Arquivo do mês: junho 2014

Comentário

Mentor Muniz Neto (jornalista, SP)

 

Eu quero falar sobre uma única coisa dessa abertura da Copa do Mundo.
Quero falar sobre um momento em que parte da torcida gritou por 4 vezes seguidas a frase:
“Ei, Dilma, vai tomar no *”.

Vou dividir esse post em três.

Primeiro, falemos da frase em si.
O ato de olhar na cara de outra pessoa, e conscientemente gritar em alto e bom som essa frase é deplorável.
Mostra que você perdeu completamente o poder de argumentação.
É grosseiro.
Numa situação de convívio democrático equilibrado, não existe justificativa para uma agressão como essa.
Depõe contra qualquer causa.
Ponto final.

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Segundo.
O jornalista Ricardo Boechat, disse uma vez que precisamos CONSTRANGER os políticos.
Concordo plenamente.
Ele continuou dizendo que temos que riscar os carros desses políticos.
Discordo veementemente.
Constranger os políticos é o que nos resta para mostrar a esses políticos e aos próximos que vão se eleger em outubro, que nós brasileiros estamos cansados de um determinado estado de coisas e que queremos mudar uma situação onde a política nacional foi colocada à venda.
Que queremos que os políticos voltem de alguma maneira, a trabalhar para nós, como deveria ser quando TODO PODER EMANA DO POVO E EM SEU NOME DEVE SER EXERCIDO.
Mas há limites para este constrangimento.
Existe uma monumental diferença entre uma vaia histórica e a grosseira atitude da torcida de hoje.

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Terceiro.
Não estava no estádio para garantir que esses gritos começaram, como muitos estão dizendo, na “área VIP”.
Nem posso afirmar, como fez o jornalista Juca Kfouri, que os gritos vieram da “elite branca paulista”.
Acho, inclusive, nefasto classificar, qualificar ou desqualificar alguém por ser da “elite branca”.
Uma expressão tão nojenta e racista como qualquer rótulo que seja dado a outras minorias, oprimidas ou não.
Polarizar, dá nisso.
O tecido moral de nossa política já esgarçou. Há anos.
E a evidente polarização que vem acontecendo em nossa sociedade estimula a ruptura de outro tecido tão ou mais importante quanto o moral. O social.
Dizer que quem xingou a DIlma foi a elite branca, ou os pretos pobres é uma leviandade perigosa, que cria cisões irreparáveis.
Divide o Brasil, curiosamente num dia e local onde todos vestiam as suas camisas amarelas.

Concluo:
Xingar a Dilma é grosseiro e simplista. Não leva a lugar nenhum.
Vaiar a Dilma e todos os políticos corruptos é um ato que constrange e demonstra de forma clara nosso descontentamento.
Julgar quem falou o que, no meio de uma multidão de brasileiros, é leviano e perigoso.

Update:
Tem uma coisa que esqueci de escrever aqui e o Alexandre Chumerlembrou bem.
Nada disso que escrevi minimiza o fato de que essa foi uma manifestação espontânea, que deveria fazer a nossa Presidente e sua turma ficar bem preocupada.

Wayne Shorter Quartet – Footprints

http://youtu.be/RCyGBNKlrPI

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Nina Simone – Feeling Good

http://youtu.be/D5Y11hwjMNs

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Joe Cocker – With A Little Help From My Friends

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A Elite

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Tuitando, trago repetidamente duas sentenças: um pensamento de Platão e um comentário de Oscar Wilde. Platão orienta meu posicionamento político: “A vida sem questionamentos não merece ser vivida”; e Wilde reprova a rudeza, o chulo e o grosseiro, ao manifestar: “Nenhum crime é vulgar, mas toda vulgaridade é um crime.

Sobre a vulgaridade, li uma interessante expressão do jornalista italiano Pitigrilli, que fez furor nos anos pós-guerra com crônicas diárias em quase todos os jornais do mundo. Para ele “existem duas vulgaridades, a exterior e a interior. A primeira se corrige ou não se corrige; a segunda se esconde por meio da educação”…

Eu diria que ambas as características podem ser corrigidas, sim, pela educação, sociabilização e civismo. E se não forem eliminadas desse modo, então devem ser consideradas crime, e condenadas.

Jamais será vulgar quem adota o ditado popular “faz favor e muito obrigado não custam dinheiro”; e externa civilidade ao se dar “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”; cedendo lugar nos coletivos aos necessitados; e dando ao outro, o tratamento que gostaria de receber.

