Arquivo do mês: maio 2019

Fernando Pessoa 

Mar Salgado

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

 

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O MEDO

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não” (Gandhi)

Advogado formado com louvor em Harvard, Franklin Delano Roosevelt, o presidente dos Estados Unidos que tirou o País da grande crise de 1929, revidou o traiçoeiro bombardeio japonês a Pearl Arbour e declarou guerra ao Eixo, foi reeleito por quatro mandatos consecutivos. Era um ‘fraseur’; entre os pensamentos deixados, destaca-se: – “Nada é mais temível do que o medo”.

Não tenho certeza, mas o dr. Google garante que é de Charles Chaplin outra frase antológica que prega a libertação deste sentimento, ao dizer que:  – “A vida é maravilhosa se não se tem medo dela”. Nada mais do que verdade, pois há pessoas que têm até medo de viver…

O verbete “Medo”, dicionarizado, tem uma dupla classe gramatical: é adjetivo e substantivo masculino; a sua origem é latina, “metus.us”-  sentimento de ansiedade sem razão fundamentada; receio. Trata-se de um estado emocional e inquietude provocados por estar diante de um perigo, ou na imaginação dele; mal-estar diante de alguma relação desagradável.

No Deserto do Saara circula uma antiquíssima estória que é transmitida de pais para filhos, como lição para fortalecer o espírito e enfrentar as agruras da vida: Conta o encontro de uma caravana que ia para Bagdá com a Peste.

– “Porque está com tanta pressa para chegar à Cidade dos Califas? ”, perguntou o chefe dos cameleiros.

– “Vou em busca de cinco mil vidas”, respondeu a Peste.

De volta, um novo encontro de ambos:  – “Mentiste”, disse corajosamente o caravaneiro; – “em vez de cinco mil vidas, levaste 50.000”.

– “Não é verdade”, afirmou a Peste: – “ Cinco mil, nem uma vida a mais”; as outras foram por conta do medo”…

A experiência milenar do filósofo grego Platão levou-o a ensinar que não se deve alimentar o medo por se tratar de uma emoção tóxica, que faz muito mal à saúde física e mental.

O aluno mais dedicado de Platão, Aristóteles ,nas suas aulas peripatéticas divulgou as  ideias nunca publicadas do Mestre, como metáfora sobre os que temem enfrentar a verdade:  –  “Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz”.

Aí temos uma magnífica aula para nós expositores e debatedores de ideias pelas redes sociais. É muito triste aqueles que temem a clareza da verdade e se prendem ao medo de enfrentar o clamor das minorias organizadas ou de individualidades arrogantes.

O segredo está em ignorar ameaças e enfrentar hostilidades. José Maria Eça de Queiroz, um dos ícones da cultura lusitana, romancista e pensador português do século XIX, nos legou um pensamento que transcrevo para a reflexão:

– “Não tenha medo de pensar diferente dos outros, tenha medo de pensar igual e descobrir que os outros estão errados! ”.

 

 

Fernando Pessoa

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente…
Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P’ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar…

PARÁBOLAS(2)

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“Há quatro características que um juiz deve possuir: escutar com cortesia, responder sabiamente, ponderar com prudência e decidir imparcialmente” (Sócrates)

O último texto, uma crônica que postei no Blog com o mesmo título, com a intenção diversionista de queimar as afirmações que fiz no meu artigo “Realidade” dizendo que o Governo Bolsonaro lutava contra a corrupção, li entristecido que o Presidente sancionara a criminosa anistia dos partidos que usaram verbas ilegalmente.

A narração trouxe Machado de Assis como avalista e fez sucesso. Micro contos de tema livre são fáceis de ler e ainda mais facilmente de assimilar. Ao que parece as primeiras parábolas vieram na antiga literatura persa e foram consagradas nos textos rabínicos e depois na Grécia, de onde herdamos este gênero literário.

Como ainda estou com raiva de escrever sobre política, e por sugestão da nossa colega do Twitter Alzira Almeida, trago volto na intenção de espalhar curiosidades que caíram no esquecimento, como páginas bolorentas de velhos almanaques.

