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Artigo publicado n’ O Jornal de Hoje nesta 2ª feira

Pelegos do PDT assassinaram o ideal trabalhista

MIRANDA SÁ (E-mail: mirandasa@uol.com.br)

No assassinato político do trabalhismo, o primeiro tiro, sem dúvida, saiu da arma do general Golbery que, malandramente, tirou a sigla histórica, PTB, de Brizola, e ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores com os pelegos liderados por Lula da Silva.

Na época, os trabalhistas autênticos reagiram criando a Fundação Getúlio Vargas e aconselhando Brizola a competir com Ivete no PTB, organizando as bases para uma reação democrática a partir das bases.

Cabeça dura, Brizola fundou o PDT, sem tradição nem o atrativo da legenda PTB na memória popular. Personalista, elegeu-se no Rio de Janeiro e firmou uma liderança nacional, candidatando-se à Presidência da República.

Quando o arrivista e carreirista Collor de Mello venceu o primeiro turno, deixando embaixo, pela ordem, Lula, Brizola e Covas, o caudilho gaúcho propôs a Lula e ao PT uma renúncia dos dois primeiros lugares para apoiar Covas.

Lula e o PT iludidos pelo obreirismo dos “ideólogos” do grupo de José Dirceu e os trotskistas da USP, mantiveram a candidatura presidencial própria, sofrendo vergonhosa derrota pela habilidade dos marqueteiros de Collor em encostar o Pelegão no muro. E ele se conhecia.

Na história seriada, tivemos a morte de Tancredo, o governo Sarney e seu famigerado Plano Cruzado, a eleição de Collor, o impeachment, a posse de Itamar Franco, o Plano Real, a eleição de FHC e a suprema imoralidade do instituto da reeleição.

Agora estamos no nono mandato do lulo-petismo. O governo Lula Rousseff está se desmilingüindo (vou usar o trema que fica mais bonito) num processo acelerado de desmoralização pela corrupção endêmica e epidêmica na administração pública.

Isso, evidentemente, não se transmite pelos protestos populares de rua; Os movimentos sociais estão cooptados num processo imoral introduzido pela prática dos pelegos sindicais; e a classe sempre dominante dos adesistas, aproveitadores e privilegiados quer manter o status quo.

O que está translúcido é o comprometimento da cúpula governamental com a depravação pervertida dos 300 picaretas do Congresso Nacional, hoje participando do esquema lulo-petista e navegando nas águas plácidas da condescendência geral dos três poderes da República.

Isso nos leva de volta à abertura do texto, analisando o deperecimento do trabalhismo pela putrefação moral dos dirigentes do PDT. Um pequeno grupo de burocratas se apoderou da legenda com a morte de Brizola pondo à frente um fantoche de nome Carlos Lupi.

Amoral, declassé, sabujo e inconseqüente, Lupi ascendeu ao Ministério do Trabalho como laranja da burocracia pedetista e da pelegagem sindical. Domina o partido através de “comissões provisórias” mantidas por apaniguados, controlados pelo comissário Manoel Dias, de incomparável malandragem.

A chamada “grande imprensa” incursiona na investigação da roubalheira, mas também envereda por atalhos duvidosos, como apontar para a rivalidade da CUT e da Força Sindical numa possível disputa pelo Ministério putrefeito, o que é secundário. Na verdade, há uma competição entre o PT e o PDT pela pasta que oferece tantas condições de achacamento e extorsão.

Gira na Rede Social da Internet, principalmente no Facebook e Twitter, a campanha pela moralização política e o afastamento da quadrilha de Lupi, mas não para substituí-la por outra quadrilha semelhante, como quer a turma  “de cima”.

Recorde-se que Lula atraiu o PDT em 2007 levando-o a assumir a Pasta esvaziada do ponto de vista político. A acomodação, porém, abriu outro caminho, servindo para o alcance de recursos e aparelhamento, duas coisas ambicionadas pelo lulo-petismo.

Assim, com os sindicatos cooptados pelo devasso e viciado imposto sindical, é nula a influencia do PDT, conivente com o desbaratamento do FGTS e da reforma da CLT praticadas pelo governo Lula Rousseff. Isto deveria ir para s páginas policiais como o assassinato do trabalhismo.

Miranda Sá

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