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NEGAÇÃO

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

“A História é testemunha do passado, luz da verdade, vida da memória, mestra da vida, anunciadora dos tempos antigos.”
(Cícero)

O pensador alemão Hegel introduziu na filosofia o termo “negação”, combinando a dialética dos gregos antigos com a metafísica. Aristóteles, Heráclito, Platão, Sócrates e Zenon adotaram nas suas buscas pela verdade a “dialektiké”, palavra que quer dizer “arte do diálogo”.

Na verdade, trata-se de um método de análise que aplica a contradição da tese e da antítese para obter a síntese. Entre os velhos filósofos, foi Heráclito que melhor definiu a dialética; enunciou: Não se pode entrar duas vezes no mesmo rio; saiu e voltou, o fluxo mudou e você não é o mesmo.

A negação hegeliana entrou na dialética aplicada na Ciência do Direito, na História e na Sociologia, propondo na composição dialética a eliminação e a destruição do velho. Deleta o passado (o velho) pela realidade presente (o novo).

Os materialistas contemporâneos de Hegel discordaram deste ponto de vista defendendo a tese de que a História é o resgate da cultura da sociedade, do seu povo, de determinada região e época vivida, e que não se pode considerar uma negação que torna o passado inútil.

Assim surgiu o materialismo histórico, aplicando a “negação da negação”, como novo método de análise, como se vê na matemática em que duas negações se tornam afirmações. Lembremos que menos mais menos dá mais: -1 + (-1) = -2. Também na lingüística, na fala do dia a dia, principalmente no Nordeste e no Norte do País, o “não vi, não” é uma negação. Quer dizer que não viu.

Tive um cunhado gaúcho, já morto, que quando nos visitava no Rio Grande do Norte ficava revoltado quando fazia uma pergunta e o interlocutor dizia “não tem, não” ou “não está não”. Então tem, está, dizia…

Os dicionários, tratando da negação, registram: Do latim, “negatione”, substantivo feminino. Falta de vocação ou de aptidão. Para onde levam os alfarrábios? Para a política. Não é difícil responder que temos diante de nós o retrato de corpo inteiro da falta de vocação e aptidão no PT-governo, personificado por Dilma.

Há um exemplo maior do que as promessas vãs do lulo-petismo no poder? Eles mentem tanto que crêem na própria mentira, criando um mundo imaginário, o “País das Maravilhas” de Dilma, cujo antecessor e criador, Lula da Silva, já sofria dessa esquizofrenia, o distúrbio mental que leva à perda de contato com a realidade.

Lula carrega esta psicopatia zumbindo nos seus ouvidos com o compromisso de realizar a transposição do Rio São Francisco. Lembro-me que o Pelegão insensível, repetiu pela terceira vez a promessa, dizendo que a obra seria “inaugurada definitivamente em 2012, a não ser que acontecesse um dilúvio”.

2012 se passou e o que ficou foi a sua Xerox esquizotípica, mãe de outros engodos, os PACs 1 e 2, e agora um temporão, o PIL… Deste último não dá o que falar, só rir de mais uma fantasia…

Os PACs foram abortos provocados pelo marketing. Uma artimanha pré-eleitoral para escarnecer do povão ignorante e armar seus aliados de argumentos… A boa fé dos eleitores engoliu essa pílula duas vezes e o cinismo dos lulo-petistas vangloriou-se.

O PAC 1 foi audacioso. Prometeu reduzir o baixíssimo índice de infraestrutura, construir estradas e modernizar portos e aeroportos. Refletiu ilusórias obras públicas, hospitais, escolas, habitações populares e máquinas accessíveis aos empreendedores.

Os PACs foram mentirosos. Taxas de investimento do programa baixaram de ano para ano em relação ao PIB; e o valor investido em rodovias e ferrovias caiu consideravelmente. Os aeroportos andaram um pouco melhor graças às “concessões”. mas os demais itens atrasaram.

Nem falaremos da Ferrovia Norte-Sul; o exemplo miniaturizado é a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, do cerrado baiano a Ilhéus, que deveria já ter sido inaugurada há tempos, e nada. Recebeu imensos recursos que “sumiram”. Somam-se à inconclusão da obra, graves irregularidades apontadas pelo TCU.

A onda de atrasos nos PACs de Dilma é do mesmo mar de irresponsabilidade da marolinha econômica de Lula… E para alegria dos brasileiros resistentes à incompetência e à corrupção, todo mundo está vendo isto e não somente a cidadania esclarecida.

A Nação está tão consciente dos males que o PT nos traz, que o governo suspendeu as pesquisas de opinião ao constatar que a popularidade da Presidente caía mês a mês. Na última divulgada, de março, com 2002 pessoas ouvidas em 142 municípios, a desaprovação atingiu 78%. Há uma exclusiva do PT-governo, “secreta”, que foi pior: apenas 7% aprovam Dilma.

… E nada mais foi perguntado à História, que registrou a negação do povo brasileiro à falta de vocação e aptidão da falsa Gerentona…

Miranda Sá

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