O Poeta
Já te despedes de mim, Hora.
Teu golpe de asa é o meu açoite.
Só: da boca o que faço agora?
Que faço do dia, da noite?
Sem paz, sem amor, sem teto,
caminho pela vida afora.
Tudo aquilo em que ponho afeto
fica mais rico e me devora.
Rilke
O Poeta
Nascido em Praga, na Tcheco-Eslováquia, Rainer Maria Rilke (1875-1926) inclui-se entre os mais altos nomes da poesia no século XX e certamente o mais alto em língua alemã. Durante largo período, a faceta metafísica da poesia de Rilke determinou uma verdadeira cisão entre poetas.
De um lado, postava-se uma enorme legião de influenciados pelos versos rilkeanos — nomeadamente, no Brasil, os poetas da chamada Geração de 45. De outro, os poetas de esquerda, que consideravam aquilo uma completa alienação. Pablo Neruda, no Canto Geral (1950), inclui Rilke entre os “falsos bruxos existenciais” e os “misterizantes”. Augusto de Campos conta que também os poetas concretos, por outras razões, puseram Rilke na geladeira.
Depois, houve uma reconciliação. Tanto que muitos de seus poemas são todos traduzidos por Augusto de Campos. O poeta concreto, naturalmente, prefere os “poemas-coisa” — expressão do próprio Rilke, Dinggedichte —, versos em que se destaca um discurso mais colado à realidade.
Fonte: Poesia.Net
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