Ao mesmo tempo dou vazão à minha paixão pelas parábolas, alegorias que fazem refletir. Encontrei uma delas no livro “Colar de Afrodite”, do jornalista e escritor ítalo-argentino, Pittigrilli, cuja admiração veio do meu pai. Pitti escreveu:

“A estupidez humana obedece a leis constantes, como as que regulam a queda dos corpos e a dilatação dos gases. Em qualquer País do mundo, chegando de viagem, deixe-se o carro empoeirado numa rua de Londres ou ao longo das docas de Xangai e voltando meia hora depois encontrará uma assinatura, um chiste ou sinal desenhado nos para-brisas.

“Aonde você for, andando a pé, de metrô ou de ônibus, veem-se os mesmos gestos, ouvem-se as mesmas frases, e observamos a defesa de ideias provocando as mesmas reações; só não provocam brigas as afirmações, inda que modestas, de inteligência pessoal e de desconfiança nos outros.

“No após guerra, um repórter do “Le Monde” postou-se numa esquina do centro de Paris oferecendo à venda numa bandeja moedas de ouro autênticas, mas já fora de circulação, cobrando o equivalente, na época, a R$ 0,50. Não vendeu nenhuma”. O medo da moeda falsa, na minha opinião, não faz parte da estupidez humana. Quando crianças, logo que conhecemos o valor do dinheiro, nos ensinam a temer passadores de moedas falsas.

Infelizmente, porém, a realidade dos adultos nos leva a conviver com os moedeiros falsos da política populista. Esta ilusão é tradicional entre os povos da América Latina, onde os caudilhos no Cone Sul e os caciques no Norte bolivariano assumiram o poder nas guerras da independência.

Mais tarde, sob influência fascista, tivemos ditaduras populistas no século passado na Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Peru e Venezuela, sendo os mais importantes ditadores Getúlio Vargas, no Brasil, e Juan Domingos Perón, na Argentina, que mortos, ainda mantêm influência política.

O populismo é pior do que uma nota falsificada, porque é como a de R$ 3,00, que nunca foi impressa pela Casa da Moeda…

Por ser usado tanto por ideologias de direita como de esquerda, o conceito de populismo na filosofia política e nas ciências sociais, têm definições diferentes, e ainda mais, porque pode ser adotado nas monarquias e nas repúblicas…

Um monarca populista da História Antiga se viu diante a necessidade de indicar um juiz para a Suprema Corte; queria um magistrado honesto e inteligente; então convidou os candidatos ao cargo ao Palácio. Lá, foram postados diante de uma mesa onde havia uma fruta.

– “Que é isto? ”, perguntou o rei.

– “Uma laranja! ”, enfatizaram quase todos de uma só vez; um deles, porém, pediu licença para se aproximar deu uma volta em torno da mesa. – “Meia laranja! ”, disse, vendo a falseta que os cortesãos haviam feito, botando meia laranja com o interior de costas para os candidatos. E foi nomeado.

 

 

PARÁBOLAS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“Somos estórias em movimento. Parábolas vivas. E quem conta estórias vive várias vidas numa só” (Affonso Romano Sant’Anna)

Se arrependimento favorecesse uma viagem no tempo ou fosse a teimosia futurista de Einstein teorizando que “A distinção entre passado, presente e futuro é apenas uma ilusão teimosamente persistente”, eu voltaria à meninice para estudar com método, coisa que não fiz e só agora vejo a importância disto.

Um dos temas para os quais eu me voltaria está nos evangelhos, todos eles, os canônicos e os apócrifos, e não somente os que foram selecionados no Sínodo de Hipona Regia, realizado em 393, pela Igreja Católica já ocupando o poder político romano desde 312, com a conversão de Constantino.

Também aprofundaria meu conhecimento nas lições da fulgurante trinca de filósofos gregos, Sócrates, Platão e Aristóteles e enveredaria na originalidade da rica literatura árabe.

Esses estudos atenderiam a minha paixão pelas parábolas literárias, (porque existem também as matemáticas…).  “Parábola” que gramaticalmente é um substantivo feminino, originário do grego “parabolé.és”, comparação, aproximação. Define-se como uma narrativa curta e alegórica que geralmente transmite um preceito moral.

