Arquivo do mês: junho 2007

FRASE DA VEZ

“Não se pode exigir do brasileiro orgulho para com o seu país se o Legislativo é legislador de causas próprias, o Executivo é executor de salvaguardas para indecências e o Judiciário é percebido como julgador sem eficiência”. Dora Kramer

Silvinho é inocente até prova em contrário

Corria antigamente em Guarabira, Paraíba, a anedota de um cara que furtou um porco e saiu correndo levando o animal nos ombros; pego pela polícia jurou que não havia roubado o mamífero da família dos artiodátilos. O policial perguntou então o que ele fazia com o bicho nas costas; o meliante, mostrando surpresa, gritou: “tirem este bicho daí!”. A coisa se repetiu com Silvinho, ex-secretário geral do Partido dos Trabalhadores que apareceu com o Land-Rover e não soube explicar como ele foi emplacado em seu nome.

Aproveitando-se do prestígio que tem naturalmente no PT-governo, Silvinho intermediou umas lorotas da empreiteira GDK com empresas estatais e fez jus àquela lembrancinha. Denunciado pela mídia elitista e conspiradora de golpes da elite, Silvinho sumiu de cena. Reaparece agora nas páginas malévolas das revistas más como titular de uma empresa de eventos de nome DNP, associado com a mulher e um irmão. Como ele é inocente até prova em contrário, conseguiu um contrato com uma fornecedora da Petrobrás, a mesma Petrobrás onde intermediava contratos para a empreiteira GDK. E está faturando uma nota preta.

  • Comentários desativados em Silvinho é inocente até prova em contrário

Aqui jaz o NoMínimo

Com este aviso fúnebre, os responsáveis pela valiosa passagem de NoMínimo entre os letrados brasileiros anunciaram o seu fim. É de lamentar que um órgão de imprensa, adaptado à contemporaneidade e apresentando na magnitude a expressão do pensamento independente deste país, encerre a sua tarefa de informar e analisar os acontecimentos que precisam ser levados à reflexão pela sociedade. Em vez de pêsames, o nosso “até breve!”.

Aqui jaz o NoMínimo

Editores, blogueiros, colunistas, funcionários, colaboradores assíduos ou ocasionais, enfim, todos os nomes abaixo relacionados que ajudaram a criar o site de jornalistas mais querido do Brasil comunicam sua morte súbita neste 29 de junho de 2007, vítima de inanição financeira decorrente do desinteresse quase geral de patrocinadores e anunciantes em sua sobrevida na web. NoMínimo deixa órfãos cerca de 150 mil assinantes entre os mais de 3 milhões de visitantes que, em média, se habituaram a passar por aqui todo mês nos últimos 5 anos. Seus realizadores também sentem muito o triste fim desse espaço livre, democrático e criativo de trabalho, mas se despedem com a sensação de dever cumprido com o jornalismo e a camaradagem que nos une. Foi bom, foi muito bom enquanto durou. Quantos no país têm a oportunidade de tocar seus próprios projetos com prazer, independência e alegria? Aos leitores, nossas desculpas pela falta de talento empreendedor, o que talvez pudesse transformar o site num bom negócio financeiro. Fica para a próxima. Até breve.

  • Comentários desativados em Aqui jaz o NoMínimo

Movimento entre os parlamentares para afastar Renan

O Presidente da Câmara Federal, Arlindo Chinaglia, reconhece que existem manifestações de que Renan Calheiros não deva presidir a sessão do Congresso Nacional que tratará da Lei das Diretrizes Orçamentárias – LDO. “Alguns deputados se manifestaram nesse sentido” disse Chinaglia em entrevista prestada na tarde de ontem em Guarujá, na Baixada Santista.

Ressaltou, porém, o Deputado petista, que cabe regimentalmente ao presidente do Senado Federal, decidir se vai ou não presidir a sessão. Não me sinto autorizado, nem pelo Regimento nem pela minha consciência a fazer algum tipo de ponderação a Renan, e explicou: “Acaba tendo uma dimensão política: se ele vai é uma atitude, se ele não vai é outra atitude”.

