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O risco que o PDT corre

O PDT corre o risco de ser triturado por dentro, à medida que se obriga a seguir de olhos fechados o cavalo-de-pau do PT. Na guerra da CPMF, decidiu pelo apoio incondicional, enquanto os partidões da “base” assaltam sem constrangimento rendosas nesgas das estatais, em troca dos seus votos. Como houve uma decisão partidária a favor, o deputado Barbosa Neto poderá pagar caro por ter votado contra a prorrogação dessa fonte tributária que de provisória não tem nada. São regras de um jogo que o PDT cumpre solitariamente, mesmo tendo que cortar na própria carne e se expondo ao risco de ganhar sua própria “Heloísa Helena”.

Essa postura poderá acarretar maiores impasses quando a matéria for para o Senado, onde dificilmente o governo terá os votos de três dos quatro senadores pedetistas. E aí? Que farão os brizolistas, mesmo sabendo que a própria finalidade original da taxa já sofreu mudanças, com prejuízos para o orçamento do Ministério da Saúde que, ao longo desses dez anos, só ficou com 45% do total de R$ 185,9 bilhões arrecadados pela CPMF. Nessas horas, é preciso contar com a intuição que foi marca de Brizola e a análise científica que monitorem uma postura coerente e pragmática. Tentar sobreviver só com o ônus do poder é mais do que temerário: beira ao suicídio político.

Pedro Porfírio, jornalista (coluna@pedroporfirio.com)

OPINIÃO: O companheiro Porfírio, da velha guarda brizolista, tem razão. A posição adotada pela bancada pedetista na Câmara votando a favor da CPMF é oportunista e fisiológica; quaisquer dias destes esses falsos trabalhistas estarão nas listas dos mensalões do lulismo-petismo. Causou-me revolta este comportamento – a primeira exibição de fraqueza do PDT depois da adesão conduzida pelo folclórico Carlos Luppi, que bem poderia fazer parte do clube dos aloprados do PT pelo sobrenome e o jeitão de pelego deslumbrado com o poder. Lá ele não causaria a infinita tristeza que vem dominando os brizolistas autênticos. MIRANDA SÁ

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