Arquivo do mês: agosto 2014

Augusto dos Anjos

Hino à dor

Dor, saúde dos seres que se fanam,

Riqueza da alma, psíquico tesouro,

Alegria das glândulas do choro

De onde todas as lágrimas emanam..

 

 

És suprema!  Os meus átomos se ufanam

De pertencer-te, oh!  Dor, ancoradouro

Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro

De que as próprias desgraças se engalanam!

 

 

Sou teu amante!  Ardo em teu corpo abstrato.

Com os corpúsculos mágicos do tacto

Prendo a orquestra de chamas que executas…

 

 

E, assim, sem convulsão que me alvorece,

Minha maior ventura é estar de posse

De tuas claridades absolutas!

 

Biografia de Augusto dos Anjos aqui

VAIAS

 MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

                               “Tudo o que se suprime não é vaiado” (Eugênio Scribe)

Vinte e quatro horas após o caixão de Eduardo Campos descer à cova saiu apressadamente uma pesquisa da Datafolha. Os midiáticos que a promoveram não esperaram sequer a oficialização de Marina Silva como substituta de Campos, e ela apareceu com 12 pontos a mais do que o titular tinha anteriormente.

Pelos números divulgados, a provável candidata do PSB empatou tecnicamente com Aécio que manteve como Dilma, a mesma posição anterior. Não se sabe se as intenções para Marina saíram dos votos brancos ou dos que não opinaram na pesquisa de julho…

Isto certifica o que dizia Otto Von Bismarck, “nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada”. Em eleição, guerra e caçada, a amostragem da Datafolha é um gato escondido com o rabo de fora.

Apresenta um dado que assombra os que andam de ônibus ou metrô e fazem compras na feira e no supermercado: Atesta (?) que de julho para cá os “eleitores pesquisados” deram mais seis pontos de aprovação ao PT-governo, passando de 32% mês passado para 38% agora!

Esta subida – perdoem-me os autores da pesquisa – é uma mentira deslavada. Aliás, os índices da pesquisa são uma fraude. Não bastasse a inflação corroendo a economia dos assalariados, levantando o clamor público contra a carestia de vida, ainda temos as vaias!

Onde aparece a Presidente, candidata à reeleição, tome-lhe vaia. Assim foi em Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre e no Rio de Janeiro. A manifestação de repúdios parece à Datafolha, que dá menos votos do que as milionárias verbas publicitárias do PT-governo.

O fenômeno da assuada e zombaria não é provocado apenas pela inflação, que os economistas da escola dos Irmãos Marx, Luiz Werneck Vianna e Maria da Conceição Tavares fazem questão de subestimar, provocando chacota nos círculos acadêmicos e empresariais. É certo que as vaias não saem somente do bolso, mas também das cabeças pensantes.

Qualquer pessoa bem ou mal informada acompanha os escândalos no seio da administração Dilma, como na revoltante situação da Petrobras abatida pela corrupção e irresponsabilidade. Todos os exemplos de malfeitos governamentais teem a participação de Dilma, no mínimo, graças à sua incompetência.

Mas, fazendo justiça: a Presidente é competentíssima para mentir, como fez na ajustada entrevista com a TV-Globo no Palácio do Planalto, dizendo que o PT-governo criou a CGU e que diminuiu a demanda por médicos com a traficância de médicos cubanos escravizados pela ditadura Castro. Pegou mal neste blá-blá-blá que recebeu uma tremenda vaia virtual pelo Twitter…

Pelas mentiras e asneiras, os apupos acompanham Dilma até em velórios, como se viu no enterro de Eduardo Campos. E para nos fazer de trouxas, a Datafolha omite as vaias que para o instituto não influem na opinião pública!

Uma coisa, porém é certa. A revolta dos apupos servirá para a eleição de outubro, para que os brasileiros derrubem da cena política o partido dos mensaleiros e doleiros, dos pelegos André Vargas, e dos ligados ao PCC, os “companheiros” Moura, Luiz e Sinval.

Tirá-los de cena como nos lembra uma passagem de Alexandre Dumas que, assistindo o ensaio de uma das suas peças, sempre ouvia exclamações e risos de jovens estudantes de teatro atrás de si; mas quando entrava determinado quadro da sua produção, os sons eram muxoxos e zunzuns. Dumas voltou-se e perguntou aos moços qual a razão da apreciação negativa. Uma das presentes candidata a atriz, disse-lhe: –“Porque esta cena é muito chata, não dá para acompanhar”.