Há, sem dúvida, complexidade nas características particulares, físicas e psíquicas, por isso pesco na cultura popular com o jargão “em cada cabeça uma sentença”. Há, por exemplo, necessidade de legislação para certos comportamentos, como o hábito de fumar. Uma pessoa educada jamais acenderia um cigarro em interiores ou soltaria a fumaça sobre mesas num restaurante… Só os trogloditas do século 21.

Antes da ruptura do progresso com a ascensão dos pelegos ao poder, o Brasil se desenvolvia culturalmente; mas recuou no tempo com a eleição do apedeuta Lula da Silva, sem instrução e sem modos. Anteriormente sentíamos que as pessoas educavam-se se afastando da vulgaridade, independente de classe social, cor, filosofia de vida ou credo religioso. Hoje estão presentes os antagonismos estimulados pelo PT-governo jogando negros contra brancos, desconfianças religiosas, discriminações políticas e o estribilho da impunidade.

Impera entre nós o trogloditismo meio animal. O lado animalesco carrega a falta de inteligência e o lado humano é dominado pelo personalismo, atrevimento e desprezo pelo coletivo. Os homens de Neanderthal do século 21 encarnam o exemplo mais-que-perfeito da vulgaridade.

Esta minha colocação deve-se a uma leitura antiga, de mais de 40 anos, dos fragmentos do diário de N. S. Rubachov, prisioneiro político sob o stalinismo: “Os macacos devem ter rido a valer quando o homem de Neanderthal apareceu pela primeira vez sobre a Terra”:

“Civilizadíssimos, os macacos pulavam graciosamente de ramo em ramo; o homem de Neanderthal era desajeitado e andava colado no chão. Os macacos, saciados e pacíficos viviam numa atmosfera de jovialidade artificiosa e requintada; o homem de Neanderthal pisava no mundo pesadamente, distribuindo cajadadas a torto e a direito.

“Os macacos divertiam-se olhando-o do alto das árvores e ficavam horrorizados por que enquanto comiam frutos e plantas tenras, o homem de Neanderthal devorava carne crua, matava animais e até seus semelhantes. Era rude, cruel e primava pela ausência de toda e qualquer dignidade animal.

“Os últimos sobreviventes da espécie dos chipanzés ainda torcem o nariz, muito enjoados, quando vêem um ser humano.”

Relembrando isto, sinto-me como um macaco, testemunhando a arrogância e o ar de superioridade dos homens de Neanderthal que pontificam na vida pública, com espírito vulgar, pesado, desprezível e condenável. Pergunto-me que autoridade eles teem no Brasil de tantos intelectuais ilustres e das grandes figuras políticas do passado.

Sempre me desperta a curiosidade de ver o que pensam e fazem os novos homens de Neanderthal que ocupam o poder no Brasil. Nas suas últimas façanhas vejo quanto lhes falta de senso moral e como se desviam dos princípios da ética. É este comportamento pré-histórico se assistiu no programa da presidente Dilma em redes de rádio e televisão: Mentiu despudoradamente sobre a Copa dos Roubos, coerente com as precedentes manifestações contrárias à verdade do seu partido.

Uma semana antes, tivemos também a investida antediluviana do líder do PT, Vicentinho, contra a cultura, apresentando um projeto que proíbe a importação de livros de procedência estrangeira, impedindo o esclarecimento do povo na tentativa lulo-petista de implantar não apenas a ditadura política que almeja, mas igualmente a ditadura da ignorância.

Assim, temos o incontestável atestado de como são vulgares os homens de Neanderthal que presidem nosso pobre País! Eles nos obrigam, como a elite que somos, a macaquear nas redes sociais contra sua criminosa vulgaridade .

Paul McCartney, Joe Cocker, Eric Clapton & Rod Stewart – All You Need is Love

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Hey Jude – Paul McCartney, Elton John, Eric Clapton, Sting, Phil Collins…

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My Sweet Lord Concert For George

http://youtu.be/elGNl7pmrqQ

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A HISTÓRIA

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Embora sem ser historiador ou tiver a pretensão de sê-lo, enfileiro-me entre os que consideram a História uma ciência. Àquele, se obriga a acompanhar a vida social do homem desde a sua existência, pelo que dizem os estudiosos a mais ou menos 200 mil anos… Mas para mim, de cultura ocidental, o show do movimento histórico e o progresso da humanidade, não vem de tão longe, mas de 4.000 anos antes de Cristo.

O estudo científico projeta que cada época tem a sua própria análise filosófica e, no dizer do filósofo russo Giorgi Plekhanov, não deve se limitar a uma sucessão de fatos, mas saber a razão por que tais fatos se sucederam à sua própria maneira.

