ninguém entra no céu sem crachá.
Se era para o medo de morrer
Por que me deram tanta vida?

 

 

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