Pelo prenúncio de futuras vaias, o autor do “Conde de Monte Cristo”, cortou imediatamente a cena do roteiro. É o que os brasileiros devem fazer: deletar o pesadelo chato que o lulo-petismo trouxe ocupando o lugar dos nossos sonhos… E de Dumas, temos também uma lição: “Para toda a espécie de mal, há dois remédios: o tempo e o silêncio”.

Jorge de Lima

Inverno

Zefa, chegou o inverno!
Formigas de asas e tanajuras!
Chegou o inverno!
Lama e mais lama
chuva e mais chuva, Zefa!
Vai nascer tudo, Zefa,
Vai haver verde,
verde do bom,
verde nos galhos,
verde na terra,
verde em ti, Zefa,
que eu quero bem!
Formigas de asas e tanajuras!
O rio cheio,
barrigas cheias,
mulheres cheias, Zefa!
Águas nas locas,
pitus gostosos,
carás, cabojés,
e chuva e mais chuva!
Vai nascer tudo
milho, feijão,
até de novo
teu coração, Zefa!
Formigas de asas e tanajuras!
Chegou o inverno!
Chuva e mais chuva!
Vai casar, tudo,
moça e viúva!
Chegou o inverno
Covas bem fundas
pra enterrar cana:
cana caiana e flor de Cuba!
Terra tão mole
que as enxadas
nelas se afundam
com olho e tudo!
Leite e mais leite
pra requeijões!
Cargas de imbu!
Em junho o milho,
milho e canjica
pra São João!
E tudo isto, Zefa…
E mais gostoso
que tudo isso:
noites de frio,
lá fora o escuro,
lá fora a chuva,
trovão, corisco,
terras caídas,
córgos gemendo,
os caborés gemendo,
os caborés piando, Zefa!
Os cururus cantando, Zefa!
Dentro da nossa
casa de palha:
carne de sol
chia nas brasas,
farinha d’água,
café, cigarro,
cachaça, Zefa…
…rede gemendo…
Tempo gostoso!
Vai nascer tudo!
Lá fora a chuva,
chuva e mais chuva,
trovão, corisco,
terras caídas
e vento e chuva,
chuva e mais chuva!
Mas tudo isso, Zefa,
vamos dizer,
só com os poderes
de Jesus Cristo!

 

Leia a biografia de Jorge de Lima aqui

Rainer Maria Rilke

O POETA

Já te despedes de mim, Hora.
Teu golpe de asa é o meu açoite.
Só: da boca o que faço agora?
Que faço do dia, da noite?

Sem paz, sem amor, sem teto,
caminho pela vida afora.
Tudo aquilo em que ponho afeto
fica mais rico e me devora.

Leia a biografia aqui

Da Costa e Silva

SOMBRA E NÉVOA

Cai o crepúsculo. Chove.
Sobe a névoa… A sombra desce…
Como a tarde me entristece!
Como a chuva me comove!

Cai a tarde, muda e calma…
Cai a chuva, fina e fria…
Anda no ar a nostalgia,
Que é névoa e sombra em minh’alma.

Há não sei que afinidade
Entre mim e a natureza:
Cai a tarde… Que tristeza!
Cai a chuva… Que saudade!

Leia a biografia de Da Costa e Silva Aqui

MORTE

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

                         “Quem sabe se o viver seja o morrer e o morrer, contrário, viver?”                                                                                                                                                Platão

A tragédia que arrancou Eduardo Campos do cenário político e chocou a Nação Brasileira, surpreendendo e causando tristeza, nos obriga a refletir sobre o destino e a esquadrinhar a História procurando saber porque a morte ceifa tantas vidas jovens e promissoras. Santo Agostinho, na sua sabedoria, deixou-nos na “Cidade de Deus” uma resposta:

“Do mesmo modo que depende de Deus afligir e consolar os homens, também Dele depende a duração da vida que abrevia e prolonga segundo a Sua vontade”. A concepção deísta de Agostinho não alcança a crença na vida após a morte, como na religião egípcia, que no Livro dos Mortos trazia um código moral e espiritual com o qual se julgava a vida humana. Entre os antigos egípcios imaginava-se que o morto seria julgado no tribunal do deus Osíris.