O genial – e muito nosso – Machado de Assis, escreveu muitas delas e uma em particular mereceu a intervenção de Rui Barbosa:

“No princípio era o Jardineiro. E o Jardineiro criou as Rosas. E tendo criado as Rosas, criou a chácara e o jardim com todas as coisas que neles vivem para a glória e a contemplação das Rosas. Criou a palmeira, a grama. Criou as folhas, os galhos, os troncos e botões. Criou a terra e o estrume. Criou as árvores grandes para que amparassem o toldo azul que cobre o jardim e a chácara, e ele não caísse e esmagasse as Rosas. Criou as borboletas e os vermes. Criou o sol, as brisas, o orvalho e as chuvas. Grande é o Jardineiro! ”. … E Rui completou: – “Para as rosas o Jardineiro é eterno”.

Está sendo escrito entre nós um capítulo da História do Brasil que infelizmente os nossos filósofos em vez de observar e analisar, são tristes protagonistas do cenário político; igualando-se aos parlamentares que põem os seus interesses pessoais acima dos interesses da nacionalidade.

A Câmara Federal está praticamente controlada pelos oportunistas do chamado “centrão”, que se convencionou chamar de picaretas. Termo que dicionarizado diz tudo, significando “pessoa que usa qualquer expediente para alcançar vantagens”.

Eles vendem discursos e louvaminhas, valorizados pela autopromoção, como fossem os inventores da Coca-Cola ou tivessem cavado os canais de irrigação na transposição do Rio São Francisco; são na verdade medíocres achacadores do governo. Nada fazem além disto que valha a pena serem citados no futuro. Mas, infelizmente, são eleitos e reeleitos pela massa ignorante, interesseira e inerte diante da vida nacional.

Vivêssemos numa sociedade evoluída culturalmente ou como gente de coração entregue ao bem e à razão, voltados para o próximo, não assistiríamos o drama exibido no palco da política nacional, com os escribas e fariseus hipócritas atuando para tirar a aposentadoria dos idosos e a pensão das viúvas.

Revive-se uma comoção semelhante à que ocorreu dois mil anos atrás, quando Jesus Cristo mostrou sua aversão pelas rapinas e imundícies dos vendedores do Templo. Por enfrenta-los, a História gravou o seu suplício e a morte entre dois ladrões.

Os evangelistas não dizem, e ao contrário do que relatam, tenho a convicção de que o Cristo se arrependeu de não ter liderado a rebelião, colaborando com os inimigos do seu povo. Acredito nisto porque Ele ao ressuscitar, mandou seus apóstolos se espalharem pelo mundo pregando em Seu nome a revolução monoteísta.

REALIDADE

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

   “Há um limite intranscendível entre a realidade, segundo a arte, e a realidade, segundo a natureza” (Vitor Hugo)

Para quem deseja interferir na política com seriedade intelectual, deve seguir a lição o notável dramaturgo, poeta e pensador alemão Bertholt Brecht com um pensamento magistral:  “Apenas quando somos instruídos pela realidade é que podemos mudá-la ”. Nada mais estimulante para nós neste momento histórico que atravessamos.

A conjuntura econômica, política e social vive uma batalha contra forças do mal que tentam se reerguer após derrotadas nas urnas pela frente ampla que elegeu Jair Bolsonaro. O povo repudiou o simulacro de esquerda da quadrilha organizada para assaltar as riquezas do País.

A série de crises no cenário político é criado artificialmente pela poderosa mídia a serviço do globalismo e ensaiado para oferecer condições favoráveis aos ataques contra o Presidente eleito; aproveita-se das divisões internas do seu grupo; das negativas intervenções familiares, e, principalmente, da picaretagem parlamentar ávida das negociatas que usufruía na velha política.

Bolsonaro, porém, mantem-se acima das futricas indesejáveis e dos escorregos dos filhos; mas veio adiando inexplicavelmente o enfrentamento pessoal ao cangaceirismo político dos inimigos do Brasil, a organização criminosa do lulopetismo e os vigaristas do Centrão.

Somente agora revolveu reagir. Esta reação afastou a timidez e as dúvidas, é explosiva como foi na campanha eleitoral. O Presidente se dirige aos brasileiros em geral alertando-os para a realidade. Despreza assim a minoria radical que quer substituir uma ideologia pela outra, como esclareceu o general Villas Boas.

