Deixai a Terra gritar amolengada de sono:
“Vais violar as primaveras verdejantes!”
Rio-me, petulante, e desafio o Sol!
“Gosto de me pavonear pelo asfalto brilhante!”
Talvez porque o céu está tão celestial
E a Terra engalanada(5) tornou-se minha amante
Que lhes ofereço versos alegres como um carnaval
Agudos e necessários como um estilete pros dentes.
Mulheres que amais minha carcaça gigante
E tu, que fraternalmente me olhas, donzela.
Atirai vossos sorrisos ao poeta
Que, como flores, eu os coserei
À minha blusa amarela.
(1913)
Tradução: Emílio Carreiro Guerra.
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