Lá, o coração era pesado e, de acordo com o comportamento na vida, proferia-se uma sentença: Para os bons havia uma espécie de paraíso, para os negativos, Ammut devoraria o coração. Os cristãos e os pagãos se completam. Segundo os primeiros, a existência de Campos foi abreviada pelo arbítrio divino; e para os outros, será julgado post-mortem e certamente o peso do seu coração o levará ao paraíso…

A morte prematura é sempre contristável. Como no caso de pais que perdem filhos, invertendo o curso normal do viver humano. E assim ocorreu no caso de Campos, cujo protagonismo na campanha eleitoral o aproximou dos defensores da mudança que a inteligência brasileira exige.

Será enfadonho repetir o seu perfil, profusamente publicado pelos jornais e revistas. Sua vida pessoal e sua carreira política encontram-se nos abundantes comentários de colunistas e declarações múltiplas de políticos, sinceras ou hipócritas.

O julgamento de Eduardo Campos está sendo feito. Entre os brasileiros, avaliando o seu peso na História da política nacional, leva-se em conta a observação das críticas dele aos desvios do governo Dilma com alinhamentos ideológicos abastardados, incompetência e pouca clareza nas contas públicas.

Pronunciamentos arquivados de Campos mostram sua mira atirando nos erros mais óbvios do governo Dilma, principalmente na descontinuidade de programas, o menosprezo pelas agências reguladoras e no desrespeito à Justiça.

Apesar da pouca exibição na mídia, o falecido presidenciável mostrou uma posição favorável à autonomia do Banco Central e na defesa do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, este, sem custear juros das linhas de crédito a longo prazo.

Nas suas entrevistas, pela inegável formação democrática, manifestou-se como defensor da liberdade de imprensa e da livre expressão do pensamento, coerente com a Constituição que os lulo-petistas querem rasgar através do golpe embutido no decreto fascista 8243. Aliás, Campos pregava contra a ‘velha política’ execrando Sarney, Collor e Renan.

Pelas posições assumidas, o eminente desaparecido deverá ser avaliado com imparcialidade, independente do PSB, partido que presidia e que o indicou como candidato à Presidência da República. Também vale separá-lo das composições alinhavadas para a campanha eleitoral, lembrando a participação conseqüente do oposicionista PPS.

Sem mais acrescentar, limitado ao espaço gutemberguiano sem adjetivação atributiva, é importante lembrar a Família deixada por Eduardo Campos, exemplo de coesão e harmonia; inviolável base da sociedade que o sistema que ele combateu quer destruir.

Para os seus parentes e amigos, fica a lembrança de Vladimir Nabokov: “Nossa existência não é mais que um curto circuito de luz entre duas eternidades de escuridão”.