Para resolver os problemas existente com soluções razoáveis e tirar o País do atoleiro deixado pelos governos lulopetistas, é necessário ampliar as mesmas bases de apoio construídas espontaneamente na campanha eleitoral.

Deve-se restaurar a convergência que o Brasil assistiu nas manifestações populares e na intervenção patriótica nas redes sociais. Foi isto que fez tremer o populismo, obrigou o recuo dos corruptos e obteve a capitulação dos oportunistas beneficiados pelas verbas públicas.

Não é tarde para uma volta ao futuro, desde que a liderança se faça presente e estimule a união dos patriotas. Assim, as forças democráticas conquistarão a vitória nesta batalha e. por fim, na guerra final.

Cabe a cada um dos que lutam por um Brasil livre da corrupção e do ideologismo maléfico, estudar a realidade. Este estudo é revolucionário, porque traz o conhecimento da necessidade urgente das reformas sabotadas pelos inimigos da ordem e do progresso.

Avaliar a Realidade soa como um manifesto. É preciso, porém, estarmos prevenidos por que a realidade é fria como o aço de um punhal; e o uso desta arma intelectual, deve recorrer à lembrança das promessas de Bolsonaro de que faria guerra contra a corrupção, trabalharia para o desenvolvimento econômico e garantiria a segurança da população.

Estas considerações são incompatíveis com o narco-populismo; os agentes bolivarianos não convivem com a honestidade, a honra e o civismo; lutam pelo caos ao lado dos 300 picaretas do Congresso, acostumados com o “toma lá, dá cá” criado por FHC.

Os 57 milhões de brasileiros que votaram em Bolsonaro confiam que não haverá recuos, que ele continuará inflexível repelindo as tentações. Armados com o conhecimento da realidade, estes eleitores conquistarão a legitimidade para banir de todo e sempre os cortesões e as cortesãs do mal.

EDUCAÇÃO II

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“Devemos respeitar e educar nossas crianças para que o futuro das nações e do planeta seja digno” (Ayrton Senna)

É o segundo artigo que escrevo com o mesmo título, por julgar de fundamental uma tomada de posição sobre tema que é distorcido pelos defensores do Estado onipotente, totalitário, caricatura dos regimes hitleristas e stalinistas do século passado.

Juntando-se aos burguesotes que estão desmoralizando as universidades públicas, os inimigos do progresso atuam numa conjuração que quer ressuscitar defuntos, os que morreram e os que mortos-vivos como Lula da Silva, condenado em três instâncias e preso por corrupção e lavagem de dinheiro.

Os que têm os olhos abertos para a movimentação desses agentes provocadores assistiram as manifestações convocadas “em defesa da Educação” que na realidade foram uma provocação político-partidária de oposição ao Governo Bolsonaro, trazendo de volta dos Black Blocs e ações terroristas no Rio de Janeiro.

Na minha opinião, como observador da instrução pública, é que, na verdade, o contingenciamento entrou na balbúrdia, como Pilatos entrou no Credo…  Os governos petistas de Lula e Dilma o fizeram sem provocar o escarcéu feito com o apoio da mídia, PT e seus puxadinhos, CUT, do MST e sindicatos que nada têm a ver com a Educação.

Também os institutos de ensino católicos aderiram, sem surpresa, o imprevisto foi a adesão das universidades e escolas particulares ameaçadas se não prestarem conta das verbas que recebem. No caso das católicas, sabemos que são tentáculos do narco-populismo; e o apoio das privadas comprovou a sua participação política. Pior, numa manifestação político-partidária.

No meu artigo anterior em defesa da Educação, recordei a declaração de uma professora petista que disse: “As crianças não pertencem aos pais, mas ao Estado”, mostrando que o que eles pregam se baseia no Mein Kampf, de Hitler.

O livro-bíblia da doutrina nazista que implodiu no bunker do Führer levando-o para o inferno, ainda tem seguidores que se dizem antifascistas. Seguem a lição de Adolfo:  “A educação histórica deve ser orientada pela nossa experiência política”. Não foi essa a orientação dada pelos governos petistas de Lula e do seu fantoche, Dilma?

Felizmente, graças à reação popular, escapamos do sistema fascistoide com a vitória eleitoral de Jair Bolsonaro. Livramo-nos daquela situação politicamente vexatória e economicamente criminosa; o novo governo empreende reformas para valer, não os remendos demagógicos anteriores que caíam no ridículo.

