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Liberdade

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

 “Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós”
                   Hino da Proclamação da República

Com a derrubada da monarquia no Brasil, o governo republicano provisório instituiu um concurso para a adoção de novo hino nacional. Em julgamento realizado a 20 de janeiro de 1890 no Teatro Lírico, Rio de Janeiro, foi aprovado o Hino da Proclamação da República com música de Leopoldo Miguez e letra de Medeiros e Albuquerque.

O cântico tem um ritmo marcial e um poema que invoca o patriotismo e o amor à liberdade, traduzindo as lutas do povo brasileiro ao longo de séculos, desde a colônia ao Império.

Nunca é demais lembrar às novas gerações, que não receberam nos bancos escolares lições cívicas sobre a História do Brasil, que a República não veio de graça numa época em que em quase todo mundo as monarquias eram consideradas divinas; as nações devem a institucionalização do regime democrático às revoluções francesa e norte-americana.

Os patriotas brasileiros, colonizados pelo reino de Portugal, encetaram muitas lutas pelos ideais independentistas e republicanos. No século 18, registram-se as chamadas “conjurações”, a Mineira (1789), a Carioca (1796), a Baiana (1798), também conhecida como a Revolução dos Alfaiates e também a Revolução Pernambucana.

Estes movimentos se deram ainda na colônia. A principal delas, nas Minas Gerais, destacou a figura de Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes – tornado o proto-mártir da Independência.

Outras ações armadas se seguiram no império após a independência, mostrando a bravura dos brasileiros na luta por ideais. As mais notáveis foram a Confederação do Equador (Nordeste – 1823/1824); Federação dos Guanais (Bahia – 1832); A Rusga (Mato Grosso – 1834); Revolução Farroupilha (Rio Grande do Sul – 1835/1845); e, Insurreição Praieira (Pernambuco – 1848/1850).

Os heróis do republicanismo são um exemplo para os que lutam pela liberdade no século 21! São heróis de verdade, pátrios, e não os sectários exaltados pelo PT, presos por corrupção e até formadores de quadrilha, livres dessa condenação por duvidosa interpretação da fração majoritária do Supremo Tribunal Federal ao artigo 288 do Código Penal.

Este escorrego da Corte Suprema assusta e mobiliza os herdeiros de Tiradentes diante da marcha totalitária dos atuais ocupantes do governo federal. Estamos assistindo nos regimes narco-populistas na América do Sul, exemplos de implantação de sistemas políticos que sufocam a liberdade com golpes ou infiltração espúria na Justiça.

Aqui, já surgiram abortos legislativos tipo Marco Civil da Internet, que institui cibercrimes de responsabilidade civil a usuários da Rede Social. Nele, as denúncias se farão em nome da “segurança da informação”, mas que poderão ser usadas, ao sabor dos governantes, em defesa da “segurança nacional” deles…

O Partido dos Trabalhadores, mantendo a hegemonia no governo, traz no seu programa propostas de controle da mídia, submetendo jornais ao domínio governamental e sujeitando jornalistas à “disciplina” (!?). Isto seria o fim do jornalismo investigativo, impedindo-o de alimentar a opinião pública com denúncias de crimes de peculato e extorsões na administração pública.

E temos o último arreganho totalitário do PT e dos lulo-petistas, o inconstitucional e anti-democrático, o Decreto 8243, que cria uma caricata “política nacional de participação social”, que entrega o poder a sovietes – movimentos fajutos controlados por pelegos que são, na verdade, tentáculos do partido.

Como enfrentar sem liberdade essa marcha batida para uma ditadura de nova roupagem? É preciso, como ensinou Montesquieu, que os poderes republicanos sejam independentes e iguais, para que o poder freie o poder.

Isto se mostra difícil com um Legislativo notoriamente subordinado ao Executivo e um Judiciário pouco atento às infringências de um Executivo onde governo e partido se confundem, ameaçando o Estado e a sociedade.

Liberdade, Liberdade. Que nossos heróis e mártires republicanos quebrem o mármore e o bronze das estátuas voltando à vida novamente!

Miranda Sá

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