Arquivo do mês: fevereiro 2016

O teu cabelo não nega mulata – Lamartine Babo e Irmãos Valença (1931)

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Linda Morena – Lamartine Babo e Mário Reis (1933)

Linda Lourinha – Braguinha (1933)

CINZAS

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Lembra-te, ó homem, que és pó
e em pó te hás de tornar”
(Genesis, 2,19)

Em todas as crenças conhecidas, das mais primitivas até as chamadas grandes religiões, há um período de jejum, abstinência de alimentos e de sexo. O catolicismo e algumas denominações evangélicas adotam a Quaresma, lembrando os 40 dias que Jesus passou no deserto suportando as tentações.

Espelhando-se na virtude do Cristo, os crentes se penitenciam refletindo o arrependimento pelos próprios pecados. Uma oração franciscana reza: “Reconhecendo que somos pó e que ao pó voltaremos, consigamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova, à semelhança do Cristo ressuscitado”.

A quarta-feira de cinzas, o primeiro dia depois do carnaval, dá início à Quaresma. A temporada de carnaval dura, teoricamente, quatro dias, denominados “gordos”; do sábado à terça-feira.

Em muitos países do mundo a festa carnavalesca ocorre somente na “terça-feira gorda”, e sob influência francesa, o Mardi Gras, chegou aos Estados Unidos e tornou-se famoso em Nova Orleans.

Ao fim numa ritualística emocionante, os altares se cobrem de roxo estimulando os beatos à contrição, pesando as próprias culpas.

Assim, o carnaval ficou para trás e inspirou o poeta Vinicius de Moraes o belíssimo poema cantado “Felicidade”: “A felicidade do pobre parece/ A grande ilusão do carnaval/ Aquele trabalha o ano inteiro/ Por um momento de sonho/ Pra fazer a fantasia/ De rei ou de pirata ou jardineira/ Pra tudo se acabar na quarta-feira”.

Pena que não haja na política brasileira uma quarta-feira de cinzas. A carnavalização partidária não se limita a um determinado período, estendendo-se anos a fio como assistimos e lamentamos na Era Lulo-petista.

O que se vê é a irresponsabilidade institucionalizada, a roubalheira desmedida, e o povo padecendo o desemprego, as carências na Educação, falta de assistência médica e insegurança. Testemunha-se um permanente desfilar dos blocos de organizações criminosas escarnecendo da sociedade.

Envergonhou-nos a revista inglesa ‘The Economist’ reportar que o “Brasil está ‘festejando a beira do precipício’”, apontando a incompetência e a corrupção, os problemas econômicos, sociais e políticos que vivemos às vésperas do carnaval.

Possivelmente a reportagem dará seguimento a essa falta de governantes sérios e a privação do povo. Faltando-nos uma imprensa realmente livre das influências do poder, os correspondentes estrangeiros também poderiam como do “The Economist” levar ao mundo o arrastão carnavalesco da política brasileira, a roubalheira e a impunidade.

A presidente Dilma e seu entourage de ministros, assessores, conselheiros dos andares superiores, e no térreo os puxa-sacos sem triplex e os lulo-petistas da geral, poderiam refletir sobre a Quaresma e o ”
Memento homo quia pulvis es et in pulverem reverteris” – (Lembra-te homem, que és pó e ao pó voltarás).

E somente com a Presidente voltando ao pó de onde veio, o Brasil terá uma quarta-feira de cinzas política encerrando a irresponsável farra petista e restaurando o patrimônio nacional da Ordem e do Progresso.

 

A Jardineira – Benedito Lacerda, Humberto Porto (1938)

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Você pensa que cachaça é água – (Mirabeau Pinheiro-Lúcio de Castro-Heber Lobato, 1953)

https://youtu.be/RvtMybpcR0Q

Me dá um dinheiro aí – Ivan Ferreira, Homero Ferreira e Glauco Ferreira (1959)

Mamãe eu quero – Jararaca e Vicente Paiva (1936)

CARNAVAL

Miranda Sá (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Ô Abre Alas/Que eu quero passar/ Eu sou da Lira,/ Não posso negar!” (Chiquinha Gonzaga)

Para falar do carnaval brasileiro é inevitável que a epígrafe deste artigo homenageie a compositora Chiquinha Gonzaga, com seu pioneirismo histórico. É uma das primeiras marchinhas de carnaval abrindo o tema da alegria com a sua explosão de comicidade e crítica política.