No campo da Educação, apesar turbulência inicial no Ministério da Educação, com a nomeação e afastamento de Ricardo Vélez Rodríguez, as coisas serenaram com o preenchimento da vaga por Abraham Weintraub, economista e professor.

O novo Ministro se propõe a acabar com o desperdício de verbas, combater a corrupção e entrilhar o MEC como indutor da política de educação nacional, dando prioridade à educação infantil e fundamental. Tudo acompanhado do estímulo para garantir a ordem e o respeito em todos os espaços da Educação, públicos e privados.

A Pedagogia está presente nas propostas de Weintraub, na agenda que traz propostas para a autonomia universitária soberana, e o respeito à liberdade e à diversidade do pensamento; mas os seus opositores se recusam a aceitar a limpeza ética, moral e respeitosa.

As universidades públicas se encontram num estado deplorável físico e espiritual herdado dos governos lulopetistas. Suas direções politiqueiras são lenientes com a balbúrdia e colaboram para o estímulo do racismo às avessas, do confronto de religiões, e dos escândalos com a exibição de práticas sexuais heteronômicas.

O Brasil por inteiro repudia este cenário onde se vê as universidades reféns das minorias que se apresentam para representá-la. Queremos construir um futuro radioso para as próximas gerações, formando cientistas e técnicos e não agitadores e drogados narcopopulistas.

 

SENTENÇA

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem” (Epicuro)

Como cultuador da História da Humanidade sei que ao longo do processo civilizatório juízes de todos os tipos acertaram, mas também erraram, aplicando sentenças à luz da legislação vigente nos seus países, à sua época. Sobre isto um antigo humorista se manifestou, dizendo: – “ Absolvição, condenação… São apenas palavras. ”

Vejamos os mais notáveis julgamentos do século passado, a partir da ascensão fascista, com a instalação por Hitler, na Alemanha, do “Volksgerichtshof” – Tribunal Popular -, que aplicava a “justiça penal nazista” violando os direitos e garantias individuais para condenar os opositores do regime e que considerava crimes raciais que impediam a purificação da raça ariana.

Tivemos os conhecidos “Julgamentos de Moscou” dos anos de 1936 a 1938, um espetáculo internacional que Stálin utilizou para condenar os seus adversários confessando publicamente seus crimes, após torturas e lavagem cerebral.

Após Segunda Guerra, assistiu-se a instalação do Tribunal Militar Internacional para julgar o alto escalão nazista por crimes de guerra e contra a humanidade, praticando a justiça que os povos com forte sentimento antinazista exigiram.

No mundo ocidental, países auto assumidos como democráticos, EUA, França e Inglaterra, também realizaram “julgamentos públicos” para afastarem inimigos políticos internos e unificar a ideia do que é socialmente aceitável para o país.

A revolução de Fidel Castro em Cuba, que abalou a América Latina, instalou um Tribunal de Exceção que proferiu sentenças levando centenas de cubanos ao fuzilamento num ritual chamado “Paredão”.

Junto aos “inimigos da revolução” houve condenações de homossexuais e exílio de judeus. Inquirido sobre isto em 1959, Che Guevara disse que não era preciso provas para condenar: – “Eu só preciso saber que é necessário executá-lo!”.

No Brasil de hoje, vivendo o “Estado Democrático de Direito”, a sentença segue o artigo 162, § 1º, do Código de Processo Civil Brasileiro definindo-a como ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973.

A palavra “Sentença” é um substantivo feminino de etimologia latina, “sententia,la”, derivado do verbo “sentio/sentire” (sentir); e em português, como expressão que contém um sentido geral, é adágio, brocardo, ditado e máxima; e, no sentido de decisão: é acórdão, arbítrio, julgamento e veredito.

Do ponto de vista jurídico é uma decisão ou solução dada por um magistrado a toda e qualquer questão submetida à sua jurisdição; e, no campo do pensamento, uma frase lapidar que contém um provérbio de valor moral.

O juiz que conquista a admiração e o respeito dos seus contemporâneos é aquele que profere sentenças abalizadas, diretas e independentes. O exemplo fulgurante do passado é do Rei Salomão, cujas sentenças são até hoje consideradas lições de Justiça.

