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Comantário (IV)

O guri de Jobim

É muito engraçado ver o ministro da Defesa Nelson Jobim inspecionar aeroportos com ar grave e solene, vestir farda militar para inspecionar tropas, agarrar-se com uma gigantesca sucuri na Amazônia, brincar com macacos, zombar pelas costas do deputado Rodrigo Maia (RJ),presidente do DEM, a quem chamou na semana passada de “guri de merda”, e não conseguir se livrar de outro guri, o ex-vendedor de bilhetes aéreos Milton Zuanazzi, presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Jobim forçou a demissão dos demais diretores da Anac – mas Zuanazzi teima em permanecer por lá. Deve sua indicação para o cargo a Dilma Rouseff, ministra da Casa Civil da presidência da República. Ele e sua madrinha se desentenderam feio por conta da crise área que se arrasta sem data marcada para terminar. Se dependesse de Dilma, Zuanazzi já teria tascado fora. Mas somente Lula pode demiti-lo. Nem ele pede demissão, nem Lula o demite. Por que? Vai ver que não ajudará nada ao governo se Zuanazzi, demitido, resolver abrir a boca.

Sosseguem. Não abrirá. Como o “nosso” Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, não abriu. Como não abriu Sílvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Como os “aloprados” do falso dossiê contra candidatos do PSDB também não abriram. PC Farias, ex-tesoureiro da campanha presidencial de Fernando Collor, morreu sem abrir a boca. Se tivesse aberto, derrubaria a República – e, de quebra, cabeças notáveis do empresariado nacional que contribuíram para o Caixa 2 de Collor.

Ricardo Noblat, jornalista e blogueiro

Miranda Sá

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Miranda Sá
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