SILÊNCIO
MIRANDA SÁ (E-mail: (mirandasa@uol.com.br)
“O homem é dono do que cala e escravo do que fala” (Freud)
Durante a XVII Conferência Ibero-Americana, realizada na cidade de Santiago do Chile, no final de 2007, o golpista Hugo Chávez, mal-educado, fez várias interrupções na fala do primeiro-ministro espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. Presente ao evento, o rei Juan Carlos de Espanha, cheio de moral, dirigiu-se a ele e disse: ¿Por qué no te callas?
O “Por que não te calas?” de sua majestade correu o mundo e desmoralizou a agitação costumeira dos narco-populistas bolivarianos nos encontros internacionais. Estou esperando que alguém neste País tenha autoridade para mandar calar Aécio, Dilma, FHC, Gilmar Mendes e Lula.
Aos falastrões, a História nos conta a primeira lição do grande Pitágoras aos que se candidatavam a ser seus discípulos. Impunha dois anos de silêncio antes de inscrever -lhes na academia. Mais tarde, os mosteiros da Idade Média estabeleciam o silêncio para ajudar na meditação, a contrição e a ascese.
Há os falastrões gráficos. Na Internet, desde o tempo do Orkut, sempre aparece os tais, e agora, com o aumento dos 180 toques para 280, estão proliferando no Twitter…
Irritam-me as mensagens cheias de ideias vazias, ilustrações que – tirando a estética e as cores – nada dizem, e o mal emprego da gramática. Não distingo se são robôs ou fanáticos defensores de personalidades políticas que ficam repetindo palavras-de-ordem impositivas e argumentos inconsumíveis.
A dispensa mental de certos indivíduos só contém a lataria vulgar para quebrar o galho nas suas refeições íntimas. Faltam ali propostas inteligentes, rareiam as charges com humor e são poucas as informações culturais úteis.
No mundo além da web sinto a privação, também, de modéstia. Os discursos demagógicos dos parlamentares brasileiros auto assumidos como “de esquerda” envergonhariam os socialistas europeus, particularmente os nórdicos. A senadora Gleise Hoffman, presidente do PT, quando abre a boca exala o mal hálito da hipocrisia, da infâmia e da mentira.
A minoria ruidosa do lulopetismo está impossibilitada de sair as ruas sem ouvir altercações e xingamentos. Por isso não se pode aconselhá-los a fazer como o califa Harum el Raschid no seu tempo, quando saia disfarçado, misturando-se com o povo, para ouvir o que os cidadãos de Bagdá falavam dele…
Aqui, Lula, o chefão, de cara limpa anda cercado de seguranças e mesmo nos seus comícios para grupos amestrados não escapa do “pega ladrão! ” Imagine-se como o povo trata seus comparsas de corrupção e traição nacional.
Os “politicamente corretos”, os “humanistas de araque”, os “antirracistas de picadeiro”, e os oportunistas em geral falam demais e importunam a gente e a Federação Mundial da Mediocridade recolhe no seu seio não somente os petistas de carteirinha.
Fazem silêncio ante as “ditaduras amigas”. Agora mesmo as arbitrariedades de Maduro na Venezuela, culminando com a prisão de um brasileiro que estava no país em missão humanista. Silêncio dos “movimentos populares” e, pior, dos “direitos humanos”.
Como ocorre no Foro de São Paulo – agência bolivariana de apoio ao narcopopulismo – a Federação Mundial da Mediocridade recebe os mascarados de vários partidos, dos pé-de-chinelo do MST aos efeagacês intelectuais da vida.
Lembram-me uma antiga anedota que corria nos meus tempos de estudante de Química envolvendo Einstein. Conta que o genial criador da relatividade, foi abordado, após a aula por uma estudantizinha histérica como as ativistas lulopetistas de hoje.
A moçoila perguntou ao mestre se ele poderia traçar a fórmula da felicidade em termos matemáticos. Einstein pegou o lápis e escreveu “a = y + x + z” e resumiu: – “O ‘a’ é felicidade; ‘x’ é trabalho e ‘y’ é a riqueza”. A aluna perguntou: – “E o ‘z’? ” – “O ‘z’ é o silêncio, respondeu o professor.
Brilhante! Prelúdio de outros textos geniais.
Em tempo de guerra contra esses comunistas dissimulados continuemos a fazer nosso barulho literário para que os políticos charlatães de sempre não aproveitem do silêncio.
É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que falar e acabar com a dúvida. (Maurice Switzer) Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio – e eis que a verdade se me revela…. (Pelo simples fato de que é no silêncio que ouvimos a voz de Deus) (Albert Einstein) Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo. (Oscar Wilde) (Há também o caso de não sermos felizes em nossas palavras, mas nossos amigos as reconfiguram como no caso em que Temer falou do adiamento da votação da matéria da reforma da previdência).Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores. (Khalil Gibran) No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos. (Martin Luther King)
Maravilhoso.
Excelente artigo, Miranda. Só senti falta dos imbecis que clamam pela volta da nefasta ditadura.
Fica o meu sincero Reconhecimento diante de mais um excelente trabalho do mestre Miranda Sá. Que excelência de texto. Uma viagem na história , passando por um periodo mais antigo ao Moderno e por fim, se estacionando no Contemporâneo; retratando que o “Silencio” se trata de uma ação de Sabedoria, o que certamente pode resultar em felicidade.
Como sempre um texto magnífico,com citações e comparações pertinentes. Seus textos sempre ou quase sempre mostram o ontem e o hoje das situações.Por isso, já sugeri um texto sobre Stanislaw Ponte Preta e o Festival de besteiras que assola o país
com as devidas comparações do ontem e do hoje.
Fantástico ensaio para a moral e ética atuais, Miranda
Sempre direto e verdadeiro, infelizmente hoje o certo é errado e existe uma guerra contra o Bem!
Calo-me.
O mundo está fora do controle? E muitos buscam a resposta.
Não pense que você o único a se sentir inseguro ou com medo de tantas notícias ruins. É bom ter um ponto de vista equilibrado, sermos equilibrado vai nos ajudar a encarar nossos erros de um modo positivo.
O silêncio redime os pecados, Confúcio. Confúcio só não disse por quanto tempo o mentiroso irá ficar calado para que suas ações sejam esquecidas, aliás um ardil da mente doente para logo em seguida dar o bote novamente. Fico sempre na espera qual o caçador, essa gente não presta! Parabéns mestre!
Maravilhoso texto cheio de verdades, ética e moral . sem falar do grande e espirituoso Einstein que mostrou à “aluninha” que o Silêncio é de Ouro !