Tem uma história, não sei se foi extraída dos textos místicos judaicos ou das ricas metáforas muçulmanas, que me encantou quando eu era estudante de Direito: Numa festa de aniversário do rei Salomão, o seu povo lhe encheu de presentes: os ricos lhe deram joias, espadas preciosas, candelabros de ouros e especiarias raras; os demais trouxeram-lhe sedas, turbantes e animais exóticos.

Então chegou-se uma formiga carregando uma patinha de gafanhoto. Os cortesões provocadores perguntaram-lhe: – “O que é que Salomão vai fazer com isto? ”. E a formiga respondeu: – “Bem sei que a minha dádiva não está à altura do Grande Rei, mas é tudo o que lhe posso dar…”

É o meu caso. Não sei como posso contribuir com as minhas críticas aos poderosos juízes do Supremo Tribunal Federal, mas os meus recados são a única coisa que lhes posso oferecer. Hoje, lembro-lhes uma lição de François Guizot: “Quando a Política adentra no recinto dos tribunais, a Justiça sai por outra porta”.

A IDEIA

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“As ideias que criam, as ideias vivas que elevam religiões e impérios, gênios e heróis e mártires e santos…”  (Raul de Leôni)

Até pouco tempo a palavra Ideia vinha com acento agudo no “e”, e por causa da nova ortografia da língua portuguesa, despiu-se do sinal gráfico, mas continua sendo o mesmo substantivo feminino de origem grega, “idéa, as”, aspecto exterior, aparência, forma, maneira de ser; e do latim, “idĕa, ae”, forma original, imagem, noção.

Refere-se na linguística a representação mental de alguma coisa: conceito, concepção, pensamento, percepção, proposta, reflexão, sugestão…   É vasta a sua sinonímia, conforme o arbítrio do pensador.

Gosto muito da definição “ponto de vista”. O meu acompanha o de Victor Hugo, que analisando a realidade política da sua época, escreveu: “Nada é mais poderoso do que uma ideia que chega no momento certo”.

Sem dúvida. A História – que como as cartas do baralho cigano não mente jamais – registra no século seguinte a explosão das ideias totalitárias na Europa com a revolução russa e o surgimento do fascismo e do nazismo, contando com largo apoio à época.

Como as ideias vêm e vão, foram enterrados o fascismo com o cadáver do seu líder Benito Mussolini pendurado num gancho de açougueiro; o nazismo no bunker de Hitler, e o stalinismo sob os escombros do Muro de Berlim.

Não foi por acaso que uma ideia sobreviveu no Ocidente além às tormentas causadas pela 2ª Guerra Mundial: a Democracia, que o seu arauto após o conflito, Winston Churchill, definiu como “A Democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos…”.

Certifica-se, entretanto, que além da volta de doenças que pareciam extintas, graças à profilaxia implementada pelo avanço da Medicina, assistimos, também, o retorno das ideias malignas que aterrorizaram o mundo no século passado.

Felizmente, as liberdades democráticas conquistadas sob a consigna da revolução francesa, “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, atraem mais gente do que as filosofias que negam a livre expressão do pensamento.

No nosso brasileiro, a ideia viva que o consciente coletivo do nosso povo eleva, é perseguir o fim da corrupção que foi institucionalizada nos governos petistas de Lula e do seu mamulengo, Dilma. Ele, para nossa satisfação, está preso e responde ainda por vários processos de corrupção praticada no seu governo; ela continua solta, escorregando entre os dedos dos investigadores e blindada por alguns procuradores.

A ideia nacional de apoio à Operação Lava Jato para extirpar o câncer nascido no organismo nacional, com metástase nos três poderes da República, passou agora por um teste no Congresso Nacional.

Tentando desmoralizar o ministro Sérgio Moro – paladino da luta contra o crime organizado e a corrupção –, parlamentares investigados pela Lava Jato e seus cúmplices, retiraram o Coaf do Ministério da Justiça.

Estes traidores do eleitorado pensaram em fazer o mal, mas sequer arranharam o verniz do esquema lavajatista que o Ministro representa no Governo Bolsonaro. Primeiro, porque terão que ganhar o plenário das duas casas do Congresso; segundo, porque, se mantida a decisão, o ministro Paulo Guedes, da Justiça, já se comprometeu a manter o comando indicado por Moro para o órgão.

