Arquivo do mês: maio 2011

Artigo

O vale-tudo do PT-governo para salvar Palocci

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

Outro dia escrevi que acabara a Lua de Mel da presidente Dilma Rousseff com o eleitorado, embora alguns setores da mídia mantivessem a presunção de mudanças para melhor, em relação ao seu antecessor. Agora, parece, jornalistas e jornais estão se reencontrando com a realidade, recortando o perfil da Presidente do marketing, do mito e do faz-de-conta.

A tal ponto isto é uma verdade que o Planalto tomou a iniciativa de chamar o jornalista Franklin Martins, esperto em mídia, amansador de feras e subornador de domadores.

Três vertentes da afloração do desgaste contínuo de Dilma darão muito trabalho ao “bruxo”, mesmo em pleno uso da varinha de condão do poder, que espalha em todas as direções benesses, lucros e sinecuras.

São três frentes de combate. O caso Palocci de dificílima defesa; o ensaio de autonomia da base de apoio ao governo e a presença do “ex” Lula da Silva ensaiando assumir o comando do PT-governo debilitado.

Uma das interfaces do enfraquecimento de Dilma é, indiscutivelmente, a situação criada pela rápida e inexplicada multiplicação do patrimônio de Palocci, que acumulou mais de R$ 20 milhões em menos de quatro anos. O outro motivo foi a derrota acachapante e vergonhosa na votação do Código Florestal, numa assembléia em que teoricamente o governo tem ampla maioria.

O terceiro alvo a ser atingido para salvação de Dilma é o reaparecimento na cena política do seu criador, Lula da Silva, disposto ao jogo rasteiro, com truques sujos de caluniar e atribuir as denúncias de corrupção à oposição, mesmo desvalida como está.

Para salvar a Presidente e a sua administração desses males, não basta emudecer o Ministério Público e imobilizar a Polícia Federal, como faz o ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça; ou ceder nas questões de princípio, escamoteando o kit anti-homofobia do MEC.

Dá ainda menos certo adular detentores de mandatos com dádivas e donativos, porque os parlamentares expostos no balcão de venda das consciências são insaciáveis.

Diante disso, o que fazer? Se realmente Dilma não está apenas reservando a cadeira presidencial para Lula, se tem a personalidade que lhe atribuíram na campanha eleitoral, deve ouvir a voz rouca das ruas. O povo – acima dos partidos – quer explicações concretas sobre o crescimento duvidoso do patrimônio de Palocci.

Pela defesa desusada, a blindagem que comporta o vale-tudo do governo, as suspeitas vão num crescendo que proporcionam uma mutação para o escândalo. Há um ditado que reza “não se pode tapar o sol com uma peneira” e é o que estamos assistindo.

Não adianta a mobilização imperial da Polícia Federal, da Receita e do Conselho de Ética, nem tampouco intervir no Congresso barrando CPIs e esvaziando as comissões ordinárias da Câmara e do Senado.

As medidas de contenção fazem a Presidente refém de um esquema maléfico, submetendo-se a Lula, ao partido e, fatalmente, aos 300 e tantos picaretas do Congresso Nacional.

Para libertar-se, não tem escapatória: pelo raciocínio lógico, se Palocci nada tem a temer e pode comprovar a honestidade da sua evolução patrimonial que o faça. Ele deve mostrar que é íntegro e digno de ocupar o relevante cargo de confiança que ocupa no Governo.

O clamor popular é superior às dissonantes vozes dos governadores puxa-sacos, dos aparelhados ocupantes dos cargos de confiança, dos tentáculos partidários na sociedade civil, CUT, Força Sindical, MST, UNE e a variedade camaleônica de ONGs e similares.

As frações cooptadas pelo PT através de verbas governamentais, não conseguirão impor a “paz de cemitério” tão desejada pelos totalitários. O exemplo está nas Redes Sociais, onde a revolta se irradia penetrando nos corações e mentes dos patriotas.

Não será a farta propaganda governamental e a inconseqüente distribuição de subornos através de bolsas e empregos que engessarão o povo e apagarão o fulgor do espírito nacional.

Caso Palocci

Na primeira crise do governo Dilma… Lula toma rédeas, comanda líderes e dá pito em ministros

Menos de seis meses após deixar o Palácio do Planalto, o ex-presidente Lula atua em Brasília, há dois dias, como se ainda ocupasse o cargo. Ontem, comandou reunião com líderes e presidentes dos partidos aliados, na casa do presidente do Senado, José Sarney, numa espécie de intervenção branca no governo Dilma. Na presença do vice-presidente, Michel Temer, Lula pediu que todos apresentassem as queixas contra o governo, prometendo encaminhá-las e convencer Planalto e ministros a receber parlamentares. Até já repreendeu o chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, de quem cobrou mais atenção à base, justamente num momento em que o governo Dilma enfrenta sua pior crise, com as suspeitas que pesam sobre o aumento do patrimônio do ministro. Lula exigiu dos aliados ajuda a Palocci, mas ouviu muitas reclamações contra o governo. A intervenção de Lula surtiu efeito imediato: hoje, Dilma almoça com a bancada do PT no Senado e, semana que vem, com líderes dos demais partidos aliados. Palocci também procurou parlamentares para marcar jantares.

