Relacionei-me no Twitter e venho acompanhando o professor Magno Holanda, escritor e psicopedagogo. Fui atraído pela exigência dele para que as mensagens na rede social que se refiram às pessoas e instituições tragam os seus nomes, para atestar a fonte da informação.
Principalmente os comentários e as críticas devem ser assumidos pelo autor; isto é fundamental para se evitar fraudes, agora batizadas pelo estrangeirismo “fake news”. Como venho de longe, do tempo do Orkut, e um dos pioneiros do Twitter, sou até mais exigente: acho que as contas devem ser abertas e usadas com o nome próprio do responsável.
Seria uma forma de evitar a participação nas redes sociais do pior tipo dos indivíduos, o caluniador e o difamador que se escondem no anonimato.
A fraude é criminosa. Está no artigo 171 do Código Penal: “Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Soma-se ao crime o aspecto humano: é uma ferramenta a serviço do mal. “Fraude”, como verbete dicionarizado é um substantivo feminino de origem latina, “fraus,dis”, vindo de “frustari”, significando a ação de lograr, iludir, enganar, fazer errar”.
O ato delituoso para enganar alguém está sempre presente na politicalha…. Campeia livre, leve e solto entre os picaretas do Congresso; ali se assiste ardis de toda ordem, os “jabutis” postos nos galhos de projetos bem-intencionados, falsificação de documentos e “contrabando ideológico” para justificar traições ao eleitorado.
Este mal está em desarmonia pelo mundo todo, com uma riquíssima sinonímia (só na gíria de traficantes e milicianos encontrei mais de trinta), e na terminologia policial outros tantos. Nos dicionários, garimpa-se falcatrua, farsa, burla, dolo, embuste, golpe, intrujice, logro, ludibrio, tramoia, trampolinagem, trapaça e trapalhada…
Neste momento que atravessamos, ecoa retumbante no cenário mundial a tentativa de fraude nos Estados Unidos urdida pelo presidente Donald Trump; foram criminosos os seus áudios divulgados pelo The Washington Post, pressionando o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a “achar” votos com os quais pudesse mudar o resultado eleitoral.
O delito cometido é tão flagrante que, segundo o famoso jornalista Carl Bernstein, o caso supera o Watergate que culminou na queda de Richard Nixon; Bernstein acha que os áudios são provas “suficientes’ para o impeachment.
O “esperneio” desesperado com a derrota eleitoral culminou na ação estimulada pelo louco que ainda ocupa a Casa Branca para que seus seguidores fossem protestar em Washington, o que terminou com a invasão e depredação do Congresso americano.
Assim, a quarta-feira, seis de janeiro de 2021, foi um dia que abalou o mundo, ofuscando a visão dos que viam nos Estados Unidos o baluarte da Democracia com Trump e os seus comparsas empunhando as bandeiras da Confederação, símbolo da volta ao passado escravagista.
O triste para nós é que a insanidade extremista nos EUA deixa sequelas colonialistas no Brasil, com as viúvas bolsotrumpistas chorosas e inconformadas por receberem como herança histórica a lição de que não é fácil a reeleição de um presidente cujo governo não corresponde aos anseios nacionais. A onda negacionista levantada por Trump (que alcançou nas praias brasileiras o presidente Jair Bolsonaro), foi uma das razões do descontentamento popular.
Na pandemia do novo coronavírus assistimos muitos enganos, muitos equívocos, atitudes pouco recomendáveis; mas nada como a repercussão lamentável e desastrosa do tsunami do negacionismo. Nos Estados Unidos e no Brasil, o exemplo de Trump e Bolsonaro é a responsabilidade pelos 360 mil óbitos na América e 200 mil mortes no Brasil. Um genocídio.
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