“Ô Abre Alas” é de uma época em que a liberdade de pensamento sobrepunha o cretino “politicamente correto”. Antecedeu e incentivou o que foi cantado pela massa de acobreados, amarelos, brancos, mestiços e pretos,  “Amélia”, “Alah-la-ô”, “Cabeleira do Zezé”, “Nega Maluca”, “O teu cabelo não nega”, Índio quer apito” e o “O Rei Zulu”…

Poucos sabem, porém, sobre a origem do Carnaval. Uma escola de historiadores associa-o às festas da colheita no antigo Egito em louvor à deusa Ísis e de lá se espalhou pelo mundo, das encostas do Himalaia até o Ocidente.

Chegou à Grécia incorporando-se à festa da colheita da uva reverenciando o mitológico deus Dionísio, patrono do vinho, e foi adotado em Roma, festejando Baco, regente também do vinho e das festas.

Daí veio a palavra Carrus Navalis, carroça que transportava uma enorme barrica com vinho que era distribuído ao povo, numa comemoração que se estendeu até muito tempo depois do advento do cristianismo, até o Renascimento, com os bailes de máscara.

A sabedoria da Igreja Católica que sincretizou uma imensa quantidade de deuses e mitos pagãos, levou o papa Gregório no ano de 590 a incorporar o Carnaval no calendário das festas cristãs, como preparação para o ciclo de jejum e contrição da Quaresma.

Oficializado, o Carnaval atravessou o Atlântico e veio de Portugal para o Brasil como o ‘entrudo’ já na era colonial, incentivado pelos padres e tornando-se a maior celebração do povo brasileiro. Aqui, com críticas e irreverências, traduziu pela boca do povo a voz de Deus…

Nosso carnaval escancara a nuvem entre a realidade e a fantasia. Faz narrativas proverbiais sem o requinte das composições literárias. Homens caricaturando animais, satirizando as mulheres e vice-versa; mascarando o comportamento trivial das pessoas..

As fantasias e canções carnavalescas por metalépse e metalinguagem subvertem a realidade. Infelizmente a sua espontaneidade crítica vem esmaecendo com o tempo; neste ano do Senhor de 2016, pelo que eu saiba só a marchinha ”O Japa da Federal” expressa a sacanice popular.

Como o Rei Momo reina por quatro dias e é quem manda no imaginário do povo, vamos à diversão nas ruas politizando com destaque ao Japa da Federal… Atrairemos os foliões de cuca aberta para sair com o Japa arrancando risadas do povo.

Vários motes estão também à disposição para quem quiser criticar, tanto no critério individual quanto dos blocos que surgem por afinidade. Já imaginaram um Bloco da Mandioca? Quem sabe um carro alegórico para “estocar o vento”? A presidente Dilma, com suas intervenções sem pé nem cabeça será certamente a musa do desprezo pelo seu governo desastrado.

Outra motivação vem da Lava Jato no encalço de Lula da Silva… O Pelegão é uma ótima fonte de inspiração, com as palestras fajutas, leniência ou participação com a roubalheira, a suspeita de acumulação de riqueza ilícita e a sua “honestidade”…

O “Triplex do Guarujá” da família Lula da Silva é também um assunto para as troças e um bloco dos “Sem Teto”… E os 14 caminhões (um frigorífico) da mudança do Ex-presidente do Alvorada para o sítio de Atibaia podem inspirar um cordão carnavalesco…

Na embriaguês alegre da imaginação há de se caricaturar os presos do Mensalão e os parlamentares investigados como Renan, Collor, Eduardo Cunha, Gleise Hoffman , Humberto Costa e Lindemberg Farias… Aqui no Rio, especialmente, o governador Pezão dará uma alegoria incrível.

O carnaval é uma festa popular… Sugiro a formação de um bloco sobre o Aedes Egipti e a mobilização das FFAA fantasiadas de mata-mosquitos enfrentando uma guerra considerada perdida por Dilma!

Estou com vontade de formar o Bloco da Vassoura, com o estandarte do Triplo X, exercitando, com ziriguidum, o exercício de cidadania. “Abre alas que os honestos vão passar sacaneando os corruptos e cantando com o Japa da Federal: “Vem prá cá você ganhou uma viagem ao Paraná!”

 

CARNAVAL

Miranda Sá (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“Ô Abre Alas/Que eu quero passar/ Eu sou da Lira,/ Não posso negar!” (Chiquinha Gonzaga)

Para falar do carnaval brasileiro é inevitável que a epígrafe deste artigo homenageie a compositora Chiquinha Gonzaga, com seu pioneirismo histórico. É uma das primeiras marchinhas de carnaval abrindo o tema da alegria com a sua explosão de comicidade e crítica política.

