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Ministro do STF diz estar perplexo com críticas de Lula

Lula provoca a oposição durante toda semana

Lula “paz e amor” é coisa do passado. Esta semana o presidente aproveitou os palanques dos estados que visitou para descer a lenha na oposição e lançar indiretas contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello.
Mirando Marco Aurélio, mas sem citar nomes, Lula comentou ontem à noite as criticas do ministro ao programa Territórios da Cidadania.


Lançado em ano de eleição municipal na última segunda, destinado a investir mais de R$ 11 bilhões em projetos sociais, o programa poderia ter um caráter eleitoral, comentou Marco Aurélio na última terça, em entrevista à Folha de S.Paulo.
– É preciso perguntar a quem falou essa sandice, se ele quer ser ministro da Suprema Corte ou político.


Se quer ser político, renuncie lá e se candidate a um cargo para falar as bobagens que quiser, a hora que quiser, mas não ficar se metendo nas políticas do governo federal, – respondeu Lula em discurso de lançamento das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Sergipe.

O presidente foi além:
– Seria tão bom se o Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas dele, o Legislativo nas coisas dele e o Executivo nas coisas dele. É preciso que a gente reordene as instituições brasileiras para que elas funcionem cada vez mais de forma harmônica.
Quanto à oposição, Lula não tem poupado provocações.

Dele na segunda-feira, depois de saber que as reservas internacionais do Brasil superam o total da dívida externa:
– Para o Brasil deixar de ser devedor e passar a ser credor internacional, para quem chegou no governo como nós chegamos, que a gente não tinha crédito nem para pagar as nossas importações, eu acredito que nós tenhamos competência, mas precisou de uma ajudazinha de Deus para as coisas darem certo.

De Lula, na terça-feira, em discursos na área industrial que fica na Zona Oeste do Rio de Janeiro:
– Parece que as pessoas que governavam já tinham tido sua oportunidade, para que dar oportunidade para os outros?
– Eu, quando deixar a presidência da República, eu não vou para Paris ou para Londres, eu vou para São Bernardo, morar a 800 metros do sindicato -, afirmou Lula em clara referência ao ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Enquanto falava sobre a proposta de reforma tributária na última quarta, Lula alfinetou os políticos que cobram sua reformulação mas depois viajam para fazer campanha:
– Nós temos um ano político. Vocês conhecem o Congresso Nacional e sabem que a partir de junho, está todo mundo na rua fazendo campanha [para as eleições municipais]. Se a política tributária merece a pressa que todo mundo diz que merece, eles poderiam discutir e votar este ano ainda.

Lula também soltou os cachorros de novo ontem contra opositores do governo ao discursar em Quixadá, no sertão cearense:
– Os nossos adversários, que vocês sabem quem são, um chamava-se PFL, agora ele se chama Democratas, o outro vocês já sabem quem é, eles derrotaram a CPMF, que era o imposto que a classe média brasileira e os ricos pagavam, porque pobre não trabalha com cheque. Eles tiraram do governo federal quase R$ 40 bilhões. E tiraram por quê? Porque eles diziam: se a gente deixar R$ 40 bilhões na mão desse governo, nós não vamos voltar mais.

Até agora, o máximo que Lula ouviu de volta da oposição foi uma resposta, em tom indignado, de FHC e reclamações de Rodrigo Maia, presidente do DEM, e de Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado. Depois de Lula chamar de “pés-frios” os presidentes que o antecederam, FHC reagiu assim a provocação:
— É um insulto ao povo brasileiro. Porque o povo é que trabalhou para conseguir (pagar a dívida externa), e os governos anteriores também. Que ele seja pé-quente eu acho ótimo, porque nos ajuda. Agora, não precisa xingar os outros. O presidente Lula precisa se olhar um pouquinho, com mais respeito ao povo e àqueles que o antecederam. Fica feio. Todo dia cospe no prato que está comendo. Chega!

Rodrigo Maia reclamou que Lula “se porta como animador de auditório, e não como presidente da República”. “[O Brasil parece] um estado nazista, em que um partido se mistura com o poder” – protestou o democrata.
Virgílio afirmou que “Lula tem a conformação psicológica e política do demagogo tradicional sul-americano. É o líder negativo. Argumenta para que as pessoas se submetam a ele”.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello rebateu nesta sexta-feira as críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Poder Judiciário. E cobrou respeito ao trabalho dos juízes.

Leia mais em: Ministro do STF rebate críticas de Lula e cobra respeito

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