Mais parecendo mineiro, o paulista Chinaglia enrolou a língua quando os repórteres lhe perguntaram a respeito das denúncias que pesam contra Renan Calheiros, dizendo que “esse é um assunto interno do Senado” e prefere aguardar o desfecho do trabalho no Conselho de Ética para se pronunciar.

  • Comentários desativados em Movimento entre os parlamentares para afastar Renan

Ratos roem nosso dinheiro: CPMF poderá ser permanente

A CPMF foi criada por Adib Jatene para atender à Assistência Médica; a taxa seria emergencial como contribuição da cidadania para cobrir despesas imediatas, recuperando a situação financeira do Ministério da Saúde. De 10 anos para cá se transformou em “imposto da governabilidade”, deixando a assistência médica de lado para reforçar a caixa do governo sendo usada livremente, descontada sua destinação constitucional, como as contribuições da seguridade social. Somente no ano passado, o PT-governo dispôs, graças à CPMF, R$ 80 bilhões para movimentar à vontade.

Apesar de ter sido instituída em caráter provisório, a contribuição vem sendo prorrogada a cada quatro anos pelo Congresso Nacional. Como a última prorrogação foi em 2003, sua validade acaba no final deste ano. Como se trata de uma contribuição, a Constituição estabelece que sua aprovação pelo Congresso deva ocorrer três meses antes do fim do ano, para que entre em vigor a 1º de janeiro. Então ela deve entrar em pauta e ser votada até 30 de setembro, o que exige das lideranças partidárias um acordo político para sua aprovação.

Eis que aparece um deputado fluminense, Eduardo Cunha (PMDB), relator da emenda constitucional que prorroga até dezembro de 2011 a CPMF e a Desvinculação de Receitas da União, DRU, acatando uma emenda proposta pelo deputado mineiro Carlos Willian (PTC) para transformar a contribuição em imposto. Carlos Willian deve ser um pau mandado do Ministério da Fazenda, porque não passa pela cabeça da cidadania a criação de um novo imposto. Felizmente o Relator tremeu nas bases e já informou que vai submeter as emendas ao partido antes de tomar uma decisão: “Na terça-feira terei uma reunião com a bancada do PMDB, antes de entregar o relatório na Comissão de Constituição e Justiça”, declarou à imprensa.

  • Comentários desativados em Ratos roem nosso dinheiro: CPMF poderá ser permanente

PF e MP reagem contra às críticas de Lula da Silva

Na solenidade que reempossou o Procurador-Geral da República, Antonio Fernando de Souza, o discurso de Lula da Silva não poderia ser pior. Referiu-se, embora com alusões genéricas, à crise no Conselho de Ética do Senado, defendendo o seu parceiro Renan Calheiros. Chegou a ser ridículo na ocasião quando se dirigindo ao chefe do Ministério Público Federal chamou-o de “meu caro” – abandonando as formalidades – e fez críticas infundadas à Polícia Federal e ao Ministério Público, atribuindo a essas instituições o prelevantamento da execração pública de acusados antes do julgamento.

As injustas referências produziram fortes reações entre delegados e procuradores da República. O presidente do Sindicato dos Delegados da PF em São Paulo, Amaury Portugal, repeliu as insinuações declarando que “o Presidente não deve censurar a PF e o Ministério Público para manifestar seu apoio ao senador Renan Calheiros, aliás, ele deveria se colocar acima destas questões”. Portugal acrescentou que “o Presidente deveria ter se preocupado também com o delegado Edmilson Bruno, que, em setembro de 2006, prendeu um grupo ligado ao PT com R$ 1,7 milhão no caso “dossiê Vedoin” e foi execrado pelo governo e pelo PT, e ainda punido pela administração.

O presidente da Associação Nacional dos Delegados Federais, Sandro Avelar, afirmou: “Não há excessos da PF, as operações que realizamos têm respaldo em decisões judiciais, que autorizam interceptações, buscas e prisões. A PF deveria merecer reconhecimento do governo e não seu descrédito. O Presidente foi infeliz.” O caso é que quando uma personalidade política é investigada fala-se sobre a necessidade de respeitar as prerrogativas e lembrar o respeito às garantias individuais; quando é um ladrão de galinhas, o julgamento, por falta de advogado de defesa, é sumário. Por isso as penitenciárias estão abarrotas de desamparados e Lula da Silva não levanta a voz para pedir uma tramitação policial e processual corretas. O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcos Vinício Wink, foi enfático: “quem pratica falcatrua e corrupção deve estar preparado para o risco da prisão e da exposição, é um risco assumido”.

