Saiu do ninho da serpente o ovo goro da Educação Básica, o Ideb, chocado pelo MEC e trazendo uma desgraça irreparável para as novas gerações. Mais um motivo da vergonha nacional. É desastrosa a pontuação do ensino público que o Ideb expôs.
Mostra que da 5ª para a 8ª série os estudantes – na sua grande maioria – são analfabetos funcionais, sem ter aprendido as matérias fundamentais de Português e Matemática. A constatação desta desdita é um peteleco na primeira peça do dominó, num jogo que derruba em cadeia todas as demais, atingindo a formação universitária.
…E até parece proposital que nessa triste situação, a Universidade escancara as portas com a imposição de 50% nos bancos escolares para as escolas públicas que obtiveram uma indecorosa nota de 3,4.
O Ensino Médio deveria constituir a base exemplar do grande salto intelectual para o futuro; mas o resultado pífio do Ideb, ligado às polêmicas ‘cotas’, demonstra a pouca ou nenhuma atenção do PT-governo com a formação intelectual do povo brasileiro.
Torna-se ainda pior a tentativa do Executivo para explicar o resultado do Índice, pela boca do ministro da Educação, Aloísio Mercadante, um político profissional sem especialidade na área. Em vez da necessária autocrítica, ele traz argumentos retóricos ordinários e novas propostas improvisadas.
A verdade é que deverão tornar-se acadêmicos jovens despreparados até para fazer um ditado, escrever uma dissertação e mesmo incapaz de entender um texto mais complexo. Qual será a conseqüência imediata disso? Aviltar a universidade, nivelando por baixo as matérias para atender a demanda de alunos de qualidade inferior.
Os patriotas desejosos do desenvolvimento e da independência econômica do País, assistem com pesar os discursos palanqueiros do lulo-petismo enaltecendo cinicamente esta situação de descrédito e o tapa-buracos das cotas.
Outro dia, leu-se num editorial do tradicional Estado de São Paulo que “O PT está tentando construir uma pirâmide social a partir do cume… Pobre Brasil, e pobre dos brasileiros…”
Aplaudindo esta colocação, vamos buscar uma expressão meio desbotada no vocabulário político: é a “subversão da ordem”. Já não bastava a distorção anti-social e de certa forma racista, que veio com as cotas para negros, menosprezando a inteligência, a dedicação e o inegável valor cultural dos grandes brasileiros de origem africana.
Querem apagar da História o orgulho do nosso passado com André Rebouças, Joaquim Nabuco, Luís Gama e Machado de Assis, e de desconhecer o presente do geógrafo Milton Santos, do teatrólogo Abdias do Nascimento, do jornalista Carlos Alberto de Oliveira – Caó, e da jóia do mundo jurídico, o ministro do STF, Joaquim Barbosa.
As cotas raciais ou sociais trazem um fator de desestímulo, deixando para trás os alunos que perderam a autoconfiança e ficaram no meio do caminho sem coragem (ou envergonhados) para enfrentar desafios culturais de um nível mais elevado.
Por isso, torna-se evidente que o ensino no Brasil exige uma guinada de 180 graus. Infelizmente, trata-se de uma mudança que o PT-governo é incompetente para realizar, porque teria de começar com uma censura ao garoto de Lula, ex-ministro da Educação, Fernando Haddad.
Assim, não podemos nos equiparar às nações concorrentes, em desenvolvimento, como nós. A não ser que possamos transmitir o conhecimento e as informações fundamentais das áreas básicas, indispensáveis, como Português, Matemática, Ciências, Geografia e História. O currículo da Coréia do Sul, facilmente encontrável e melhor ainda, adaptável, ajudaria muito os inescrupulosos quadros do lulo-petismo.
E tem mais: Pesquisando – na ânsia da minha sede de aprender – encontrei em Vitor Hugo o meu desabafo: “Qual a glória de aviltar um povo a fim de governá-lo? Em corrompê-lo? Em tentar aniquilar o seu amor à liberdade, que é o maior bem do homem?” Hugo, brilhante autor d’ “Os Miseráveis’ vai mais adiante: “Nada mais revoltante do que o sadismo social que se satisfaz em humilhar, envilecer e diminuir toda uma Nação que poderia ser grande, próspera e feliz”.
Escreveu para nós, que nos envergonhamos da inércia do nosso Ensino Médio.
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