ESPIÕES

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Muitos conhecem os filmes do agente ‘007’ com o script do autor de livros policiais, Ian Fleming. São inspirados nas ações do departamento de desinformação IRD – Information Research Departement, do serviço secreto inglês. Os casos são colhidos no meio político e no jornalismo investigativo influenciadores da opinião pública; e os primeiros se basearam em casos da guerra fria, enfrentando a espionagem da antiga URSS. As aventuras de 007 aproveitam também as ações fascistas e nazistas na Itália e na Alemanha sob Mussolini e Hitler. Como se sabe, as sinistras polícias políticas nazi-fascistas submeteram os seus povos e quase toda Europa ao regime totalitário derrotado na 2ª Guerra Mundial. A Gestapo hitlerista notabilizou-se pelo holocausto de judeus e o massacre de antinazistas, ciganos e gays, e foi o modelo para a repressão nos caricatos regimes fascistas da Hungria, Espanha e Portugal. Nessas ditaduras mirins a espionagem obedecia a métodos da GPU stalinista. Entre os fascistas latinos, a mais cruel ditadura foi a espanhola, de Franco. Um “Estado Sindical” que agrupava no mesmo órgão, empresários e trabalhadores. Por coincidência bem parecido com o bolivarianismo que o lulo-petismo quer implantar através do decreto 8243. Na esteira das aventuras do 007, tivemos contemporâneas manifestações de espionagem e a maior revelação vem dos EUA, que vigiam outros países e os próprios cidadãos. Foi denunciada pelo ex-técnico da NSA – Agência Nacional de Segurança, Edward Snowden, gravando intercepções de ligações telefônicas, skype, e-mails e de mensagens em redes sociais e chats. No Brasil, o PT-governo prontamente, condenou a rede de espiões dos EUA. O lulo-petismo fez um tremendo ba-fa-fá antiamericano. Foi uma festa: Dilma era espionada pelo imperialismo americano! E haja propaganda para ativar o patriotismo de araque dos satélites que giram em torno do poder. Por uma questão geopolítica gritaria petralha caiu no vazio. Não repercutiu como ocorreu na Alemanha, aonde a 1ª ministra Merckel teve também conversas espionadas; mas, seja como for, a espionagem ianque como fez a divisão clandestina da CIA, a NSA, iguala-se às piores ditaduras. Como o SNI (hoje ABIN) no Brasil, e o DINA de Pinochet, no Chile. Aqui, como Deus é brasileiro, não precisamos de um Snowden para descobrir a espionagem tupiniquim implantada entre nós pelas “vítimas” do imperialismo! Está comprovado que temos espiões de legítima casta lulo-petista, patrocinados pelo PT-governo na sua marcha para a ditadura narco-populista. A rede planaltina de espionagem cibernética interveio na Wikipédia, distorcendo perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardemberg, modificando dados críticos sobre a administração Dilma e levantando calúnias. Tudo saindo da sede do governo federal e pago por nós! Quem não se lembra a “indignação” de Dilma e dos seus asseclas ao saber que teve conversas interditadas pela NSA? Agora é ela própria, que recebe no Palácio um bando de espiões. Talvez pela influência dos espionados, gente graúda da mídia, a opinião pública reagiu; e está inconformada com esta imprópria e descabida ação que espreitou jornalistas, e cada um se pergunta: se fizeram com eles, o que não fazem contra o cidadão comum? Já não é segredo que somos uma Nação vivendo sob o arbítrio de uma polícia política tal e qual os povos submetidos ao stalinismo e ao nazi-fascismo! E tal situação só poderia partir de Dilma, capaz de tudo. Acende uma vela a Deus e outra ao Diabo. Ao Diabo, selando uma aliança obscura para reeleger-se; e a Deus, em romaria pelas igrejas e seitas, jurando “contrita” a sua fé para católicos, evangélicos, umbandistas e outros! Diante disso, é preciso lutar para evitar que não ocorra no Brasil o que já assistimos nos países dominados pelo narco-populismo, Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela, sem falar da ditadura cubana que chegou ao requinte de formar médicos-espiões e infiltrá-los em colaboração com o PT-governo degeneradamente ideologizado pelo stalinismo… É uma tarefa de todos os patriotas brasileiros, homens e mulheres, condenar os espiões, espiões aparelhados no governo e mantidos com o dinheiro público para subjugar a Nação.

SUSPEITAS

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Com tanta mediocridade adejando no concerto das nações, e particularmente, no Brasil aonde se funde com os crimes na administração pública e na atividade política, vale a pena ir ao século 18 e receber de Holbach uma lição que nos dá na sua obra “Sistema da Natureza”.

“A ignorância, o erro, o preconceito, a falta de experiência, de reflexão e previsão, eis as verdadeiras fontes do mal moral. Os homens prejudicam-se a si próprios porque não se informam dos seus próprios interesses”.

Contra esses males, deve-se ir à História na defesa da blogueira Adriana Vandoni da TV Pantanal no Mato Grosso, processada por comentar que para roubar, juntem parceiros e se filiem ao PT. Em favor de Adriana, usaremos a “suspeita” como o princípio jurídico, expresso no primoroso texto do promotor Ivaldo Lemos Junior, do MP/DF. O doutor Ivaldo defende o direito de policiais na abordagem por suspeita, direito adquirido pela experiência “dos que enxergam situações que olhares destreinados não percebem”.

Isso também ocorre com o comunicador municiado de fatos irrecorríveis que levantam suspeitas na seqüência histórica protagonizada por petistas, que parecem obedecer a um interesse comum.