Com relação à opinião pública, os inimigos da ordem e do progresso não desencantaram os brasileiros; pelo contrário, mostraram-se expostos a sua atividade corrosiva contra o Brasil ético. Os nomes estão anotados.

 

 

 

 

 

 

FANTASMAS

MIRANDA SÁ (Email: mirandasa@uol.com.br)

“A coragem que afugenta os fantasmas cria seus próprios duendes: a coragem quer rir”
(Friedrich Nietzsche)

Charles Dickens, um dos mais populares escritores ingleses de todos os tempos, deixou-nos clássicos da literatura mundial como “David Copperfield”, “Oliver Twist”e “Christmas Carol”. Este último é uma história de fantasmas.

Dickens com religiosidade anglicana, traz no seu “Um Conto de Natal” o personagem inesquecível de um velho avarento, Ebenezer Scrooge, milionário ganancioso e mesquinho, que despreza o Natal ignorando os que trabalham para si.

Descrevendo a realidade da penúria reinante na Londres dos anos 1800, a narrativa cerca Scrooge pela presença de três fantasmas de Natal, do passado, do presente e do futuro. Eles encenam a sua presença da maior data da cristandade obrigando-o a refletir sobre a sua presença no mundo, encerrando com a sua morte futura, sozinho, sofrido e abandonado, recebendo, porém, a solidariedade dos que desprezava.

Fantasma, na crença popular, é o espírito de uma pessoa ou animal mortos que aparecem de maneira visível ou por outras formas de manifestação aos vivos. Há os que invocam a sua presença em sessões espíritas ou missas negras.

Vem de longe esta crença e sua prática, originando-se no animismo ou veneração dos mortos em culturas pré-históricas, e ainda é comum através da realização dos exorcismos levados a efeito por sacerdotes católicos e pastores evangélicos.

Dicionarizada, a palavra “Fantasma” é um substantivo de dois gêneros, originário do grego “fántasmaatos” e do latim “phantasma, atis”, significando aparição de pessoa morta e/ou objeto assustador, disforme ou demasiado grande.

A gente ouve tantas histórias de fantasmas, de casas mal-assombradas, aparecimento de sombras em lugares ermos e de vozes cavernosas tentando se comunicar, que termina desconfiando da existência de figuras além da imaginação…

Temos na cena política muita fantasmagoria. Outro dia, o presidente Jair Bolsonaro lembrou e condenou a volta do espectro narcopopulista que ronda a nossa vizinha Argentina pela ameaça da volta da corrupta Cristina Kitchener.

O segundo fantasma é o STF, que por uma minoria inimiga da Lava Jato ameaça voltar atrás nos avanços conquistados na luta contra a corrupção no País; jamais se esperou que – pela sua formação – que sozinho enfrentasse o sistema corrupto da política, mas nunca se duvidou que cumprisse a Lei.

Assombra-nos o terceiro fantasma, um retrocesso que se avizinha da sociedade brasileira, a volta da censura atentando contra as liberdades democráticas. Está ativa uma policialesca investigação contra participantes das redes sociais que criticam alguns togados e protestam contra o comportamento do ministro Dias Toffoli.

Para não ficar atrás desta maneira sórdida de ferir o Estado de Direito, decretando uma espécie de ditadura do Judiciário, alguns parlamentares – na sua maioria comprometidos com casos de corrupção – sugerem a formação de uma CPMI para “apurar” o uso das redes sociais para disseminar “ofensas” contra “autoridades”, tudo entre aspas…

A gente vê com tristeza e revolta que essas aparições assombram mais quando encontram imagens semelhantes na periferia do governo, influenciando e ameaçando a administração pública com desrespeito aos militares, que conferem ao presidente Jair Bolsonaro a base da confiança nacional.

Estes fantasmas estão se materializando, “sem a luz que flui dos seus corpos transparentes” como lhes descreveu o poeta Raul de Leoni; mas, felizmente, ainda não representam uma ameaça porque seu ectoplasma se mantem em estado bruto…

… E enfrentam, com certeza, a força do povo brasileiro que foi responsável pela eleição de Bolsonaro, e agora vai exorcizá-los todos, para rir no final!