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OPINIÃO

Educação pública em São Paulo

Escapando ao aparelhismo sindical corporativo e cego às exigências de uma escola pública de qualidade, o governo de São Paulo tem realizado uma política que se aproxima daquilo que venho defendendo há tempos. Duas medidas, particularmente, me chamaram a atenção e arrancaram aplausos espontâneos: primeiro, o pagamento diferenciado do professores e, segundo, o combate ao absenteísmo docente, isto é, as numerosas faltas dos professores, justificadas ou não.

Quanto aos salários distintos, que deverá atender melhor os mestres mais assíduos e preparados, por avaliação justa. Não há explicação aceitável para uma isonomia que favorece os despreparados e faltosos, medida que prejudica o sistema, desestimulando os novos professores. É claro que mais interessado em apoios de base, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, quer manter o método isonômico. O contribuinte que se cale e o alunato que se prejudique conquanto impere a demagogia dos pelegos.

A outra medida aplaudível é a lei sancionada pelo governador José Serra. É a prevenção da bagunça promovida por falsos profissionais do ensino ou pessoas sem formação que rebaixam o serviço público. De agora em diante está limitado o número de faltas a seis por ano, aperfeiçoando a legislação anterior que aceitava a ocorrência de 15 faltas mensais justificadas por atestado médico. Falta apenas punir o médico capaz de quebrar a sua ética para acoitar desonestos.

O exemplo paulista deveria se estender pelo Brasil afora. Não dúvida que as conseqüências serão benéficas para o ensino público e servirão de exemplo contra os defensores do socialismo da burocracia estatal que favorece a mediocridade.

MIRANDA SÁ (mirandasa@uol.com.br)

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