A jornalista Laura Greenhalgh, editora executiva do Estadão, nos ofereceu uma curiosa e didática entrevista que fez com o fundador e primeiro diretor do El País, Juan Luis Cebrián. Dirigindo um dos mais importantes diários espanhóis e simpático ao novo socialismo europeu, Cebrián mostra que está antenado com o jornalismo atual.
O entrevistado expõe com clareza a crise que cai sobre os meios tradicionais de comunicação, apontando a Internet como causa primeira das graves circunstâncias que os jornalistas temos enfrentado. Para ele, “a Internet é um fenômeno de desintermediação”, isto é, os leitores de jornais, através da rede virtual, assumem o autocontrole da informação.
Esta análise o leva inevitavelmente a perguntar-se: “E que futuro aguarda os meios de comunicação, assim como os partidos políticos e os sindicatos, num mundo desintermediado?”.
Creio que os profissionais e, principalmente os professores de jornalismo devem refletir sobre isso, buscando uma ponte que possibilite a passagem entre o presente e o futuro do jornalismo autêntico, de comunicação límpida e accessível a todos os leitores.
Além desta indispensável qualidade técnica, a notícia – em minha opinião – deve trazer inserida no seu contexto a ética profissional e o compromisso com a verdade. Além disso, precisa oferecer serviços que não estão ao alcance da massa, como a investigação dos fatos com profundidade e a permanente fiscalização da administração pública.
É evidente que os jornais, como empresa, e os jornalistas, como profissionais, precisam se preparar com apuro para a batalha de reconquista do universo leitoral. E não basta a sedução do leitor(a), mas, acima de tudo, obtenção da sua confiança e fidelidade.
Temos como exemplo a experiência dos blogs e do twitter, para atrair acessantes cativos e seguidores, assumindo o compromisso de uma pesquisa isenta do noticiário e independência na crítica objetiva dos fatos.
O momento atual, de fim de governo e campanha sucessória, exige um jornalismo que fuja à mediocridade das matérias declaratórias e diversionistas. Faz-se necessário questionar o poder e evitar a investigação simplificada das denúncias.
Em defesa da democracia, os jornalistas conscientes teem dois princípios. Um: “a informação é um direito do povo”; e, dois, que as necessidades de serviços públicos e as liberdades cidadãs não podem podem ser submetidas ao controle do Estado ou de um partido.
Tenho repetido nos artigos que escrevo, no meu Blog e no Twitter, a reflexão da jornalista Dora Kramer lembrando que as ditaduras e os regimes populistas teem atração fatal pelo controle da imprensa e o fim da liberdade de expressão. Estão à vista os exemplos dos governantes populistas auto-proclamados “socialistas”, na Bolívia Equador, Nicarágua e Venezuela, levando o estado a ocupar o espaço dos indivíduos e atentando contra a livre imprensa.
No Brasil, o presidente da República e seus sequazes, são simpáticos a estes candidatos a ditador e sonham também com a subordinação da imprensa. Por isso geraram um monstrengo, que é o Plano Nacional de Direito Humanos – 3, o PNDH-3. Com este feto fascista querem destruir as liberdades que conquistamos a duras penas.
O cronista-mor do Rio Grande do Norte, Vicente Serejo, reproduz as lições de Luiz Maria Alves dizendo que o jornalismo é oposição, e o resto é armazém de secos e molhados; Juan Luis Cebrián faz o mesmo ao citar Ruy Mesquita ensinando que o bom jornalismo é artesanato da crítica.
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