  • Comentários desativados em PF e MP reagem contra às críticas de Lula da Silva

“Dando a mão à palmatória” Artigo de Carlos Chagas

Trazemos à amigas e amigos, que para minha alegria acessam este Blog, a presença do excelente profissional e meu amigo Carlos Chagas, como o articulista do dia com texto publicado na Tribuna de Imprensa de hoje:

“Durante os últimos trinta anos, período em que nos mudamos para o Planalto Central, temos protestado diante da má vontade para com Brasília por parte de paulistas, cariocas, mineiros e cidadãos originários dos demais estados. Uns por ingenuidade, outros por maldade, jornalistas, empresários e gente das mais diversas categorias vem acusando Brasília como foco permanente da corrupção, da roubalheira, das lambanças, dos mensalões, sanguessugas e outros horrores praticados contra os cofres públicos.
Chegou-se a falar nos “ratos de Brasília”, como se esses roedores fossem daqui, tivessem nascido aqui, como se aqui fosse o antro maior da bandidagem, apesar de os parlamentares eleitos por Brasília, poucos, aliás, não se encontrassem ligados às bandalheiras organizadas.
Protestamos, reagimos e não nos arrependemos, porque os ratos vinham de fora. Dormiam aqui de terça a quinta-feira, mas praticavam seus crimes baseados em situações criadas nos seus estados.
Hoje, se não dar mão à palmatória, vamos reconhecer que o quadro mudou. Brasília acabou contaminada. Já há ladrões sediados aqui. Primeiro foi o senador Luis Estevão, que acabou cassado por ser sócio do Nicolau Lalau, aquele da construção fajuta da sede do Tribunal Superior do Trabalho de São Paulo. A cortina continuou sendo aberta por deputados federais, distritais, etc.
Agora, por Joaquim Roriz, senador e quatro vezes governador de Brasília, flagrado na divisão pouco clara de R$ 2 milhões. Está sendo acusado de meter a mão em dinheiro que não explica, gerado por empresários por ele favorecidos e por técnicos que nomeou, até para a presidência do Banco Regional de Brasília. É uma pena, mas os fatos comprovam que a corrupção também atingiu Brasília. Existem ratos brasilienses”.

  • Comentários desativados em “Dando a mão à palmatória” Artigo de Carlos Chagas

Pelos Jornais

Diário de Natal: Nova taxa para recadastrar arma pode gerar reembolso

Estado de São Paulo: Londres desarma ataques do terror

Correio Brasiliense: Isabela, 14 anos. Um crime bárbaro, três suspeitos

Folha de São Paulo: Polícia de Londres diz ter encontrado dois carros-bomba

O Globo: PM fica de prontidão para impedir represália do tráfico

JH1ªEdição: América pronto para enfrentar o Goiás

Tribuna do Norte: Carne de origem duvidosa abastece mercado natalense

Valor: Volatilidade dos mercados põe um freio nas captações

STF se pronuncia quanto ao caso Quintanilha

Com as luzes da mídia em cima do novo Presidente do Conselho de Ética do Senado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), o STF se deu conta de que dormia em berço esplêndido há quatro anos e meio, um inquérito onde é acusado de uso de verbas públicas para uso “indevido”, o indevido pode ser lido ao bel-prazer do leitor.

O relator do processo, ministro Cezar Peluso, aproveitando da notoriedade de Quintanilha colocou para fora da gaveta o referido processo e já o encaminhou para o recém empossado procurador-geral da República, Antônio Fernandes de Souza.

Será mais um Presidente do Conselho de Ética afastado? E por corrupção? Acreditem se quiser!!!

  • Comentários desativados em STF se pronuncia quanto ao caso Quintanilha

Olhaí, amado leitor, preste bem atenção:

Além de incompetentes, prepotentes e corruptos, pelas explicações que dão quando acuados, eles ainda acham que você é débil mental!

Millôr Fernandes

  • Comentários desativados em Olhaí, amado leitor, preste bem atenção: