CONSTRUÇÃO

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MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Por imprescindível ao edifício em construção o trabalho deve prosseguir apesar do sofrimento que se mistura ao cimento” (Inspirado em Vinícius de Moraes)

Não é preciso filosofar para concluir que não se pode construir um arranha-céu sobre areia movediça ou num pântano. A engenharia já encontrou soluções para outras situações de risco, inclusive para enfrentar terremoto, mas para estas duas possibilidades, não.

Trata-se de uma metáfora para levarmos ao campo político, onde é impossível fazer-se uma boa administração com desonestidade e incompetência…. Não se atende a Nação fazendo do governo capanga de idiossincrasias pessoais, como alertou Ulisses Guimarães.

Nem mesmo governar democraticamente com esquerdismo e economismo para acender uma vela aos ruralistas e outra vela para os assalariados. Com isto, deixa-se as classes médias como os mariscos no choque entre as ondas do mar e os rochedos da costa.

Àqueles que se dizem socialistas deveriam aprender o que V. I. Lenin alertou. dizendo que “o esquerdismo é a doença infantil do comunismo” e o “economismo” é uma forma de oportunismo para a realização de políticas populistas.

O Estado Democrático de Direito fica longe disto. Outro dia o ex-dirigente do partidão, Roberto Freire, atual presidente do Cidadania, alertou ao Governo Lula sobre a experiência negativa de desprezar o Mercado, um dos motivos da derrocada da URSS….

Entretanto, vê-se a influência nefasta dos “esquerdistas” tentando aplicar a sua defasagem em tempo e espaço, desconhecendo a nova realidade brasileira e desprezando a frente ampla que elegeu Lula. Incitam uma presença hegemônica do PT envelhecido, como se vê pelas as múmias que circulam nos corredores do poder.

Parece não preocupar essa fração petista a troca dos valores do governo fascistóide e negacionista que caiu pelo voto popular, e não pode desconhecer que a eleição teve um quase empate entre os dois candidato. Com isto, precisa admitir que só o PT com os seus puxadinhos não venceria a eleição.

Do outro lado, os protagonistas da “Frente Ampla”, ainda não esboçam reação contra a tentativa hegemônica dos “esquerdistas”, excetuando-se os discursos de posse de Marina Silva e Simone Tebet nos ministérios; o Centrão é incobrável pelo mercenarismo, e Geraldo Alckmin, deslumbrado, cala e consente.

É preciso que o Centro e a Centro-esquerda sejam coerentes e se manifestem sem medo, pois os extremismos de direita e de esquerda se assemelham e são sempre minorias. Lembre-se que o extremismo direitista foi a principal causa de derrota de Bolsonaro que, ignorante e ensimesmado, adotou assessorias ilógicas, desprezando os movimentos sociais e impondo o negativismo necrófilo na pandemia como política de governo.

Pela opinião generalizada da maioria do povo brasileiro, a defesa da Democracia e do liberalismo econômico recebe apoio amplo, geral e irrestrito. Esta defesa popular se multiplica e se enraíza como o Cajueiro de Pirangi, no Rio Grande do Norte. São grandes galhos que se prendem à terra e dela recebem o humo necessário para expandir a sua fronde e sua sombra.

Como reconhecer a verdade é meritoso, reconheçamos que nem todo petista sofre o mal do extremismo esquerdista e nem todos os auto assumidos bolsonaristas se nivelam com os fanáticos acampados na porta dos quarteis.

Do discurso de posse de Lula dizendo que “quero governar para os 217 milhões de brasileiros”, depende a construção do futuro do País, contanto que receba o apoio real dos seus companheiros de partido, mesmo mantendo a luta interna pela ascendência, cargos e privilégios.

Pela Pátria, precisamos ouvir os brasileiros de quaisquer partidos ou religiões, que adotem ideologias diversas e se apresentem como cidadãs e cidadãos de qualquer cor, gênero ou idade. Que todos discutam um projeto político e social obedecendo ao princípio de Milton Friedman que reza: “A sociedade que coloca a igualdade à frente da liberdade irá terminar sem igualdade e liberdade”.

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