Hegel ensina que a filosofia da História é a História considerada como inteligência. Para ele, “Os fatos são tomados tais quais são, e o único pensamento que ela neles introduz é o pensamento de que a razão domina o mundo”.

Eu escrevo apenas o que acompanhei – sendo, como o antigo Repórter Esso, “testemunha ocular” – não adoto o fatalismo dos árabes ou o pensamento cristão, seja católico (Agostinho) ou evangélico (Calvino), de tudo depende da vontade de Deus.

Pretendo mostrar as coisas como são ao meu modo de ver, e o importante papel do indivíduo impondo-se aos acontecimentos. Vou ao exemplo colegial que ensinava na minha adolescência mostrando que se não tivesse ocorrido a Revolução Francesa, Napoleão teria morrido com as divisas de coronel ou talvez de general…

Nesta apreciação sobre a política brasileira, levo em conta de que percebi que as particularidades individuais se impuseram a situações causais. Não tivesse havido uma ruptura democrática com a derrubada de João Goulart em plena “guerra fria”, o general Golbery do Couto e Silva não teria assumido o importante papel que ocupou no regime militar.

E sem Golbery, a existência de Lula da Silva, como indivíduo, não passaria de um pelego sindical do ABC paulista; e que o Partido dos Trabalhadores possivelmente não teria existido. E os 12 anos de poder de Lula e do seu partido não teriam importância se não fosse o famigerado instituto da reeleição imposto por Fernando Henrique Cardoso.

Relembro que a criação do PT, “um novo gênero de partido”, nos deu uma organização política “acima das classes”, como Mussolini adotou ao estabelecer as bases do Partido Nacional Fascista na Itália. E assim, o PT vem se mostrando como uma cópia de papel carbono do mussolinismo.

Como o fascismo, o crescimento e a sustentação do lulo-petismo se devem principalmente à capacidade de modificar sistematicamente suas posições diante das situações difíceis, como ocorreu no caso do Mensalão; e se alicerça na bilionária propaganda de massa promovida pelo governo e pelas empresas estatais.

Enquanto o PT-governo enche de favores banqueiros, empresários e indústria automobilística, o partido recebe contribuições das empresas dependentes de contratos governamentais, principalmente das empreiteiras. E vem dinheiro também da arrecadação do dízimo de mais de 25 mil aparelhados ocupantes de cargos comissionados na administração pública.

Esta gorda “caixinha” fortalece a organização, sustenta uma vasta burocracia e atende à manutenção de agentes provocadores. Isto se viu recentemente com a mobilização de jovens atuando organizadamente nas redes sociais para enfrentar a oposição na internet; esse recrutamento tem as mesmas características dos Fasci Giovanilli di Combatimento, do Partido Nacional Fascista.

À similitude do lulo-petismo com o fascismo italiano, descrita acima, acrescenta-se que, como os fascios faziam com Mussolini, o PT vive à base do egocentrismo de um chefe, Lula, que tem sua personalidade cultuada.

Arriscando-se (acho quase certo) a perder as próximas eleições presidenciais, o lulo-petismo põe as garras de fora, abrindo um caminho para o estado totalitário através do decreto presidencial 8243, furtivamente baixado pela presidente Dilma.

É uma lei de exceção, uma Carta Fascista para substituir a Constituição: Transfere o poder dos representantes eleitos para os farsantes “movimentos sociais”, as gangues dos sindicatos apelegados, MST e derivados, ONGs fajutas e toda espécie de arrumadinhos “caça níqueis” intitulando-se “do povo”.

Este maldito decreto dá ao PT-governo o arbítrio eventual sobre toda sociedade. Torna-o, não um adversário político, mas um inimigo do povo brasileiro, com ilimitado poder totalitário. Permitirá a implantação de uma máquina policial tentacular, como a ditadura militar não teve.

Certamente irá suprimir as liberdades de imprensa, de opinião e reunião, e deixará as cabeças pensantes do País sem condições legais de divergir, obrigando-se a manter subterraneamente a luta pelas liberdades individuais e públicas.

Somos uma Nação que pela origem multi-racial e a consequente formação democrática e liberal, cristalizou uma cultura de resistência passiva. Mas a História está cheia de explosões populares, inúmeros levantes contra as invasões estrangeiras e a dominação colonial portuguesa são o melhor exemplo.

Para evitar isso, uma guerra civil fratricida, será preciso enfrentar uma batalha para que o decreto fascista do lulo-petismo não se imponha. Nas ruas, nas redes sociais, em família, na igreja, no trabalho e no clube.

Martinho da Vila – Pra Quê Dinheiro e Pequeno Burguês

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