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De volta ao passado

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br )

Vemos o Brasil de volta ao passado, obedecendo a uma legítima definição e sentido de ‘voltar’, dicionarizado como verbo transitivo circunstancial, fixando a definição de regressar, retornar e ir e vir pela segunda vez.

Para analisar o lulo-petismo, ou melhor, o PT-governo, encontramos também nos alfarrábios para a acepção ‘voltar’, voltear, girar e rodopiar, na dança louca da falsidade ideológica, mentiras, fraudes e imposturas.

Analisemos o governo da presidente Dilma e aí já encontramos uma volta ao passado próximo, porque ela fala pelo ex-presidente Lula.

Na economia, temos um exemplo do recuo que a incompetência dos doze anos de governo do PT nos levou, esfacelando o programa de estabilização que Itamar Franco criou em 1993 e entrou na História como Plano Real.

Reunida pelo ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, uma equipe de notáveis economistas assumiu a audácia em aplicar uma medida de troca da moeda, a URV, como reserva de valor, nascendo daí o Real.

O objetivo principal foi controlar a inflação e baixar as taxas de juros para favorecer o desenvolvimento econômico e atrair investimentos estrangeiros diretos. Vinte anos depois assistimos a volta da inflação no bolso da gente, embora maquiada pelo ministro Mantega para apresentar menor valor.

Segundo o IBGE, no ano passado o IPCA fechou com alta acumulada de 5,91%, atingindo no setor de alimentação e bebidas 8,48%, e nas despesas pessoais variação de 8,39%. Nas contas externas, tivemos um recorde negativo com um déficit de US$ 11,35 bilhões, número altamente preocupante na balança de pagamentos.

Atingindo o povão, temos um regresso ao Plano Collor, com ameaças meio mascaradas à Caderneta de Poupança e intervenções ensaiadas pela Caixa Econômica…

No campo político, recua-se aquém da Revolução de 30, re-implantando o voto de cabresto nos currais eleitorais do Bolsa Família, que o ideólogo petista José Dirceu confessou representar 40 milhões de eleitores. Não bastasse o risco da insegura urna eletrônica – ameaça real de fraude nas próximas eleições – vê-se o ressurgimento dos coronéis cabos-eleitorais com o controle da distribuição das benesses pelos ‘companheiros do partido’.

Também se repete o desemprego, desmentindo com números do próprio governo a propaganda massiva e bilionária. Vê-se a desaceleração crescente da oferta de empregos formais, com o pífio percentual de 0,07% em janeiro deste ano.

Uma pesquisa do IBGE mostra que o emprego caiu em quase todos os setores pesquisados, com redução de 3,0% na indústria, 2,9% nos serviços domésticos, 0,5% no comércio e 0,8% nos serviços empresariais.

A Nação assiste também os rodopios do fantasma que rondava o País antes da Constituição de 1988. Os princípios republicanos estão ameaçados com o Legislativo submetido ao Executivo, e tentativas de desmoralizar o Judiciário após o julgamento da Ação Penal 470 e a prisão dos quadrilheiros do Mensalão.

Comprando congressistas e intimidando ministros do STF pela revisão das penas dos mensaleiros, o PT inicia um processo para levar-nos a uma ditadura narco-populista, como na perturbada Venezuela.

Traz-nos ainda uma réplica da censura que abominamos no regime militar, não somente comprando com verbas publicitárias empresas de Comunicação, como propondo uma legislação severa contra a livre expressão do pensamento.

O lulo-petismo não se satisfaz em ter sob controle as Organizações Globo, Grupo Folha e Grupo Estado; destina verbas públicas para manter agitadores na Internet pelas Redes Sociais, os chamados MAVs. E, não satisfeitos com os mercenários, agora investe na regulação da mídia com o famigerado Marco Civil.

Assim, o Brasil que podia acelerar uma radiosa marcha para o futuro, está de volta ao passado…

Miranda Sá

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