Denúncia liga caso Palocci a campanha

O PSDB apresentou documentos para levantar suspeitas de que Palocci atuou junto à Receita na liberação de restituição de impostos para a incorporadora WTorre. A empresa foi uma das clientes de Palocci na consultoria Projeto. A empresa recebeu R$ 9,2 milhões em 2010. No mesmo ano, ela doou R$ 2 milhões para a campanha de Dilma, que Palocci coordenava. A Receita divulgou notas para contestar, e numa delas forneceu dados sob sigilo. A WTorre disse que a liberação foi feita pela Justiça.

Primeiras páginas_26.mai.1

O GLOBO – Denúncia liga caso Palocci a campanha

FOLHA DE SÃO PAULO – Governo beneficiou empresa que pagou Palocci, diz PSDB

O ESTADO DE SÃO PAULO – Kit anti-homofobia é suspenso para evitar CPI

CORREIO BRAZILIENSE – Com leucemia, Itamar se afasta do Senado

VALOR ECONÔMICO – Planalto identifica interesse petista em crise

ESTADO DE MINAS – Ficha-suja trabalha como assessor do governador

JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Sob ameaça, Dilma suspende kit gay e segura Palocci

ZERO HORA – Dilma barra kit escolar e repreende ministros

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Ciranda financeira

Bovespa fecha dia praticamente estável e continua com prejuízo no mês

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou esta quarta-feira (25) praticamente estável. O Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) teve leve alta de 0,08%, aos 63.388,44 pontos. Na semana, a Bolsa ganha 1,27%, mas no mês a perda acumulada ainda é de mais de 4%.

O dólar comercial fechou em alta de 0,31%, cotado a R$ 1,629 na venda. No acumulado do mês, a moeda norte-americana tem valorização de 3,56%.

UolEconomia
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Pimenta Neves é preso por ordem do STF, após 11 anos

Assassino confesso da jornalista Sandra Gomide, o também jornalista Pimenta Neves, de 74 anos, foi preso ontem, quase 11 anos após o crime. Depois de conseguir protelar o cumprimento da sentença de prisão com sucessivos recursos à Justiça, o último deles foi julgado improcedente pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A polícia cercou a casa do jornalista, em São Paulo, e ameaçou invadir para prendê-lo, mas Pimenta se rendeu. Como ele tem mais de 70 anos de idade, ainda poderá tentar mais um recurso: cumprir a pena em prisão domiciliar, segundo advogados.

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Câmara aprova novo Código Florestal; anistia racha base

Após sucessivos adiamentos, a Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite, por 410 votos a favor, 63 contra (35 deles do PT) e uma abstenção, o projeto que altera o Código Florestal. Duas emendas polêmicas começaram a ser discutidas em seguida, com a base governista rachada. Um dos destaques é do PMDB, aliado do governo, e prevê anistia para quem desmatou em áreas de preservação até 2008. Sem conseguir unir a base, a presidente Dilma Rousseff disse a oito ex-ministros do Meio Ambiente que vetará a emenda do PMDB, caso aprovada. Outros vetos também são cogitados, caso o governo não consiga mudar o texto no Senado.

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Primeiras páginas_25.mai.11

O GLOBO – Câmara aprova novo Código Florestal; anistia racha base

FOLHA DE SÃO PAULO – Novo Código Florestal é aprovado na Câmara

O ESTADO DE SÃO PAULO – Caso Palocci põe Lula à frente da articulação política

CORREIO BRAZILIENSE – Ruralistas vencem governo e aprovam código

VALOR ECONÔMICO – Câmara aprova Código Florestal e irrita Dilma

ESTADO DE MINAS – Reajuste de planos de Saúde deve chegar a 6,6% este mês

JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Aliados desafiam Dilma e aprovam o Código Florestal

ZERO HORA – Código Florestal passa na Câmara mas emenda impõe derrota a Dilma

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Artigo

Vários crimes se cometem contra o Brasil

MIRANDA SÁ (email: mirandasa@uol.com.br)

Terça-feira, 23 de maio, a Rede Social assistiu milhares de usuários das ferramentas da Web hostilizando a falta de explicação de Palocci sobre a rapidez do seu enriquecimento, que acumulou mais de R$ 20 milhões em menos de quatro anos.

Do outro lado, a 24 de maio, quarta-feira, os jornais ou se omitiram (o Correio Braziliense sequer reportou protestos nas casas do Congresso) ou se encheram de opiniões em defesa do Chefe da Casa Civil.