Apenas três em inúmeros casos, poderão absolver Adriana Vandoni. Comecemos com a Operação Sanguessuga da Polícia Federal investigando a compra superfaturada de ambulâncias pelo Ministério da Saúde. Nela, a PF apreendeu em hotel de São Paulo US$ 248,8 mil e R$ 1, 168 milhão com o petista Valdebran Carlos Padilha da Silva, empreiteiro mato-grossense.

A denúncia saiu da CPI da Câmara Federal que apurou o esquema que resultou em 46 mandados de prisão contra políticos e assessores. Foi tão grande a repercussão, que resultou na derrota fragorosa do ex-ministro da Saúde, Humberto Costa, candidato ao governo de Pernambuco. O ex-ministro foi inocentado; mas tarde demais. Elegeu-se Eduardo Campos, hoje candidato à presidência.

Há também os assassinatos misteriosos dos prefeitos Celso Daniel e Toninho, de Santo André e de Campinas, mortos insepultos para permanente pesadelo dos lulo-petistas. Em ambos os casos, as investigações oficiais não foram conclusivas quanto aos motivos das mortes.

O caso Celso Daniel está no livro “Assassinato de Reputações”, de Romeu Tuma Junior, com a confissão do atual ministro petista Gilberto Carvalho, factótum do ex-prefeito, incumbido da movimentação financeira da Prefeitura de Santo André.

Carvalho disse que ia processar Tuma Jr., que ele confirmou a existência de um propinoduto em Santo André e que pessoalmente levava o dinheiro desviado para José Dirceu. O médico João Francisco Daniel, um dos irmãos de Celso, afirma a exatidão do fato nos termos relatados por Tuma Júnior.

Recentemente, num vaivém que se arrasta até hoje, temos envolvimento do deputado André Vargas com o doleiro Alberto Youssef, segundo diligências da Operação Lava Jato que investigou um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A PF concluiu e o MP deu crédito. Registrou-se um íntimo relacionamento de Vargas com o doleiro Youssef. Mantinham encontros e trocavam mensagens de celular e telefones, combinando conversas em aeroportos, postos de gasolina, na casa do deputado, e até no gabinete da Câmara.

Na época, André Vargas era líder do PT na Câmara Federal e Youssef trazia longa folha corrida no submundo; era compadre do falecido deputado federal José Janene, peça chave do “mensalão”; foi investigado na CPI do Banestado; transacionava dinheiro para o exterior através das contas CC-5, e depositava dinheiro de políticos em bancos de Beirute, capital do Líbano.

Ambos, o deputado petista e o doleiro, estão implicados no esquema investigado e desbaratado pela PF. O alcance das operações chegou à Petrobras e enredou o antigo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, hoje candidato de Lula ao governo de São Paulo.

Padilha nega qualquer ligação com o doleiro, e os petistas avaliam como positiva a sua defesa no caso do Laboratório Labogem, contra o qual pairam graves denúncias.

Por tudo isso, pelo faro e a experiência na observação da política e dos políticos, o comunicador tem o direito de levantar suspeitas.

Pergunta do natalense João Oliveira a Cláudio Humberto

“Afinal, para que serve, nos moldes atuais, o Congresso Nacional? Para gastar dinheiro público, para nos envergonhar, para enriquecer uns quinhentos e poucos inúteis, para chancelar um governo corrupto, para fazer de contas que existe uma democracia, para não legislar sobre coisíssima nenhuma que livre a sociedade da insegurança, da falta de assistência nas necessidades básicas? Israel deveria errar uma das suas bombas e que ela caísse justamente em cima do nosso parlamento quando estivesse lotado…aliás coisa bem difícil, não?”

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ABUTRES

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandadasa@uol.com.br)

De vez em quando a mídia dá relevo a um termo que, como um meme, é um fenômeno de recepção e transmissão com divulgação maciça. Agora se fala de abutres. O que são abutres? São aves falconiformes carnívoras, como águias, gaviões e falcões, e, primos em segundo grau, os corvos. O Dicionário Aurélio registra designação brasileira para os urubus.

Os ‘abutres’ da hora, são os grupos financeiros que compram ações de empresas pré-falimentares, visando “ressuscitá-las” a longo prazo, lucrando com isto. A denominação “fundos abutres” é importada de Walt Street, nomeando os fundos “que gostam de carniça”, como os que levaram a Argentina ao calote por se recusarem negociar a dívida daquele país.

