Texto publicado ontem (29) n’ O METROPOLITANO

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Comentários de Miranda Sá:

Executivo corrupto e Congresso desmoralizado

… Só falta desacreditar o Judiciário perante a opinião pública para fechar o firo e o golpismo lulista-petista vencer o jogo contra a República e a Democracia. No momento em que Lula da Silva diz que “não acredito que haja qualquer prova de que Dirceu cometeu o crime de que é acusado”, desmoraliza a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal, dando um passo à frente na investida contra a Justiça. É um insulto que não pode ficar sem resposta. O Procurador-Geral, Antonio Fernando de Souza, já repercutiu a sandice presidencial com recato e diplomacia, dizendo que cumpriu a sua parte e que os outros façam o julgamento por si.

Restam os ministros de o Supremo pronunciar-se. E as associações do juizado e do ministério público, as OAB´s e os advogados individualmente, em defesa da consciência jurídica e do exercício profissional.

Quanto a nós, pobre mortais, acreditamos que Lula da Silva ao defender José Dirceu, advoga em causa própria. Quando aderiram ao neoliberalismo fazendo a suprema concessão para ganhar as eleições em 2003, a credibilidade dos dois faleceu, e foi enterrada junto às bravatas, o amoralismo e a sede pelo poder. Enterro com a missa do cinismo de corpo presente.

Apesar de saber da falta de compostura de Lula, pela falta de educação doméstica, formação escolar e companhias saudáveis, é com vergonha vê-la exposta para o mundo na entrevista que o Pelegão deu ao New York Times. Diante dessa falta de correção de maneiras e desprezo pela liturgia do cargo que ocupa, Lula deveria responder a processo por “falta de decoro presidencial” conforme sugere o respeitado profissional de imprensa Jânio de Freitas.

Não é por acaso que a “teflonada” popularidade do Presidente começou a decair nas pesquisas de opinião. Lenta e gradualmente pela conscientização da intelectualidade e aquisição de coragem das classes médias para enfrentar as patrulhas ideológicas do lulismo-petismo e afins. É evidente que o comportamento pusilânime da autodenominada “esquerda parlamentar” aliando-se aos 300 picaretas por orientação de Lula, também desclassifica o Congresso Nacional.

É isso o que registra a pesquisa patrocinada pela FAPESP e coordenada pelo cientista político José Álvaro Moisés, da USP, que concluiu que dos 2.004 entrevistados no país 76% não confiam no Congresso. E tem mais, 81% das pessoas desconfiam dos partidos, embora defensoras do regime democrático, que recebeu em 68,1% de aprovação. É lamentável que os agentes políticos não tenham sido questionados, o que nos daria uma amostra assustadora. Principalmente agora que a opinião pública toma conhecimento dos dossiês e conseqüentes chantagens de Renan Calheiros contras seus pares.

Os números levantados pelo professor José Álvaro trazem um interessante paradoxo, apontando que 31,5% dos entrevistados acreditam que a democracia pode funcionar sem partidos e 28,7% acham que pode funcionar sem o Congresso. Com isto, é traçado um caminho perigoso, suavizado apenas pelo reconhecimento de três entidades que sustentam a segurança, a moralidade e o patriotismo, assinalados no conceito dos entrevistados ao aprovar os corpos de bombeiros com 86,1%, a Igreja com 75,3% e o Exército com 61,4%.

Seria ótimo que os congressistas dessem a volta por cima reconciliando-se com o eleitorado pela condenação do arqui-corrupto Renan Calheiros e a desaprovação da famigerada CPMF; e que a Justiça se impuzesse desprezando as manifestações degeneradas de Lula da Silva e condenando os quarenta corruptos e corruptores chefiados por José Dirceu.

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