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VERBAS

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

                   “Não existe democracia onde impera a corrupção, a injustiça, a mentira e a hipocrisia” (Mauro Roberto)

Os brasileiros somos todos contribuintes. Os impostos que pagamos não correspondem à alta taxa de arrecadação pelo Estado, já que os governos não cumprem seus deveres de atender à população.

Além disso, contribuição, taxas e impostos diversos vão para o ralo, distribuídos à mancheia pelos governantes de dia. Verbas atendem interesses de políticos e de grupos organizados. Bilhões de reais para os pelegos sindicais.

Assim são as verbas parlamentares, fundo partidário, organizações distintas como as “pilantrópicas”, igrejas, sindicatos, autodenominados “movimentos populares” e ONGs fajutas (que se propõem a ser não-governamentais às custas do governo).

Tudo saindo do nosso bolso. As aposentadorias e pensões imorais para ex-governadores e parlamentares são o exemplo mais do que perfeito desta safadeza, e seguindo o mesmo caminho obsceno, militantes, sindicalistas, religiosos e ongueiros flanam às nossas custas.

Agora a mídia “descobriu” que os partidos usam fundo para bancar de bebida a jatinhos com recursos públicos originários do Fundo Partidário, e as suas contas ficam pendentes de julgamento “sine die” no Tribunal Superior Eleitoral.

É revoltante que paguemos para políticos – em sua maioria corruptos –  com os impostos mais caros do mundo que pagamos diariamente, na compra de um chiclete ou de uma caixa de fósforo. Para não falar o Imposto de Renda.

Esse injusto Fundo Partidário foi criado juntamente com a Constituição de 1988, com o objetivo de fortalecer os partidos políticos na redemocratização, mas se tornou um carnaval de blocos quadrilheiros dirigidos por executores ou cúmplices da corrupção.

Recentemente o relatório final do Orçamento de 2017 destinou R$ 819,1 milhões ao fundo partidário, uma das principais fontes de receitas dos partidos políticos além das propinas criminosas já comprovadas. Os partidos queriam cínica e criminosamente mais de R$ 1 bilhão, mas o relator manteve a verba original que foi inchada pelo Congresso no ano passado.

A destinação inconsequente e antipovo para o Fundo Partidário aumentou em R$ 509,9 milhões, indo para R$ 819 milhões. Alguém disse (perdoe-me o autor pelo esquecimento) que “os partidos brasileiros são, realmente, um saco sem fundo”.

Para quem tem sentimento, a indignação não para por aí. O deputado Vicente Cândido, do DF, propõe a criação de um novo fundo, desvinculado dos recursos do fundo partidário para financiar pelo menos 60% do custo das campanhas eleitorais.

Este parlamentar só poderia ser do PT, já que seu partido se encontra em estado pré-falimentar por causa da suspensão das milionárias propinas de Caixas 1 e 2 dadas pelas empreiteiras e ladrões dos fundos de pensão.

Conforme noticiou a Folha de São Paulo, este projeto que estupra a consciência da cidadania, propõe que para cada R$ 1 doado por pessoas físicas, o Tesouro Nacional (ou seja, nós contribuintes) aportaria mais R$ 1 para o festival irresponsável das siglas partidárias.

Engrossa nas redes sociais a convocação para uma megamanifestação popular no dia 16 de março.  Entre as consignas que exigem o fim da impunidade e do foro privilegiado, que se acrescente a extinção das verbas para entidades de direito privado, igrejas, partidos, sindicatos e ONGs.

Marjorie Salu

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