A absolvição de Antônio Palocci no Supremo é boa para o Brasil. No lulismo, Palocci é a antítese da histeria e do despreparo simbolizados pela companheira de armas Dilma Rousseff.
Dizem que a vida do caseiro Francenildo piorou muito depois do escândalo da violação de seu sigilo bancário. É provável. Mas é certo que a vida do Brasil ficou pior depois que Palocci caiu em desgraça.
Os resultados estão aí: deu cupim na área econômica, finalmente invadida pelo petismo parasitário, que conseguiu bagunçar até a outrora inexpugnável Receita Federal, sob o olhar derretido do ministro Mantega. As contas públicas foram para o espaço, com a gastança populista e a notícia de que a meta de superávit dançou.
Considerando que a meta de superávit primário, instrumento crucial da organização econômica brasileira, foi instituída em 1998, dá para dizer que o país retrocedeu pelo menos dez anos com a saída de Palocci.
O que se construiu desde então foi esse projeto de governo PPP (populista, perdulário e prepotente), encarnado pela figura tormentosa de Dilma Rousseff. Palocci organizou o poder, fortalecendo as instituições. Dilma desorganizou o poder, esculhambando as instituições – com esse epílogo lamentável de bate-boca público com uma ex-secretária, a quem a ministra tentara coagir para ajudar a família Sarney.
O Supremo pode ter escrito certo por linhas tortas (ou nem tão tortas, vai saber). Palocci é a banda boa do lulismo. É sintomática a sua ressurreição no momento em que a candidatura da companheira Dilma começa a fazer água.
Isso se a decisão do STF não desaparecer dos arquivos. Ultimamente, as coisas se apagam com muita facilidade em Brasília.
Guilherme Fiúza é escritor e articulista de Época
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