Falta de entendimento entre os atuais líderes mundiais, conflitos regionais, intolerância religiosa, racismo, violência e até ameaças de uma guerra mundial são sintomas geopolíticos do fanatismo, uma espécie de revolta contra algo que faltou às pessoas que o vivem.
Esta praga que grassa em todos os quadrantes do planeta se manifesta em indivíduos e na sua pior versão, em organizações religiosas ou políticas. Quando se trata de pessoa, não pode ser considerado um distúrbio mental; mas quando se relaciona com um grupo ou movimento, deve ser visto sempre como uma patologia.
O “Fanatismo”, dicionarizado, é um substantivo masculino abrangente, que reflete a adesão cega a um sistema doutrinário ou ideológico, indo da dedicação religiosa obsessiva à cegueira política e ao facciosismo partidário.
A palavra fanatismo vem do francês “fanatisme” que, por sua vez deriva do latim ‘fanaticus’, que tinha inicialmente o significado «aquele que se diz inspirado pelos deuses”, era atribuído aos sacerdotes guardiões do “fanus” – templo ou lugar sagrado.
A designação foi se modificando através do tempo chegando-nos como adoração, cegueira ou mania a alguém ou alguma coisa, apresentando-se como um estado psicológico de fervor excessivo, irracional e persistente.
É claro que o exemplo não é o do torcedor que ama o clube, ir aos jogos, gritar, cantar e vibrar nos estádios; nem do eleitor que defende o seu partido, seu candidato, divulgando e fazendo propaganda. Fanáticos entre eles, são exceções…
O aspecto doentio está em transformar o clube ou o partido numa seita extremista e intransigente, que cria preconceitos e leva à intolerância. A História da Humanidade registra isto em várias épocas, e ainda hoje, doutrinas religiosas e políticas geraram, justificaram, e geram e justificam o fanatismo…
Racista obcecado, Hitler comandou o que chamou de “limpeza étnica” na Europa, sacrificando ciganos, judeus e eslavos; e Stálin levado pelo pavor de ser assassinado, prendeu, torturou e matou médicos, como fizera uma década antes com os militares que serviram sob o comando de Trotsky…
O cinema nos traz o fanatismo como tema, como no documentário de Alan Resnais “Noite e Neblina”, sobre o Holocausto, e o filme “A onda” que recomendamos em artigo anterior, mostrando a facilidade de fanatizar a juventude.
O fanatismo é filho bastardo do fascismo, com o nome de populismo; nasce da fraqueza de pessoas necessitadas de se sentir valorizadas e amparadas no meio em que vivem; por isso, é um fim em si mesmo, algemas que prendem os medíocres.
Como decorrência direta do populismo, o fanatismo se incorpora no culto à personalidade do líder, nas legendas, nas cores e símbolos… Apoia-se em discursos demagógicos e nas ideologias em decomposição que impõem o espírito de seita.
Por sua vez, o populismo é historicamente associado ao esquerdismo do século 21, e não há exemplo melhor do que o enfermiço fanatismo lulopetista. Só assim se explica que pessoas de nível universitário, aparentemente normais, adorem Lula da Silva, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, mitificando-o como “preso político”.
As manifestações esquizofrênicas que alienam as pessoas de decisões próprias, leva esses fissurados a justificar o roubo dos hierarcas petistas e os eleja como “heróis”. Lembram-nos o filósofo Diderot que escreveu: “do fanatismo à barbárie não há mais do que um passo”.
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