Lula recebeu o governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio, ferido de morte, para uma reunião. É papo de arrepiar Delúbio.
Sobre o que os dois conversaram? As assessorias informam que não houve tema específico, muito menos a renúncia do governador. Conversa de rotina. Nunca se viu uma rotina tão escabrosa.
Autoridades conversam a portas fechadas sobre o que bem entenderem. Mas dependendo das circunstâncias, fica esquisito se não contarem de um jeito convincente o que se passou ali.
O vice de um governador que está preso, sendo um empresário influente na capital da República, balançando entre o cai-não cai, envolvido em denúncias e sangrando em público, é recebido em ano eleitoral por um presidente que só faz montar palanques para sua candidata.
Que papo é esse? Por que Lula topou esse encontro? Por que não botou mais gente na sala, para descaracterizar o conchavo?
Essa campanha eleitoral vai ser animada. Como diriam os investigadores do Watergate: sigam o dinheiro. Com o fim dos esquemas tradicionais de levantamento de fundos do PT, as tetas estão mais dissimuladas, mas sempre deixam um rabinho de fora.
O esquema da Petrobras, por exemplo, está bombando, como se diz. É claro que a CPI de mentira nem arranhou a rede de convênios e favores políticos em torno da estatal – até a Fundação Sarney se safou –, mas nunca na história deste país se viu a potência petrolífera receber tanto dinheiro público na veia.
Primeiro foi a Caixa Econômica, depois uma provisão do BNDES, agora um projeto de lei no Congresso para “capitalização” da pobre empresa. Tudo na casa das dezenas de bilhões de reais. O estatismo é uma festa.
A dinheirama que está escorrendo para o Plano Dilma é algo formidável. Se ela ganhar as eleições, então, com tantas tetas institucionalizadas, ser governo no Brasil será um negócio da China. Ser amigo dele também.
Dá para imaginar o que tanto se conversa nas ruínas políticas do Distrito Federal.
Guilherme Fiúza, jornalista
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