“Ô Abre Alas” é de uma época em que a liberdade de pensamento sobrepunha o cretino “politicamente correto”. Antecedeu e incentivou o que foi cantado pela massa de acobreados, amarelos, brancos, mestiços e pretos,  “Amélia”, “Alah-la-ô”, “Cabeleira do Zezé”, “Nega Maluca”, “O teu cabelo não nega”, Índio quer apito” e o “O Rei Zulu”…

Poucos sabem, porém, sobre a origem do Carnaval. Uma escola de historiadores associa-o às festas da colheita no antigo Egito em louvor à deusa Ísis e de lá se espalhou pelo mundo, das encostas do Himalaia até o Ocidente.

Chegou à Grécia incorporando-se à festa da colheita da uva reverenciando o mitológico deus Dionísio, patrono do vinho, e foi adotado em Roma, festejando Baco, regente também do vinho e das festas.

Daí veio a palavra Carrus Navalis, carroça que transportava uma enorme barrica com vinho que era distribuído ao povo, numa comemoração que se estendeu até muito tempo depois do advento do cristianismo, até o Renascimento, com os bailes de máscara.

A sabedoria da Igreja Católica que sincretizou uma imensa quantidade de deuses e mitos pagãos, levou o papa Gregório no ano de 590 a incorporar o Carnaval no calendário das festas cristãs, como preparação para o ciclo de jejum e contrição da Quaresma.

Oficializado, o Carnaval atravessou o Atlântico e veio de Portugal para o Brasil como o ‘entrudo’ já na era colonial, incentivado pelos padres e tornando-se a maior celebração do povo brasileiro. Aqui, com críticas e irreverências, traduziu pela boca do povo a voz de Deus…

Nosso carnaval escancara a nuvem entre a realidade e a fantasia. Faz narrativas proverbiais sem o requinte das composições literárias. Homens caricaturando animais, satirizando as mulheres e vice-versa; mascarando o comportamento trivial das pessoas..

As fantasias e canções carnavalescas por metalépse e metalinguagem subvertem a realidade. Infelizmente a sua espontaneidade crítica vem esmaecendo com o tempo; neste ano do Senhor de 2016, pelo que eu saiba só a marchinha ”O Japa da Federal” expressa a sacanice popular.

Como o Rei Momo reina por quatro dias e é quem manda no imaginário do povo, vamos à diversão nas ruas politizando com destaque ao Japa da Federal… Atrairemos os foliões de cuca aberta para sair com o Japa arrancando risadas do povo.

Vários motes estão também à disposição para quem quiser criticar, tanto no critério individual quanto dos blocos que surgem por afinidade. Já imaginaram um Bloco da Mandioca? Quem sabe um carro alegórico para “estocar o vento”? A presidente Dilma, com suas intervenções sem pé nem cabeça será certamente a musa do desprezo pelo seu governo desastrado.

Outra motivação vem da Lava Jato no encalço de Lula da Silva… O Pelegão é uma ótima fonte de inspiração, com as palestras fajutas, leniência ou participação com a roubalheira, a suspeita de acumulação de riqueza ilícita e a sua “honestidade”…

O “Triplex do Guarujá” da família Lula da Silva é também um assunto para as troças e um bloco dos “Sem Teto”… E os 14 caminhões (um frigorífico) da mudança do Ex-presidente do Alvorada para o sítio de Atibaia podem inspirar um cordão carnavalesco…

Na embriaguês alegre da imaginação há de se caricaturar os presos do Mensalão e os parlamentares investigados como Renan, Collor, Eduardo Cunha, Gleise Hoffman , Humberto Costa e Lindemberg Farias… Aqui no Rio, especialmente, o governador Pezão dará uma alegoria incrível.

O carnaval é uma festa popular… Sugiro a formação de um bloco sobre o Aedes Egipti e a mobilização das FFAA fantasiadas de mata-mosquitos enfrentando uma guerra considerada perdida por Dilma!

Estou com vontade de formar o Bloco da Vassoura, com o estandarte do Triplo X, exercitando, com ziriguidum, o exercício de cidadania. “Abre alas que os honestos vão passar sacaneando os corruptos e cantando com o Japa da Federal: “Vem prá cá você ganhou uma viagem ao Paraná!”