Os brasileiros, particularmente os letrados e bem informados, enfrentam a grave ameaça de outros abutres, os petralhas, que impedem o Brasil de trilhar o seu destino democrático, com desenvolvimento, justiça, liberdade, e livre da corrupção endêmica que se alastra na administração pública.

Lulo-petistas são capazes de ‘fazer o diabo’ para se manter no poder, ocupando posições de mando e as tenebrosas transações que levam o País à inadimplência igual a da Argentina, gêmea univitelina pela forma de governar.

É preciso reagir. Não podemos cair na desilusão e o abatimento, nem mesmo à resignação que atinge principalmente os jovens, como se observa na baixa procura ao título eleitoral às vésperas de uma importante decisão política.

Como virou moda falar de ‘abutres’ entre os ‘economistas’ narco-populistas, é preciso videogravar a revoada das aves brasileiras de rapina também presentes na estrutura política e administrativa do País, sem precedentes históricos.

A olhos vistos arma-se um golpe contra as instituições republicanas através do decreto 8243, e a base dessa ruptura constitucional está no aparelhamento do Governo e do Estado pelo partido ocupante do poder.

Isto não é novidade para os esclarecidos; mas passa despercebida pela população. Em grande parte, a alienação e o apoliticismo contribuem para isto; mas a corrosão vem da intervenção culposa e organizada dos abutres que bicam os poderes republicanos, nos ministérios e nas empresas estatais.

Esses gaviões corromperam os movimentos sociais, antes influentes, críticos e reivindicantes. Cooptados pela ideologia degenerada do PT, os sindicatos não passam de ninhos da pelegagem abutre, e aplainam o terreno para a marcha totalitária do lulo-petismo. E, pela mesma razão, a ABI, a CNBB, a OAB e a UNE se submetem ao governo narco-populista.

É também por causa dos falconiformes, a desatenção e inadvertência das classes médias, dos intelectuais, artistas, magistrados, médicos, militares e professores, assombrados com o assalto dos abutres. Assim, impera o silêncio diante do crescimento tumefacto dos ministérios e do abuso pelo aparelhamento de 25 mil cargos comissionados no governo federal.

Os cargos de livre nomeação no Poder Executivo passaram de 17,6 mil, no final de 2003, para 22,6 mil em outubro de 2013; e os DAS – Direção e Assessoramento Superior –, com funções de comando e/ou assessoria, cresceram 46% em uma década, chegando a 4.814.

Segundo reportagem investigativa da Folha de São Paulo, os salários desse bando partidário vão de R$ 2.152 a R$ 12.043 e aos nomeados se permite acumular o cargo nas ‘comissões’ dos conselhos administrativos.

Juntam-se aos abutres “estrelados” os falconídeos dos partidos associados ao peleguismo. Na maioria são incompetentes; e se resumissem suas funções apenas ao contracheque, até seria melhor para o País. A parte podre se locupleta para troca informações privilegiadas por propinas, e/ou facilitando licitações obtendo percentagens ilegais.

Ministros e diretores das estatais são lenientes com o vôo profuso e até festivo das aves de rapina nas esferas de sua influência. Servem aos aparelhados na estrutura administrativa e se servem deles sem sentimento de culpabilidade.

No processo degenerescente implantado pelo lulo-petismo esvoaçam os urubus oportunistas e carreiristas, sobrevoando a carniça que não querem largar nas próximas eleições. Por eles, já se tem notícia do uso de bens do Estado para propaganda eleitoral, com a Justiça Eleitoral alheia ao fato.

Meios de comunicação, transportes, deslocamentos remunerados e assessorias oficiais, estão à disposição dos cabos eleitorais que corvejam no PT-governo. Nem mesmo o ‘bolsismo’ subornante terá um efeito semelhante de coação no eleitorado.

É fundamental, portanto, que se levante um gigantesco espantalho para afastar os abutres prenunciadores da desgraça nacional. Para isso, precisamos fortalecer a resistência nas redes sociais contra o devastador aparelhamento e só assim poderemos enfrentar e derrotar o entulho da intoxicação e da decomposição que atraem os abutres.