Anteriormente, as defesas que surgiram comprometiam mais do que livravam. Jáder Barbalho, José Dirceu, Maluf, Michel Temer, Renan Calheiros, Romero Jucá e Sarney sujam qualquer biografia registrando um elogio…

Mas depois do volume de protesto dos internautas, vieram personalidades defender a evolução patrimonial zás – traz. Em certas épocas pareciam confiáveis, como José Eduardo Cardozo, atual ministro da Justiça, Sepúlveda Pertence, presidente do Conselho de Ética, governadores, cinco do PT e outros sabujos de guichês partidários.

Em cima do muro (como foi costume tucano) ficou Roberto Gurgel, procurador da República, não dizendo que sim nem que não, primeiro comentando que nada havia para apurar e depois encaminhando perguntas a Palocci.

Houve figuras públicas que se manifestaram em favor da investigação. Ophir Cavalcanti, presidente da OAB, e parlamentares não somente da oposição, mas também do PMDB e do PP.

A base petista, que ganhou eleições e se locupletou no poder à custa de denúncias de corrupção e exigência da ética e moralidade públicas, considera Palocci inocente, argumentando que a “democracia social lulo-petista” garante a todos “subirem na vida”.

Este quadro tem, porém, uma pincelada discrepante até agora: o silêncio de Dilma. (*) Talvez ela medite sobre o pedido de milhares de tuiteiros na tag #DilmaDemitaPalocci e outras. Ela precisa pensar mais e falar menos, pelo menos neste caso.

A Presidente não pode esquecer a maldição da Casa Civil, enlameada por Zé Dirceu e o próprio Antonio Palocci na Era Lula; e, se estudou dialética – como fala a sua biografia – deve meditar sobre o próprio erro quando escolheu Erenice Guerra para botar lá, fazendo-a seu braço direito.

Este é o apanhado sinótico, reduzindo em algumas linhas um fato. Certamente há algo de podre na sede da República e os abutres já sobrevoam por lá anunciando isto. A extravagante consultoria Projeto, de Palocci, que amontoou tanta riqueza em tão pouco tempo, está sob suspeita.

Quando se põe algo ou alguém sob suspeição não se atesta um crime, e neste caso específico não seria “um crime”, mas vários crimes pela ótica da responsabilidade social.

Usar de um cargo público para dar informações privilegiadas, ou facilitar negócios, ou se colocar a serviço de interesses privados, representam uma falta de responsabilidade social da parte de quem pratica isso e também de quem se aproveita disso. Só aí temos várias páginas do Código Penal rasgadas.

É por isso que o caso Palocci não pode ser tratado como uma “questão política”. É uma coisa que exige explicações e não discursos pré-moldados destinados aos ocupantes do poder e seus asseclas.

Palocci garante nada ter feito de ilegal e contra a ética. Quem toma conhecimento do fato sente que essa fala é insuficiente para esclarecer a aritmética da acumulação de riqueza. E no limbo das dúvidas, desconfianças e incertezas, nas conversas de pé-de-ouvido fala-se de “fogo amigo”.

Se isso tem fundo de verdade, está aí o perigo que a presidente Dilma enfrenta, principalmente face ao jogo petista na CCJ da Câmara, defendendo uma PEC que impede Michel Temer assumir a Presidência em caso de vacância…

(*) Até o momento em que escrevo este artigo

Primeiras páginas_24.mai.11

O GLOBO – Principal assessor de Palocci mantém consultoria privada

FOLHA DE SÃO PAULO – Petistas saem em apoio a Palocci para esfriar crise

O ESTADO DE SÃO PAULO – MP liga amigo de Lula a ‘mensalinho’ em Campinas

CORREIO BRAZILIENSE – Dívida pública vai a R$ 1,7 tri

VALOR ECONÔMICO – Planalto aposta que explicações de Palocci darão fim à crise política

ESTADO DE MINAS – Café da manhã custa mais caro em casa e na rua

JORNAL DO COMMERCIO (PE) – Senadores pedem a renúncia de Palocci

ZERO HORA – Senadores gaúchos pedem explicações sobre Palocci

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Ciranda financeira

Bolsa cai 0,4% e vai ao menor nível em dez meses; dólar sobe  1,05%

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em baixa nesta segunda-feira (23). O Ibovespa (principal índice da Bolsa paulista) perdeu 0,4%, aos 62.345,18 pontos. É a menor pontuação desde 16 de julho de 2010 (62.339,27). Com o resultado o prejuízo acumulado no ano passa de 10%. Em Wall Street, o índice Dow Jones, o principal dos Estados Unidos, caiu 1,05%.

O dólar comercial fechou em alta de 1,05% , cotado a R$ 1,632 na venda. Com isso, a moeda norte-americana tem a maior valorização desde o dia 5 de maio (quando subiu 1,25%).

UolEconomia
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